Parece carne, cheira e sabe a carne, mas… não é. Hambúrguer de “carne” feita de plantas já pode ser vendido
Este "hambúrguer impossível" sabe a carne, parece carne, mas não é carne. Recebeu esta semana luz verde das autoridades norte-americanas, que consideraram que não representa uma ameaça à saúde humana.
Parece carne, cheira a carne, sabe a carne e tem toda a textura da carne mas… não é carne. É assim o “hambúrguer impossível”, uma invenção engenhosa que partiu do laboratório de uma startup de Silicon Valley. Esta semana, a “carne” feita de plantas criada pela Impossible Foods foi considerada adequada ao consumo humano, um passo inédito e crucial para que esta inovação possa ser comercializada ao público, segundo a Fortune.
Apesar de não ser novo, o projeto da Impossible Foods tem merecido olhares atentos, interessados ou mesmo desconfiados um pouco por todo o mundo. A meta principal, e ambiciosa, é reduzir significativamente o consumo de carne até 2035. E, para tal, a empresa desenvolveu e está a aperfeiçoar o novo hambúrguer que parece feito de carne, tem valor nutritivo semelhante, mas… lá está: não é carne.
Para tal, a empresa recorreu a uma mistura que inclui óleo de coco, trigo e proteína de batata. Mas o segredo do sucesso está na textura ensanguentada dos hambúrgueres de “carne falsa”, que lhe confere grande realismo. A Impossible Foods conseguiu esse feito recorrendo a uma molécula que está presente no músculo dos animais, mas que também pode ser encontrada nas raízes da soja.
Depois de um processo atribulado que se iniciou em 2015, a Food and Drug Administration (FDA) ficou finalmente sem dúvidas de que os hambúrgueres da Impossible Food não representam uma ameaça à saúde dos consumidores. Por isso, pô-los esta semana na tão esperada categoria GRAS — generally recognized as safe, ou “geralmente reconhecido como seguro” em português. Isso significa que não são conhecidas ameaças concretas à saúde humana, o que não impede que a categoria venha a mudar no futuro.
Desde que foi criada em 2011, a Impossible Foods já recebeu 387,5 milhões de euros de investimento, incluindo do antigo líder da Microsoft, Bill Gates, e do ramo de investimento da Google, o fundo Google Ventures, segundo a plataforma ChrunchBase. A carne feita de plantas tem sido considerada uma tendência tecnológica, como escreveu o ECO em 2016.
Em Portugal, também existem empresas a reinventar a alimentação. Como noticiou o ECO este fim de semana, há uma startup que quer pôr os consumidores a comerem tudo, inclusive o prato e os talheres: chama-se Soditud e tem como principal missão consciencializar o público para a pegada ecológica e uso excessivo de plásticos.
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