Prestação da casa com subida ligeira para quem tem Euribor a 3 e 6 meses. Mas cai a 12 meses
Os créditos indexados às Euribor a três e seis meses sofrem um ligeiro agravamento da prestação na revisão de agosto. Esta subida acontece numa altura em que o mercado antecipa uma subida de juros.
Será pouco, mas o suficiente. A grande maioria das famílias que virem revista a taxa de juro do crédito em agosto vão ver a prestação subir, apesar de ligeiramente. Este aumento afetará os contratos que têm como indexante as Euribor a três e seis meses. Já as famílias com crédito associado à Euribor a 12 meses voltam a sentir um novo alívio da prestação, com esta a fixar-se num novo mínimo histórico.
Assumindo o cenário de um empréstimo no valor de 100 mil euros, a 30 anos, e com um spread de 1%, as famílias com crédito associado à Euribor a 12 meses são as únicas a serem favorecidas na revisão de prestação de agosto. Essas famílias vão ver os encargos mensais reduzirem-se em 0,04%, com a prestação a fixar-se nos 313,44 euros ao longo dos próximos 12 meses. Ou seja, menos 1,17 euros face ao valor fixado há um ano. De salientar que este é o indexante que atualmente é mais usado pelos bancos na hora de concederem crédito à habitação.
Euribor a três meses
Fonte: Reuters
No entanto, a grande maioria dos empréstimos à habitação de taxa variável existentes em Portugal continuam a estar associados às Euribor a três e seis meses. E neste caso, as revisões de agosto trazem um agosto ligeiramente “mais quente” em termos de encargos mensais.
Nos empréstimos com Euribor a seis meses, e partindo do mesmo cenário base, a prestação sobe 0,11%, ou 35 cêntimos, para os 307,15 euros. Neste caso, apesar de se tratar de um aumento muito ligeiro, a prestação fica na fasquia mais elevada desde a revisão de outubro de 2016.
No caso dos créditos com Euribor a seis meses, a subida levará a prestação até ao patamar mais alto desde a revisão de janeiro de 2017. Mas o aumento será ainda mais reduzido, com os encargos a subirem 0,07%, ou 22 cêntimos, para os 309,43 euros mensais.
Mercado antecipa juros negativos até março de 2020
O aumento dos encargos com prestações nos créditos com indexantes de prazos mais curtos acompanha o movimento de inversão de sentido que já se começa a sentir no mercado. Tal acontece perante a antecipação que existe relativamente a uma alteração das taxas de juro de referência na Zona Euro, que se encontram em mínimos históricos. O Banco Central Europeu (BCE) colocou, em março, a taxa de juro diretora no mínimo de 0%, fasquia onde se mantém.
Na última reunião de política monetária, a entidade liderada por Mario Draghi voltou a antecipar que “as taxas de juro diretoras do BCE se mantenham nos níveis atuais, pelo menos, até durante o verão de 2019″, prazo que tinha referido pela primeira em junho.
A expectativa do mercado reflete o timing do BCE. Os futuros para a Euribor a três meses colocam esse indexante em terreno negativo, mas a assumir valores cada vez menos negativos, até março de 2020. Só a partir daí, o mercado aponta para que este indexante assuma valores positivos, mas com subidas muito graduais. Só em setembro de 2021, antecipa que a Euribor a três meses esteja acima da fasquia dos 0,5%.
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