Marques Vidal diz que combate à corrupção “não é prioridade” para os políticos
A ex-procuradora-geral da República, Joana Marques Vidal, criticou a falta de apetrechamento das instituições que fazem investigação contra a corrupção.
Joana Marques Vidal considera que o combate à corrupção “não é uma prioridade” para os políticos na hora de desenhar um orçamento do Estado. Num encontro organizado na Universidade de Évora, a ex-procuradora-geral da República criticou a falta de “capacitação das instituições que fazem investigação criminal”, sobretudo no que toca ao “apetrechamento para a luta contra a corrupção e a criminalidade conexa”.
“Não é uma prioridade [para os decisores políticos]”, disse Joana Marques Vidal, no Dia Internacional Contra a Corrupção, assinalado esta segunda-feira, depois de um mandato marcado por processos mediáticos contra altas figuras políticas, sendo o caso mais flagrante o do ex-primeiro-ministro José Sócrates.
“Francamente e com toda a clareza, eu considero que, apesar das medidas que têm feito, isso não está no centro da preocupação dos decisores políticos quando pensam e quando concebem um Orçamento Geral do Estado”, atirou a ex-procuradora-geral.
Lucília Gago destaca aumento de inquéritos instaurados por corrupção
A nova procuradora-geral da República, Lucília Gago, revelou esta segunda-feira que houve um “aumento percentual de cerca de 57,7%” no número de inquéritos instaurados por crime de corrupção, entre 1 de novembro de 2017 e 31 de outubro deste ano, face ao período entre 2016 e 2017.
“Merece destaque o aumento percentual de cerca de 57,7% do número de inquéritos instaurados por crime de corrupção, relativamente ao ano 2016/2017”, disse a procuradora-geral da República (PGR), Lucília Gago, na sessão de encerramento do encontro na Universidade de Évora.
Na sua intervenção, Lucília Gago revelou alguns dos dados que constam do Relatório Síntese “Crimes de Corrupção e Criminalidade Conexa” de 1 de novembro de 2017 a 31 de outubro deste ano, tornado público esta segunda-feira. Entre eles, o relatório revela que houve um aumento do crime económico em Portugal nesse período.
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