Sindicato dos bancários com mais de um milhão de votos na assembleia geral do BCP

O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários vai participar na assembleia-geral do BCP da próxima quarta-feira em representação de mais de 100 acionistas com 0,008% do capital do banco.

Os trabalhadores do BCP prometem aquecer a assembleia-geral do banco marcada para esta quarta-feira. Exigem uma melhoria nos salários que estão congelados há vários anos, numa altura em que o banco liderado por Miguel Maya volta a apresentar lucros robustos e a distribuir dividendos. O Sindicato Nacional dos Quadros e Técnicos Bancários (SNQTB), um dos promotores do protesto, vai ter um duplo papel: participará na manifestação marcada para o exterior da sede localizada no Edifício Tagus Park, em Oeiras; paralelamente, estará a votar na reunião magna em representação de mais de 100 acionistas detentores de mais de 1,15 milhões de votos, cerca de 0,008% do capital do banco.

O protesto dos trabalhadores e reformados do banco está agendado para as 14h30, quando começa a assembleia-geral do BCP. Foi convocado por três sindicatos: o SNQTB, o Sindicato dos Bancários do Norte (SBN) e o Sindicato Independente dos Bancários (SIB). Também o Sindicato dos Bancários do Sul e Ilhas associaram ao protesto.

É “uma manifestação de repúdio e contestação face à atual situação dos trabalhadores do BCP”, dizem os sindicatos. “O impasse nas negociações para 2018 representa uma verdadeira recusa do BCP de cumprir o dever de negociar, um cenário agravado pelo facto de o Acordo Coletivo de Trabalho em vigor para o Grupo BCP ter sido publicado há mais de dois anos, sem aumentos salariais, pelo que os trabalhadores do BCP, reformados e pensionistas se encontram sem atualizações salariais desde 2010 e com uma redução das condições retributivas em 2014 que afetou todos os trabalhadores no ativo”, argumentam.

Na semana passada, os três sindicatos entregaram no Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, um requerimento de conciliação para “desbloquear a negociação coletiva quanto à atualização para 2018 dos salários e pensões dos trabalhadores e reformados do BCP”.

Outros dois sindicatos do setor apelaram nos últimos dias à participação no protesto: a União dos Sindicatos Independentes e Sindicato dos Bancários do Centro. E esta segunda-feira a coordenadora das comissões de trabalhadores (CT) da banca também declarou o seu apoio à manifestação no sentido de “solidarizar-se com os trabalhadores do Millennium BCP, para que seja rapidamente reparada a injustiça por que estão a passar, uma vez que são alheios e em nada contribuíram para a origem dos problemas que o banco passou”, referiu o organismo, segundo uma nota divulgada pela Lusa.

Os trabalhadores do BCP vão protestar à porta da assembleia-geral com três exigências em cima da mesa:

  • Pagamento imediato de aumentos relativos a 2018 para os trabalhadores no ativo, reformados e pensionistas;
  • Devolução incondicional do valor total global acumulado com os cortes salariais de 2014 a 2017;
  • Garantia da revisão do ACT para recuperação de direitos e reposição do poder de comprar dos trabalhadores no ativo, reformados e pensionistas.

Lá dentro, entre as várias propostas que constam na ordem de trabalhos do dia, os acionistas vão votar:

  • Distribuição de dividendos pelos acionistas no valor de 0,2 cêntimos por ação, um total de 30,1 milhões de euros;
  • Pagamento de uma compensação pela redução dos salários no valor de 12,6 milhões de euros aos trabalhadores. Ao todo, o banco reteve 36 milhões dos salários dos trabalhadores visados pelos cortes entre 2014 e 2017.

O BCP apresentou lucros de 301 milhões de euros em 2018. Nos três primeiros meses deste ano, o banco registou um resultado líquido de 154 milhões de euros, o que representa uma subida de 80% face ao mesmo período do ano passado.

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