Esquerda e direita exigem mais oferta de transportes. “Não há caos coisíssima nenhuma”, diz Matos Fernandes
"Não é por dizer que há o caos que há o caos. Não há caos coisíssima nenhuma", disse o ministro, depois de o deputado único do PAN ter descrito "um quadro de pleno caos" no Metropolitano de Lisboa.
Perante a exigência de mais oferta de transportes públicos de quase todos os partidos, o ministro do Ambiente e Transição Energética negou esta quarta-feira o “caos” no setor, num debate parlamentar sobre alterações climáticas de iniciativa de “Os Verdes”.
“Não é por dizer que há o caos que há o caos. Não há caos coisíssima nenhuma”, frisou Matos Fernandes, depois de o deputado único do PAN, André Silva, ter descrito “um quadro de pleno caos” no Metropolitano de Lisboa, à semelhança de outros parlamentares anteriormente, exemplificando com a medida anunciada de retirada de lugares sentados em carruagens e embarcações para acolher mais utentes.
O responsável governamental elogiou mesmo a iniciativa da empresa de transporte subterrâneo da capital de criar “mais espaço para malas” de viajantes e “carrinhos de bebé”, por exemplo, após ter recebido “inúmeras queixas”. “Vêm dizer que andam a arrancar bancos? A área em metros quadrados nas carruagens não foi alterada por este Governo. Essa reforma não fizemos”, disse Matos Fernandes, em resposta a diversas intervenções por parte das várias cores políticas.
Em relação aos problemas noticiados nas ligações fluviais entre Barreiro e Lisboa, o ministro do Ambiente também referiu que “assim que acabou a greve [de mestres das embarcações], deixou de haver qualquer problema nos transportes”, acrescentando que a empresa “tem um navio de folga e não navios a menos”.
O social-democrata tinha destacado que o setor dos transportes é responsável por cerca de 25% das emissões de gases com efeito de estufa em Portugal, descrevendo que existe um “degradar constante do serviço público de transporte, conduzido até à indigência”.
“Só falta colocarem ao serviço dos utentes vagões de mercadoria”, ironizou, criticando “cativações e falta de investimento” antes de anunciar que o PSD vai apresentar um “plano de emergência para este setor”, contemplando as manutenções do material circulante abandonado e a modernização e eletrificação de todas as linhas ferroviárias, por exemplo.
O democrata-cristão Hélder Amaral afirmou que “o ministro precisa de passar das palavras aos atos” e “não pode só prometer”, pois “promete muito, mas faz pouco”, lamentando o tratamento das pessoas “como sardinhas em lata”.
O bloquista Heitor Sousa salientou que “existe uma grande frustração e revolta” pelo facto de, tendo sido anunciado o programa de enorme redução das tarifas dos transportes, os passageiros estarem “agora a ser confrontados com uma enorme redução da oferta”, lamentando a solução de retirada de lugares sentados para colocar “as pessoas todas ao molho e fé em deus” para resolver a sobrelotação.
Os comunistas Bruno Dias e Ângela Moreira sublinharam que “valeu a pena insistir”, referindo-se à medida, há muito defendida pelo PCP, do alargamento do passe social intermodal, “de enorme alcance e significado e fundamental do ponto de vista ambiental e de promoção do transporte coletivo em detrimento do transporte individual” e pediram “mais investimento, ir mais longe, reforçar horários e carreiras”, além da contratação de mais pessoal.
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