Eficiência das organizações não depende só de tecnologia

  • Ricardo Vieira
  • 7 Junho 2019

Estudo revela preocupação dos trabalhadores em serem substituídos por máquina. Analistas dizem que é prova de que a tecnologia não está a ser integrada corretamente.

O estudo “Adaptable Business”, feito pela Oracle e pela escola de negócios alemã, WHU – Otto Beisheim School of Management, revela que o nível de eficiência das empresas aumenta mais de 60% quando a tecnologia certa é implementada em conjunto com sete fatores chave: tomada de decisões baseada em dados, flexibilidade e abraçar a mudança, cultura empresarial, uma visão digital partilhada, pensamento crítico e capacidade de questionar, cultura de formação, uma comunicação aberta e colaboração. Mas na ausência destes fatores, mesmo a tecnologia correta, a eficiência cresce na ordem dos 20%.

A mesma análise indica ainda quem “um em cada três líderes empresariais em todo o mundo tem dúvidas sobre se as suas empresas estão atualmente a atuar de forma a atrair ou/e a competir pelo talento. Este valor aumenta para metade dos líderes empresariais de organizações que atuam em mercados tais como: a Índia, o Brasil ou o Chile”. Segundo Wilhelm Frost, do department for industrial organization and microeconomics da WHU – Otto Beisheim School of Management é “muito importante para qualquer empresa ser capaz de atrair e reter os talentos com as competências adequadas para promoverem a evolução do seu negócio. As empresas que não estiverem preparadas para lidar com o ritmo inexorável da mudança, não irão ser capazes de captar talentos no mercado digital dos nossos dias.”

Outras das preocupações levantadas pelo estudo, que inquiriu 850 diretores de RH e como 5.600 empregados sobre a forma como a sua empresa se está a adaptar à era digital, prende-se com a automatização. Um em cada quatro trabalhadores está preocupado com a possibilidade de ver as suas funções a serem realizadas por máquinas. Sobre este tópico, Joachim Skura, strategy director HCM applications, da Oracle, diz que “muitas empresas estão a implementar tecnologia, mas não estão a integrá-la corretamente no seu negócio”, o que faz com que os colaboradores temam a possibilidade de serem substituídos por máquinas, “quando na verdade o crescimento nas empresas só pode resultar de uma conjugação do trabalho humano com a utilização das máquinas. A cada implementação tecnológica deve corresponder uma mudança de cultura e uma requalificação do pessoal para trabalhar com máquinas e com tecnologia. São estas competências digitais que compõem os sete fatores necessários para se alcançarem os verdadeiros benefícios de qualquer tecnologia e para a empresa ser capaz de se adaptar”, diz.

O estudo revela igualmente que é essencial para as empresas alcançarem níveis de eficiência que lhes permitam tornarem-se organizações ágeis e capazes de lidarem com o ritmo da mudança, com 42% das empresas a afirmar terem alcançado um aumento dos níveis de desempenho a partir do momento em que se tornaram mais eficientes.

“O ritmo da mudança nunca foi tão importante para as empresas como agora,” afirma Wilhelm Frost. “A capacidade de adaptação e a agilidade são muito importantes para as empresas se manterem competitivas e para serem capazes de oferecer propostas de valor atraentes aos seus clientes. Ter capacidade de adaptação significa ser capaz de suportar melhor os clientes e assim responder às suas necessidades”.

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