Estados Unidos lançam ciberataque contra sistemas de mísseis do Irão
Crispação entre EUA e Irão tem vindo continuamente a crescer desde que Donald Trump retirou os Estados Unidos, há um ano, do acordo nuclear internacional assinado, em 2015.
Os Estados Unidos lançaram esta semana ciberataques contra sistemas de disparo de mísseis e redes de espionagem iranianas, na sequência do abate de um drone norte-americano pelas forças de Teerão, noticiaram jornais dos EUA.
O Presidente norte-americano, Donald Trump, anunciou no sábado novas sanções, de maior dimensão, contra o Irão, depois de Teerão ter advertido que o mínimo ataque contra o país teria “consequências devastadoras” para os interesses norte-americanos na região.
Segundo o jornal Washington Post, os ciberataques estavam a ser planeados há várias semanas e visam os computadores que controlam os lançamentos de mísseis e de foguetes do Irão. O outro ataque informático visou uma rede de espionagem iraniana encarregada de vigiar a passagem de navios pelo estreito de Ormuz. O Pentágono recusou-se a fazer qualquer comentário sobre as notícias.
No sábado, Donald Trump, admitiu estar ainda a ponderar uma ação militar contra o Irão, depois de ter anunciado um ataque e de o ter cancelado de seguida. “[O uso da força] está sempre em cima da mesa, até resolvermos isto”, avisou, citado pela agência americana AP.
Na quinta-feira, depois da confirmação de que o Irão tinha abatido um drone americano – que, segundo Teerão, violou o espaço aéreo nacional, mas, de acordo com Washington, estava em espaço aéreo internacional –, Donald Trump anunciou, como retaliação, um ataque contra três locais no Irão.
Porém, o ataque foi abortado, à última hora, segundo Trump para evitar um elevado número de mortos.
“Não quero matar 150 iranianos. Não quero matar 150 pessoas de sítio nenhum, a não ser que seja absolutamente necessário”, disse aos jornalistas, à saída da Casa Branca para um fim de semana na residência presidencial de Camp David.
Trump considera que o abate do drone foi “provavelmente intencional”, mas, ao mesmo tempo, considerou “sábia” a decisão anunciada por Teerão de não abater um avião militar americano com 38 pessoas a bordo, que terá violado o espaço aéreo iraniano na mesma altura.
O clima de tensão entre o Irão e os Estados Unidos dura há bastante tempo, mas a crispação tem aumentado desde que Donald Trump retirou os Estados Unidos, há um ano, do acordo nuclear internacional assinado, em 2015, entre os cinco membros permanentes do Conselho de Segurança – Estados Unidos, Reino Unido, França, Rússia e China (mais a Alemanha) – e o Irão, restaurando sanções devastadoras para a economia iraniana.
Na sexta-feira, os Estados Unidos pediram a realização de uma reunião à porta fechada do Conselho de Segurança das Nações Unidas, para falar sobre os últimos desenvolvimentos relacionados com o Irão, o que deverá acontecer na segunda-feira.
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