Tesouro quer ir ao mercado buscar até 4 mil milhões de euros em dívida de curto prazo no terceiro trimestre

Além da colocação de bilhetes do Tesouro, o IGCP irá também realizar emissões de obrigações mantendo a estratégia de alongar maturidades. Portugal tem 65% das necessidades de financiamento cobertas.

Portugal prepara-se para emitir até quatro mil milhões de euros em bilhetes do Tesouro (BT) ao longo do terceiro trimestre. Numa altura em que os juros da dívida estão cada vez mais baixos e com 65% das necessidades de financiamento cobertas, o IGCP — Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública deverá também ir ao mercado para colocar títulos de médio prazo.

O programa de financiamento do IGCP divulgado esta quarta-feira indica que o Tesouro pretende realizar três leilões duplos até setembro. O primeiro será já a 17 de julho com a colocação de entre 1.250 e 1.500 milhões em BT a seis e 12 meses. Segue-se uma emissão dos mesmos títulos a três e 11 meses (entre 750 e 1.000 milhões) a 21 de agosto.

A 18 de setembro, Portugal deverá colocar ente 1.250 e 1.500 milhões de euros em BT a seis e 12 meses. No caso das obrigações do Tesouro (OT), o IGCP divulga as datas dos leilões apenas na sexta-feira anterior à realização. “No próximo trimestre, o IGCP prevê emissões de OT através da combinação de sindicatos e leilões, sendo esperadas colocações de 1.000 a 1.250 milhões de euros por leilão”, revela o programa de financiamento.

Portugal tem pago juros cada vez mais baixos nas emissões de nova dívida. A presidente do IGCP, Cristina Casalinho lembrou, esta terça-feira no Parlamento, que “o custo de financiamento baixou de 2,6% para 1,8% em 2018 e atualmente situa-se em 1,5%”.

Este é um mínimo histórico nos custos de emitir nova dívida que se tem espelhado nos juros da dívida em mercado secundário, que também negoceiam no nível mais baixo de sempre. A yield da dívida portuguesa a 10 anos caiu esta quarta-feira pela primeira vez abaixo de 0,30%, sendo que a Portugal regista já taxas negativas até ao prazo de sete anos.

O baixo juro pedido pelos investidores para comprarem nova dívida portuguesa tem sido usado pelo país para se financiar a baixo custo e pagar empréstimos mais caros ou trocar títulos em mercado por outros com maturidades mais longas. Cristina Casalinho reafirmou ainda que o IGCP pretende manter esta estratégia com emissões de títulos a 10 e 15 anos em resposta ao apetite do mercado.

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