Concorrência investiga compra de dois fundos imobiliários pela Fidelidade
Parte dos ativos imobiliários nos fundos são utilizados em regime de arrendamento por operadores hospitalares privados concorrentes da Luz Saúde, que pertence ao grupo Fidelidade.
A Autoridade da Concorrência (AdC) abriu uma “investigação aprofundada” à seguradora Fidelidade. Em causa está a operação de concentração que envolve a compra de dois fundos de investimento imobiliário, o Saudeinveste e o IMOFID, segundo anunciado esta sexta-feira o regulador.
“A Autoridade da Concorrência (AdC) decidiu abrir uma investigação aprofundada à operação de concentração que envolve a aquisição de controlo exclusivo, pela Fidelidade, de dois fundos de investimento imobiliário, anteriormente geridos por uma sociedade gestora de fundos do grupo CGD [Caixa Geral de Depósitos]”, avançou, em comunicado, a entidade presidida por Margarida Matos Rosa.
Na análise desta operação, a AdC considerou a “sua dimensão vertical”, tendo em conta que parte dos ativos imobiliários são utilizados “em regime de arrendamento, por operadores hospitalares privados concorrentes da Luz Saúde, empresa que integra o grupo Fidelidade, que passará a deter a gestão dos referidos fundos”.
A AdC decidiu assim dar início a esta investigação por considerar que, “perante os elementos recolhidos até ao momento, não se pode excluir” que a operação resulte em “entraves significativos à concorrência efetiva no mercado”, tendo em conta que foi identificada a possibilidade de vir a ocorrer “um encerramento do mercado aos operadores concorrentes da Luz Saúde que dependem daqueles ativos imobiliários”.
De acordo com a Lei da Concorrência, após as diligências da investigação, a AdC pode decidir não se opor ao negócio, se concluir que a operação, tal como notificada, “não é suscetível de criar entraves significativos à concorrência nos mercados”, ou proibir o negócio se determinar que a concentração é suscetível de criar os referidos entraves, “com prejuízos para os utentes das unidades de cuidados de saúde hospitalares privadas”.
Esta é a segunda investigação aprofundada a operações de concentração que a AdC decide desde o início do ano, após ter passado, em maio, a investigação a operação que envolve o Hospital São Gonçalo de Lagos pelo Grupo Particular do Algarve.
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