CTT poupam meio milhão de euros com cortes de salários na gestão

Tal como o ECO avançou em primeira mão, o novo presidente dos CTT cortou no seu próprio salário para dar o exemplo. Administradores também sofreram corte salarial de 15%. Medida poupa meio milhão.

Tal como o ECO avançou em primeira mão, o novo líder dos CTT iniciou o seu mandato a cortar salários na administração e gestão da empresa. João Bento quer dar o exemplo e renunciou ele próprio a 25% da sua remuneração base. Também o chairman António Gomes Mota viu o seu salário reduzido em 25%, enquanto os restantes administradores executivos e não executivos sofreram cortes salariais de 15%.

A medida entrou em vigor no dia 1 de julho e vale até final do mandato. Tendo em conta as remunerações fixas do ano passado, os cortes deverão permitir poupanças na ordem dos 500 mil euros por ano.

“Esta iniciativa visa evidenciar o forte compromisso que a equipa de gestão e o conselho de administração têm com a orientação de redução da estrutura de despesa da empresa”, revelam os CTT na apresentação dos resultados semestrais.

O grupo teve uma subida de 20% dos lucros para nove milhões de euros na primeira metade do ano. No lado dos gastos operacionais, registou-se uma contenção com a rubrica dos gastos com pessoal a caírem 0,4% para os 169,2 milhões de euros entre janeiro e junho.

João Bento renunciou a cerca de 125 mil euros do seu salário e deverá passar a receber cerca de 370 mil euros por ano. O CEO é quem leva o maior corte de todos. O seu antecessor, Francisco de Lacerda, que deixou a liderança do grupo no passado dia 21 de maio, auferiu em 2018 uma remuneração fixa de 497 mil euros.

Já António Gomes Mota, presidente do conselho de administração, vê o seu salário reduzido em 65 mil euros, e receberá até final do mandato 200 mil euros anualmente. Entre os administradores executivos, os cortes ascendem a cerca de 60 mil euros. Já os administradores não executivos vão receber menos oito mil euros cada.

No plano de reestruturação anunciado no final de 2017, Lacerda já tinha cortado os bónus à administração. O plano passou ainda pelo fecho de estações e saída de trabalhadores.

Em reação à notícia do ECO do passado dia 15 de julho, os analistas do BPI/CaixaBank já tinham afirmado que a medida era “neutra” do ponto de vista da avaliação que fazem da cotação da ação.

Trabalhadores vão ter aumentos

Em sentido contrário, João Bento anunciou internamente aumentos salariais aos trabalhadores que não se opuserem à atualização que será aplicada no próximo mês e com retroativos a 1 de janeiro, isto depois de não ter chegado a acordo com os sindicatos.

Os salários até 1.296,54 euros vão ter um aumento de 1%, enquanto os salários entre 1.296,55 euros e 1.926,65 euros vão ser aumentados em 0,9%. Já os salários entre 1.926,66 euros e 2.821,10 euros terão uma atualização de 0,8%. “É garantido um aumento mínimo de dez euros, o que para um salário de 612 euros se traduz num aumento de 1,6%”, destacam os CTT em comunicado enviado aos trabalhados e a que o ECO teve acesso. A empresa diz que é o quinto ano consecutivo de aumento dos salários.

Os CTT informaram ainda que até final do ano vão admitir 100 carteiros e 50 técnicos de negócios.

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