Sindicato garante que serviços mínimos estão a ser cumpridos. “Fizeram horário de oito horas”, diz Pardal Henriques

Pardal Henriques justifica que questões levantadas sobre serviços mínimos poderão estar relacionadas com o cumprimento de horários. Diz que a situação mostra que os motoristas trabalham horas a mais.

O Sindicato dos Motoristas de Matérias Perigosas (SMMP) garante que os serviços mínimos decretados pelos Governo para a greve do setor estão a ser cumpridos, ao contrário do que disse o primeiro-ministro. Pedro Pardal Henriques explica, no entanto, que os motoristas estão a trabalhar dentro dos horários, enquanto normalmente trabalhariam entre 14 e 15 horas.

“As pessoas cumpriram os serviços mínimos. Provavelmente o governo não esteve aqui e responde à informação que vai recebendo”, disse Pardal Henriques em declarações aos jornalistas, transmitidas pela SIC Notícias. “Fizeram o seu horário de trabalho que são 8 horas e não as 14 ou 15 horas que fazem habitualmente“, concluiu, numa altura em que a SIC Notícias avança que o Conselho de Ministros já terá aprovado a requisição civil e que a deverá anunciar por volta das 19h00.

Durante a tarde desta segunda-feira, o primeiro-ministro afirmou que os serviços mínimos não estão a ser cumpridos e que a GNR e a PSP já estão no terreno. Foi a partir das 14h30 desta segunda-feira que as empresas começaram a reportar o incumprimento dos serviços mínimos, apontou António Costa.

“Em Sines, os serviços mínimos estão a ser incumpridos a 100%, no Aeroporto de Lisboa deveriam estar a 100% e estão a 25%, na Petrogal, por exemplo, deveriam ter sido feitas 225 cargas e foram 48”, refere um comunicado enviado pela associação patronal Antram à Lusa.

Mas o representante do sindicato nega que seja assim. “Desminto esta informação veementemente. Os carros que foram para o aeroporto saíram daqui escoltados e fizeram oito horas. Se foram escalados para fazer quatro viagens e só fizeram três porque o horário de trabalho só o permitiu assim, pode ter acontecido. É sinal de que as pessoas trabalham muito”, disse Pardal Henriques.

O advogado que representa os motoristas de matérias perigosas, que entraram esta segunda-feira em greve, sublinhou que os serviços mínimos foram cumpridos, apesar de os trabalhadores estarem “contrariados” até porque “foram intimidados e pressionados” pelas empresas. “Nunca se viu um aparato assim”, frisou.

Se a requisição civil avançar, como se prevê, deverá ser “gradual e progressiva”, sendo que pode não ser decretada de forma geral. O Governo pode determinar, através de uma portaria, empresa a empresa, região a região, serviço a serviço, em função da necessidade, como já tinha explicado António Costa.

Pardal Henriques considerou que a possibilidade não irá alterar nada à situação atual, reafirmando que os serviços mínimos decretados estão a ser cumpridos. “A requisição civil não irá violar o direito de estas pessoas cumprirem as oito horas de trabalho. Dizer que têm de fazer mais de oito horas por dia é dizer que têm de cometer um crime e acredito que o Governo não irá dizer isso“, acrescentou.

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