Estivadores do Porto de Lisboa ameaçam com greve: “Vamos ter de voltar à batalha”
Operadores portuários rasgaram acordo depois do sindicato ter promovido uma paralisação de 24 horas. Face a isto, os trabalhadores ameaçam regressar à luta.
Os estivadores do Porto de Lisboa queixam-se de que não estão a ser pagos os aumentos salariais previstos para 2018 e 2019, respetivamente de 4% e 1,5%, e denunciam que também há salários a serem pagos às prestações. Face a este cenário, o Sindicato dos Estivadores e da Atividade Logística (SEAL) ameaça avançar para uma nova greve.
Mais de três anos depois de assinar um contrato coletivo de trabalho que previa esses aumentos, o presidente do SEAL, António Mariano, denuncia que “os operadores de Lisboa rasgaram o acordo” depois de uma “paragem de 24 horas em solidariedade” com trabalhadores do sindicato que, segundo o próprio, estão a ser alvo de perseguição noutros portos. “Em Lisboa, vamos ter de voltar à batalha”, atira o líder do sindicato, numa entrevista ao Público (acesso condicionado).
“Há uma cláusula de paz social, mas na qual o sindicato só se compromete a não apresentar pré-avisos de greve sobre as matérias constantes do mesmo, sem antes convocar uma comissão paritária. Esta greve, de 24 horas, um direito constitucional, não tinha nada a ver com o que estava acordado no porto de Lisboa. Foi solidariedade com outros estivadores, que estavam a ser perseguidos”, justifica António Mariano.
Instado a explicar a que perseguições se refere, o presidente do SEAL fala em ações destinadas a “prejudicar financeiramente os trabalhadores” filiados no sindicato. “A perseguição tornou-se particularmente visível nos casos de Leixões e Figueira da Foz, mas também no Caniçal”, aponta, referindo que acabam por não ser “escalados para trabalhos suplementares”, ou que estão a ser criados “sindicatos [regionais] que assinam acordos com condições abaixo das desejáveis”, “desvalorizando” a profissão.
Desde que o SEAL foi criado, já duplicou o número de filiados. “Começámos com 350 associados. Hoje temos quase 600”, avança o presidente. Os plenários já começaram e, antes de avançarem para greve, o SEAL promete “perguntar aos estivadores de todo o país o que fazer”.
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