Com EUA ausentes de cimeira climática, Biden reitera regresso ao Acordo de Paris

  • Lusa
  • 12 Dezembro 2020

O compromisso dos Estados Unidos sob a sua administração será ser neutro em emissões de gases com efeito de estufa até 2050.

O presidente-eleito norte-americano, Joe Biden, reiterou este sábado que os Estados Unidos regressarão ao Acordo de Paris no dia em que assumir o cargo, comprometendo-se a convocar uma cimeira internacional no prazo de 100 dias.

“Os Estados Unidos regressarão ao Acordo de Paris no primeiro dia da minha presidência”, afirmou numa declaração divulgada este sábado, dia da Cimeira da Ambição Climática, uma conferência virtual para dezenas de países fixarem compromissos mais ambiciosos e metas concretas para conseguir conter o aquecimento global até ao fim do século.

O compromisso dos Estados Unidos sob a sua administração será ser neutro em emissões de gases com efeito de estufa até 2050, referiu Joe Biden, que sucede ao negacionista das alterações climáticas Donald Trump, que retirou o país do Acordo de Paris.

“Vou começar a trabalhar com os meus homólogos por todo o mundo para fazermos tudo o que pudermos, incluindo juntar os líderes das maiores economias para uma cimeira climática nos primeiros cem dias da minha presidência”, declarou Biden.

O presidente-eleito dirigiu-se aos cidadãos do seu país – mais de 70 milhões dos quais votaram em Donald Trump nas eleições presidenciais de novembro passado – e declarou que há “uma oportunidade económica enorme para criar empregos e prosperidade” nos Estados Unidos. “Podemos exportar produtos ‘limpos’ fabricados nos Estados Unidos para o mundo, materializando a nossa ambição climática de uma forma boa para os trabalhadores e para a economia americana”, argumentou.

Os Estados Unidos não estarão representados na cimeira virtual que hoje se realiza ao nível do governo federal mas através de governadores de estados como o Michigan (democrata) e o Massachussetts (republicano). Na abertura da cimeira, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, pediu aos líderes mundiais que declarem o estado de emergência climática nos seus países até que se consiga atingir a neutralidade carbónica.

Os objetivos do Acordo de Paris fixados em 2015 vão ser confirmados em 2021 na conferência das partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as alterações climáticas, quando se espera que os cerca de 200 países signatários apresentem novas contribuições determinadas nacionalmente e metas concretas de neutralidade carbónica.

O objetivo último do Acordo é conseguir limitar o aquecimento global até ao fim do século, impedindo que ultrapasse os dois graus centígrados acima da temperatura média da era pré-industrial, mas mantendo-o idealmente nos 1,5 graus.

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Autarquias têm presentes de Natal para comércio local. Há vales, descontos e sorteios

As autarquias têm avançado com várias iniciativas para apoiar o comércio local, numa altura em que existem ainda restrições devido à pandemia, desde vales para usar nas lojas a sorteios.

Com a chegada do Natal, vem a habitual corrida aos presentes. Mas, este ano, com a pandemia ainda ativa no país e restrições em vigor, muitos são os que optam pelas compras online. Para tentar contrariar esta tendência e apoiar os comerciantes, que se viram bastante afetados pelo surto, várias câmaras municipais pelo país estão a avançar com iniciativas para apoiar o comércio local, com vales, descontos e até sorteios.

Nos últimos dias, têm-se multiplicado os anúncios de “presentes de natal” para o comércio local. É o caso da Câmara do Porto, que se juntou à Ágora e à Associação de Comerciantes do Porto, para apoiar o comércio local através de vouchers de consumo” e campanhas de comunicação de Natal, para “salvar o comércio”.

Ao lado, a Câmara de Matosinhos e a Associação Empresarial também têm nos planos a promoção das compras no comércio local através da atribuição de vales de descontos e sorteios de prémios. Aqueles que comprarem nas lojas de comércio tradicional vão contar com vales de desconto de 10% do valor da compra para usar em compras posteriores.

A iniciativa contempla também um vale de desconto de um euro para gastar nas lojas, por cada compra de 10 euros, e a possibilidade de participar em sorteios de prémios caso as compras superem os 20 euros.

Já por Almeirim, a Câmara Municipal fez uma parceria com a Associação MovAlmeirim para apoiar o comércio tradicional do concelho, numa campanha apelidada “5 Val€ o Dobro”. Serão emitidos quatro mil vales de compras no valor de 10 euros cada, que podem ser utilizados nos estabelecimentos comerciais aderentes. Os munícipes podem comprar os vales de desconto por cinco euros, usufruindo de um desconto no mesmo valor no comércio local, sendo que há um limite de três por cada contribuinte.

Esta aquisição de vales também foi a estratégia adotada em Tomar, uma iniciativa que teve sucesso, tanto que já esgotou. “Chegou ao fim a aquisição de cartões Tomar Natal, esgotado que está o plafond de 100 mil euros atribuído pelo município a esta campanha de apoio ao comércio local”, adiantou a autarquia, na página oficial. Os cartões têm um valor de 10 ou 20 euros, nas lojas aderentes, mas podiam ser comprados por metade do preço.

Em Guimarães, a iniciativa para apoiar o comércio local centra-se numa plataforma eletrónica. A Proximcity é um quiosque eletrónico que serve como uma montra digital para o comércio e restauração vimaranense, no qual serão entregues vales aos utilizadores que se registarem. A autarquia tem disponíveis 40 mil euros para estes vales, que é o montante que seria utilizado na festa de passagem de ano. Para além disso, a Câmara tem outros 40 mil euros para o transporte das compras até casa dos moradores, segundo o Jornal de Notícias.

Por Ponte de Lima, os apoios para o comércio local também foram redirecionados, neste caso da festa de Natal dos trabalhadores da autarquia. A iniciativa partiu do Centro de Cultura e Desporto dos trabalhadores da Câmara de Ponte de Lima, que decidiu transformar o dinheiro que ia ser gasto na festa em vales de compras para o comércio local. Os vales que vão ser criados para os trabalhadores da autarquia têm o valor global de 67 mil euros.

Há sorteios e concursos para incentivar compras no comércio local

Há ainda outras formas de incentivo às compras nas lojas tradicionais, como concursos e sorteios. Em Macedo de Cavaleiros, quem fizer compras nas lojas aderentes, no valor de 25 euros ou mais, vai receber um cupão de participação num concurso, que, através de um sorteio, vai atribuir 15 prémios, que incluem um automóvel, uma scooter ou um computador portátil. O concurso estende-se de 15 de dezembro de 2020 até 15 de junho de 2021.

Na Azambuja, a Câmara juntou-se à Associação de Comércio, Indústria e Serviços do Município de Azambuja, para sortear cinco vales de 100 euros cada, a utilizar no comércio do concelho. Por cada 10 euros de compras nas lojas do concelho de Azambuja, será entregue um cupão de participação para o sorteio, sendo que há um limite máximo de 10 cupões por fatura. O cupão tem de ser entregue nas Juntas de Freguesia do Concelho de Azambuja, Unidade de Atendimento ao Público em Aveiras de Cima, Biblioteca Municipal de Alcoentre ou no Posto de Turismo em Azambuja.

Por Espinho, a Câmara decidiu disponibilizar aos comerciantes do concelho que adiram à iniciativa 25 mil cupões, a dar aos clientes, que serão depois sorteados. Os prémios que os clientes com cupões poderão ganhar são 127 vales de valores que vão entre os 20 e os mil euros, a descontar em compras nos estabelecimentos aderentes.

Já a Câmara de Castro Daire já tinha feito em anos anteriores um concurso para os compradores do comércio local, algo que repetiu agora com a pandemia. Ainda assim, a autarquia decidiu também avançar para outra iniciativa, na qual os habitantes podem apresentar as faturas de compras nas lojas, no gabinete do empreendedor do município, e receber vouchers de 10% dos gastos, até ao limite de 25 euros de vales, que têm validade novamente no comércio local, segundo a Agência Lusa.

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Guterres pede a todos os líderes mundiais que declarem estado de emergência climática

  • Lusa
  • 12 Dezembro 2020

Já houve 38 países que declararam o estado de emergência climática. O secretário-geral da ONU "implora" que os restantes países façam o mesmo.

O secretário-geral das Nações Unidas pediu este sábado a todos os líderes mundiais que declarem estado de emergência nos seus países até que consigam atingir a neutralidade carbónica.

Falando na abertura da Cimeira da Ambição Climática, organizada em parceria pela ONU, Reino Unido, França e Itália, António Guterres reiterou que o mundo “ainda não está a ir na direção certa” para travar as alterações climáticas e que poderá estar a caminho de “um aumento de temperatura catastrófico de mais de três graus neste século”.

“Apelo a todos os líderes mundiais para declararem estado de emergência climática nos seus países até que se atinja a neutralidade nas emissões de dióxido de carbono. Já houve 38 países que o fizeram. Imploro a todos os outros que os sigam“, declarou o português, falando numa ligação vídeo a partir da sede da organização, em Nova Iorque.

O objetivo das Nações Unidas para o próximo ano será conseguir “uma coligação alargada” com o objetivo de conseguir a neutralidade carbónica a meio do século.

Aos países subscritores do Acordo de Paris para combate às alterações climáticas, que hoje farão declarações na Cimeira da Ambição Climática, pediu que tenham “metas claras de curto prazo” que se reflitam nas contribuições determinadas nacionalmente que estão obrigados a apresentar a tempo da próxima conferência das partes do acordo, prevista para o próximo ano na cidade escocesa de Glasgow.

Os compromissos assumidos em Paris em 2015 “estão longe de ser suficientes e mesmo esses não estão a ser cumpridos”, alertou, questionando se alguém ainda pode pôr em causa que o mundo enfrenta “uma emergência dramática”. “Precisamos de contribuições significativas agora”, exigiu Guterres, pedindo que o objetivo de curto prazo seja “reduzir as emissões globais em 45% até 2030”.

António Guterres salientou que os níveis de dióxido de carbono estão em níveis recorde e que atualmente, a temperatura média mundial está 1,2 graus centígrados mais quente do que na era pré-industrial, mas que os esforços para manter o aquecimento global nos 1,5 graus não estão “condenados a falhar”.

No entanto, considerou que “é inaceitável” que os países do grupo das 20 maiores economias estejam a gastar nos seus pacotes de estímulo à recuperação económica pós-pandemia “mais 50 por cento em setores ligados à produção de combustíveis fósseis do que em produção de energia de baixas emissões carbónicas”.

“Os biliões de dólares precisos para a recuperação pós-covid-19 são dinheiro que estamos a pedir emprestado às gerações futuras”, declarou, considerando que é “um teste moral” optar por políticas que não sobrecarreguem as gerações futuras com uma montanha de dívidas num planeta destroçado”.

Setores como a aviação e o transporte marítimo precisam de dar o seu contributo e mudar a maneira de operarem, defendeu, e o setor da banca tem que dar o exemplo e investir menos em setores poluentes e apoiar energias e indústrias mais limpas. “A tecnologia está do nosso lado e as energias renováveis estão mais baratas a cada dia que passa“, declarou.

Líderes mundiais afirmam compromisso com combate global às alterações climáticas

Líderes mundiais de vários continentes defenderam este sábado a redução das emissões de gases com efeito de estufa como um esforço que tem que ser global, declarando a intenção de abandonar indústrias poluentes e mudar a produção de energia na próxima década.

Intervindo na Cimeira da Ambição Climática, que se realiza virtualmente, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, apresentou a redução de emissões de gases com efeito de estufa em 55% até 2030 como o “novo cartão de visita” da Europa, afirmando que a meta acordada na sexta-feira pelos líderes dos 27 parceiros europeus é o sinal para começar a “aumentar a ação climática”. No entanto, salientou que “essa não é uma tarefa só para a Europa”, um continente que é responsável por menos de 10% das emissões globais“.

O primeiro-ministro do Reino Unido, que organiza a cimeira com a França e as Nações Unidas, Boris Johnson, declarou que o seu país vai “tão cedo quanto possível” deixar de financiar projetos baseados em combustíveis fósseis fora do Reino Unido. Admitiu “exceções limitadas” para centrais elétricas a gás, mas garantiu que os britânicos irão respeitar as premissas do Acordo de Paris, cortando os financiamentos que nos últimos quatro anos ascenderam ao equivalente a 23 mil milhões de euros.

Se tomarmos medidas ambiciosas, criaremos empregos para o futuro, daremos impulso à recuperação pós-covid-19 e protegeremos o nosso planeta para as gerações futuras“, declarou Boris Johnson, reiterando o objetivo de o Reino Unido reduzir as emissões de gases com efeito de estufa em 68 por cento até 2030.

O presidente chinês, Xi Jianping, afirmou novas metas para a economia chinesa atingir até 2030, incluindo uma redução de 65% das emissões de dióxido de carbono por unidade do Produto Interno Bruto em relação a 2005 e um aumento de consumo de energia produzida a partir de fontes não-fósseis de 25%.

O unilateralismo não nos levará a lado nenhum“, declarou, indicando ainda que a China tenciona atingir daqui a dez 1,2 mil milhões de quilowatts de produção de energia a partir de fontes solares e eólicas e aumentar a sua massa florestal em seis mil milhões de metros cúbicos.

Falando a partir do Vaticano, o Papa Francisco salientou que os efeitos das alterações climáticas no mundo têm “repercussões nas vidas dos mais pobres e mais fracos”, defendendo que é preciso “promover uma cultura de cuidado, de dignidade humana e de bem comum” que se traduza em estratégias para conseguir a neutralidade nas emissões.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, salientou que dos 108 mil milhões de euros acordados entre os parceiros europeus para a recuperação económica dos próximos anos, motivados pela crise da pandemia da covid-19, 30 mil milhões serão dedicados “ao desafio das alterações climáticas”.

A Cimeira da Ambição Climática é uma organização conjunta das Nações Unidas, França e Reino Unido, que no próximo ano receberá em Glasgow a Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas, em que serão revistos os compromissos nacionais dos países signatários do Acordo de Paris.

O objetivo do acordo é conter o aquecimento global até ao fim do século, impedindo que ultrapasse os dois graus centígrados a mais em relação à era pré-industrial mas apontando para que, idealmente, se situe em 1,5 graus.

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CDS apoia Marcelo nas presidenciais. “É o melhor para unir o país”

A direção do CDS propôs este sábado ao Conselho Nacional que o partido apoie Marcelo Rebelo de Sousa nas presidenciais de janeiro de 2021. A proposta foi aceite pelos conselheiros.

O presidente do CDS, Francisco Rodrigues dos Santos, propôs este sábado ao Conselho Nacional dos centristas que o partido apoie a recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa a Presidente da República. Os conselheiros, que estão reunidos em formato remoto, decidirão se mantêm o apoio dado em 2016. As eleições presidenciais realizam-se a 24 de janeiro.

A proposta da direção acabou por ser aceite ao final da tarde com 82% dos conselheiros a favor do apoio do CDS a Marcelo Rebelo de Sousa. Houve 153 votos a favor, 34 contra e 28 abstenções. Apesar do resultado da eleição, a atual direção não escapou a duras críticas de oponentes internos, segundo a Lusa, com João Almeida e Adolfo Mesquita Nunes a atacar a liderança de Francisco Rodrigues dos Santos.

“Porquê Marcelo Rebelo de Sousa? É o melhor para unir, não apenas no nosso espaço político, mas para unir todo o país”, disse Francisco Rodrigues dos Santos na sua intervenção inicial da reunião dos centristas, referindo que “algumas das pessoas que agora criticam o Presidente, nem lhes passa peça cabeça que Marcelo não seja eleito”. “É a única candidatura onde o interesse nacional está claramente acima de qualquer interesse partidário“, assegura.

O líder do CDS fez um longo discurso de elogios a Marcelo, assinalando os “valores cristãos e ocidentais” do candidato que é “previsível e confiável” nas questões “fundamentais”. “É uma garantia de estabilidade”, disse Francisco Rodrigues dos Santos, referindo o caso da tragédia de Pedrogão e a proximidade com o povo, em particular os mais desfavorecidos. “Marcelo conseguiu acabar com o falso mito de que a sensibilidade social era exclusiva da esquerda“, considera.

O centrista foi ainda mais longe, já a pensar na reeleição de Marcelo, e apontou para o segundo mandato em que pode “ocorrer o declínio do ciclo do PS em Portugal”, tendo o centro-direita e a direita de construir uma “alternativa política à esquerda”. “O CDS tem todo o interesse que exista um Presidente da República com uma votação suficientemente clara que lhe permita ter a força necessária para arbitrar o sistema político, evitando a provocação artificial de eleições para benefícios eleitoral exclusivo da esquerda e eventuais tentativas de venezuelização do regime”, afirmou Rodrigues dos Santos, concluindo que Marcelo é o “político mais bem preparado para o assegurar”.

(Notícia atualizada às 10h10 doa dia 13 de dezembro com o resultado da eleição)

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Morreram mais 88 pessoas com Covid-19. Há mais 4.413 infetados

Nas últimas 24 horas foram identificados 4.413 novos casos de coronavírus em Portugal. O número total de pessoas infetadas sobe para 344.700.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou 4.413 novos casos de infeção por coronavírus, elevando para 344.700 o número de infetados desde o início da pandemia. Foram registadas mais 88 mortes nas últimas 24 horas, abaixo das 95 mortes registadas no boletim desta sexta-feira, o que correspondeu a um máximo.

Do número total de infetados, a esmagadora maioria está a fazer o tratamento em casa, sendo que 3.093 (-137) estão internados em unidades hospitalares, dos quais 503 (-4) nos cuidados intensivos. Há 73.977 pessoas (-917) sob vigilância das autoridades de saúde.

Nas últimas 24 horas morreram 88 pessoas vítimas da doença, das quais 38 na região Norte, 26 em Lisboa e Vale do Tejo, 21 no Centro e três no Alentejo. O Algarve e os arquipélagos da Madeira e dos Açores não registaram mais mortes.

Boletim epidemiológico de 12 de dezembro

A região do Norte voltou a concentrar a maioria das novas infeções. Dos 4.413 novos casos registados nas últimas 24 horas, 2.078 foram nesta região: 47% do total do país.

O Norte continua a ser a região mais afetada pela pandemia, com 180.456 pessoas infetadas e 2.616 mortes. Atrás aparece a região de Lisboa e Vale do Tejo (111.982 casos de infeção e 1.889 mortes), à frente do Centro (36.096 casos e 738 mortes), do Alentejo (7.743 casos e 141 mortes) e do Algarve (6.077 casos e 58 mortes). Nas ilhas, os Açores registam 1.301 casos e 20 mortos, enquanto a Madeira tem 1.045 pessoas infetadas e regista três vítimas mortais.

Os dados revelados pelas autoridades de saúde dão ainda conta de mais 4.805 recuperados, mais do que o número de novos infetados. No total, já 268.453 pessoas recuperaram da doença e há 70.786 casos ativos.

(Notícia atualizada às 14h20 com mais informação)

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Marinha britânica a postos para proteger águas em caso de ‘no deal’

  • Lusa
  • 12 Dezembro 2020

O anúncio ocorre numa altura em que foram acelerados os planos de contingência dos dois lados do Canal da Mancha para o caso de não haver acordo sobre a relação futura entre o Reino Unido e a UE.

Quatro navios da Marinha britânica estão a postos para proteger as águas de pesca do Reino Unido se não houver acordo com a União Europeia (UE) até 31 de dezembro, confirmou este sábado fonte do Ministério da Defesa britânico.

Citada pelas agências AFP e EFE, a fonte confirmou informações publicadas pela imprensa britânica segundo as quais os quatro navios, de 80 metros de comprimento, foram mobilizados e terão o poder de “parar, inspecionar e apresar” navios de pesca de países da UE que entrem em águas britânicas.

A Royal Navy tem definidas “medidas robustas” para preservar os direitos do Reino Unido “como Estado costeiro independente” se, findo o período de transição pós-‘Brexit’, a 31 de dezembro, não houver acordo com Bruxelas para regular a relação futura e, em particular, a pesca.

O anúncio ocorre numa altura em que foram acelerados os planos de contingência dos dois lados do Canal da Mancha para o caso de não haver acordo sobre a relação futura entre o Reino Unido e a UE. As negociações recomeçaram na sexta-feira em Bruxelas, com um prazo apertado até domingo para se tentar alcançar um acordo pós-‘Brexit’.

As duas partes admitiram nos últimos dias divergências que dificultam um entendimento antes de 31 de dezembro, o que implicará a aplicação de barreiras ao comércio como quotas e taxas aduaneiras nos produtos importados pelos respetivos mercados a partir de 2021.

Desde a saída oficial da UE em 31 de janeiro, o Reino Unido continuou a aplicar as regras europeias e somente após o final do período de transição é que sairá do mercado único e da união aduaneira dos 27.

O acesso europeu às águas britânicas, as garantias exigidas pela UE em termos de concorrência em troca do acesso britânico sem tarifas nem quotas ao mercado único e um mecanismo de resolução de conflitos são os principais pontos de discórdia.

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O que fez Portugal em 5 anos pelo Acordo de Paris? Veja aqui

  • Capital Verde
  • 12 Dezembro 2020

O Governo publicou uma infografia que sintetiza os progressos alcançados, em território nacional, nos últimos cinco anos, e relembra as metas do país para atingir a neutralidade carbónica.

No dia em que se celebram os cinco anos do Acordo de Paris, o Ministério do Ambiente e da Ação Climática, com o apoio da Agência Portuguesa do Ambiente, publica o texto do Acordo, ratificado, até ao momento, por 189 das 197 Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas.

Aprovado pela Resolução da Assembleia da República n.º 197-A/2016 e ratificado pelo Decreto do Presidente da República n.º 79-M/2016, o Acordo tem assim uma primeira versão “mais amiga dos leitores e dos interessados pela matéria”, refere o MAAC em comunicado.

Da brochura dedicada ao Acordo contam-se ainda textos do Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros e do Ministro do Ambiente e da Ação Climática.

No seu texto, João Pedro Matos Fernandes ressalva que: “Com o Acordo de Paris e a evidência científica da urgência da ação climática, estabelecemos uma nova ambição, assumida, no ano seguinte, na COP de Marraquexe, pelo Primeiro-Ministro de Portugal: fomos o primeiro país a assumir o desígnio da neutralidade carbónica até 2050, ambição em que fomos seguidos por muitos outros. Hoje, parece banal o que, em 2016, foi disruptivo.”

E defende, ainda que: “O nosso futuro, com o Ambiente no centro da ação, é um momento de afirmação. De afirmação de uma tese, a nossa, de que a política ambiental é uma política ativa, que defende os valores ambientais ao erigir um modelo económico sustentável, nele abarcando formas de produzir, de consumir e de proteger recursos. Uma política que recusa o “Não” como princípio cautelar, mas que também não aceita claudicar a interesses de um modelo económico predador e, por isso, sem futuro.”

Da brochura disponível no site da APA (https://apambiente.pt/) faz parte, ainda, uma infografia que sintetiza os progressos alcançados, em território nacional, nos últimos cinco anos, e relembra as metas do país para atingir a neutralidade carbónica.

No seu artigo, Augusto Santos Silva nota que: “A conclusão do Acordo e a subsequente ratificação rápida e generalizada
(para o que é habitual em grandes convenções internacionais) representaram, em si mesmas, um sucesso diplomático. O papel da França, do seu Presidente François Hollande, do seu ministro dos Negócios Estrangeiros Laurent Fabius e da sua diplomacia não deve ser ignorado, porque foi mesmo determinante. O Acordo beneficiou também, muito, do empenhamento das Nações Unidas, no mandato do Secretário-Geral Ban Ki-Moon. Com o início de funções, em janeiro de 2017, do novo Secretário-Geral, António Guterres, este empenhamento tornou-se ainda maior. Guterres tem feito, a justo título, da luta contra as alterações climáticas a causa principal da sua ação. Tem alertado as nações, tem incentivado a sociedade civil e a opinião pública mundial, tem advogado políticas públicas e tem colocado, incansavelmente, na ordem do dia das organizações multilaterais, a questão da sobrevivência do Planeta. Como dizia, a 2 de dezembro de 2020, em entrevista ao jornal El País, a humanidade tem estado em guerra com a natureza e é preciso fazer as pazes. A Terra é o nosso bem comum, o seu futuro é o nosso futuro e é coletivo o encargo de assegurá-lo.”

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Mais de um terço dos portugueses não quer vacinar-se contra a Covid-19

  • Lusa
  • 12 Dezembro 2020

48,5% dos inquiridos respondem que "sim", 37,2% "não" e 14,3% têm dúvidas, não sabem ou não querem revelar o que farão.

Mais de um terço dos portugueses afirmam não querer vacinar-se contra a covid-19 por não acreditarem na eficácia do medicamento que deverá chegar a Portugal em janeiro, segundo um estudo da Eurosondagem divulgado este sábado.

À questão “quando houver uma vacina contra a covid-19, acredita nela e vai vacinar-se?”, 48,5% dos inquiridos respondem que “sim”, 37,2% “não” e 14,3% têm dúvidas, não sabem ou não querem revelar o que farão.

Neste estudo da Eurosondagem para o Porto Canal e o semanário Sol, a maioria dos entrevistados que se opõem à vacina são do sexo feminino (37,2%), contra 36,9% do sexo masculino. Entre os homens a vacina tem mais apoio (49%) do que entre as mulheres (48%). A Eurosondagem não estratificou as respostas a esta questão por grupos etários.

Outra questão colocada na sondagem foi a recandidatura de Marcelo Rebelo de Sousa a Presidente da República, com 72% a responder que “fez bem”, 15,5% “não fez bem” e 12,5% a manifestar dúvidas ou não responder.

O estudo incluiu também uma questão sobre a “grande controvérsia entre as atuais operadoras de telecomunicações e a ANACOM sobre o 5G”. Nas respostas, só 15,2% dos entrevistados disseram concordar com “um leilão aberto a novos operadores”. A “melhoria e universalidade da atual rede móvel em 3G e 4G e voz” foi a opção escolhida por 65,5% dos inquiridos, com 19,3% a não responder.

No tradicional barómetro das legislativas, o PS continua na frente, com 38,8%, subindo quase na mesma proporção (2,4 pontos percentuais) da descida do BE (2,3 pontos percentuais) relativamente aos resultados das últimas legislativas.

O BE cai mais de um ponto percentual (1,1) relativamente à sondagem de novembro, o PS sobe 0,5 p.p. e o PSD 0,3 p.p. O PSD recolhe agora 29,4% das preferências, o BE 7,2%, a CDU 5,3%, o Chega 5,2%, o CDS 2,5%, o PAN 2,0% e a Iniciativa Liberal 1,1%.

O estudo da Eurosondagem foi realizado entre o segunda e quinta-feira através de 1.020 entrevistas telefónicas validadas para fixos e móveis e tem um erro máximo de 3,07% para um grau de probabilidade de 95%.

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Desinformação e ciberataques ligados à vacinação irão aumentar no semestre português

  • Lusa
  • 12 Dezembro 2020

Esta tendência tornou-se clara na quarta-feira passada quando a Agência Europeia do Medicamento anunciou que tinha sofrido um ciberataque, tendo sido pirateados documentos relacionados com a vacina.

O aumento de ciberataques e de desinformação que surgiu com a pandemia da covid-19 continuará durante a presidência portuguesa da União Europeia (UE), tornando-se a vacinação um dos temas privilegiados pelos cibercriminosos, referem responsáveis à Lusa.

“Se, durante o início da pandemia, o tema utilizado pelos ‘hackers’ era a covid-19, agora estamos a ver um grande desenvolvimento na utilização da vacina. A vacina, neste momento, é o tema, é o assunto que os cibercriminosos estão a utilizar para atrair vítimas para os seus ataques”, refere Marco Barros Lourenço, responsável pela Investigação e Inovação da Agência Europeia para a Segurança das Redes e da Informação (ENISA, na sigla em inglês), em entrevista à Lusa.

Segundo o investigador português, o facto de as pessoas quererem “procurar informação muito rapidamente” – da fiabilidade das vacinas, à maneira como serão administradas ou aos efeitos secundários que poderão criar – “dá azo” a várias ações que podem tomar a forma de campanhas de desinformação ou de ciberataques.

“Durante o início da pandemia, vimos [mensagens] SMS falsas da Direção-Geral da Saúde (DGS) e de outras autoridades noutros Estados-membros. Vamos ver, provavelmente – e já estamos a começar a ver – mensagens a chamar as pessoas para serem vacinadas e clicarem no ‘link’ para se registarem para obterem uma vacina, por exemplo. São situações das quais, tipicamente, os ‘hackers’ tentam tirar vantagem”, sublinha Barros Lourenço.

Esta tendência tornou-se clara na quarta-feira passada quando a Agência Europeia do Medicamento (AEM) anunciou que tinha sofrido um ciberataque, tendo sido pirateados documentos relacionados com a vacina contra a covid-19 da Pfizer e da BioNTech.

Também Irene Plank, diretora de comunicação estratégica no Ministério de Relações Externas da Alemanha e responsável pela desinformação durante a presidência alemã, refere, em entrevista à Lusa, que a pandemia criou um “cenário de sonho” para quem quer difundir desinformação. “A covid-19 foi algo que fez com que as pessoas se sentissem muito inseguras, ninguém sabia ao certo do que é que se tratava… E, quando se procura informação na Internet, cria-se um cenário de sonho para quem quer difundir informação. Foi, claro, o que aconteceu”, refere Plank.

Interrogada acerca da resposta dada pela presidência alemã às campanhas de desinformação, Irene Plank refere que, nos casos em que a integridade física das pessoas não foi posta em causa, a presidência optou por ignorar as campanhas e abrir canais de informação credíveis. “A nossa filosofia geral é: não, não desmascaramos. Preferimos utilizar a nossa própria comunicação, que é baseada em factos, (…) e tentar fazer com que chegue a esses espaços [de desinformação]. Acreditamos na força das narrativas baseadas em factos”, frisa Plank.

Ainda que ressalvando que, na maioria dos casos, “não havia muito esforço por trás das ações” de desinformação, nem o intuito de se “criar uma história completa”, Plank salienta que o objetivo costumava ser o de “enfraquecer a coesão dentro da UE e, também, dentro das sociedades respetivas que compõem a UE”. A responsável alemã sublinha assim que pode dizer “de maneira segura” que Portugal terá de continuar a “lidar com toda a desinformação ligada à covid”. “Acho que podemos dizer com segurança que a presidência portuguesa irá continuar a lidar com os desafios originados pela pandemia, incluindo com toda a desinformação ligada à covid”, refere Plank.

Também Hanna Smith, diretora de investigação e análise no Centro Europeu de Excelência para Combate às Ameaças Híbridas, frisa à Lusa que “não há dúvidas” que o que tem sido visto “em termos de desinformação e ciberataques” continuará, incluindo durante a presidência portuguesa. “A melhor maneira de olharmos para o fenómeno é pensar que irá continuar, que os ataques irão continuar e, por isso, temos de monitorizar a 360º graus o maior número de áreas possível”, sublinha Hanna Smith.

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Investimento dos vistos ‘gold’ aumenta 35% em novembro para 50 milhões

  • Lusa
  • 12 Dezembro 2020

No que respeita à transferência de capitais, este critério captou 2,8 milhões de euros, não tendo sido, mais uma vez, atribuído qualquer visto por via da criação de postos de trabalho.

O investimento captado através dos vistos ‘gold’ subiu 35% em novembro, face a igual período de 2019, para 50 milhões de euros, de acordo com contas feitas pela Lusa com base nas estatísticas do SEF.

Em novembro, o investimento resultante da concessão de vistos ‘gold’, como também é conhecido o programa de Autorização de Residência para Investimento (ARI), que fez oito anos em outubro, ascendeu a 50.097.072,66 euros, mais 35% que em igual mês do ano passado (37 milhões). Também face a outubro (28,6 milhões de euros) o investimento cresceu, representando um aumento de cerca de 75%.

No mês passado foram atribuídos 86 ARI, dos quais 80 no âmbito da compra de bens imóveis (17 para reabilitação urbana) e seis por via de transferência de capital. A compra de imóveis captou um investimento de 47 milhões de euros, dos quais 6,1 milhões de euros corresponderam à aquisição para reabilitação urbana.

No que respeita à transferência de capitais, este critério captou 2,8 milhões de euros, não tendo sido, mais uma vez, atribuído qualquer visto por via da criação de postos de trabalho. Do total das concessões de vistos ‘dourados’ em novembro, 22 foram provenientes da China, 12 dos Estados Unidos, nove do Brasil, cinco de África do Sul e quatro da Índia.

O montante do total acumulado nos primeiros 11 meses do ano ascende a 619 milhões de euros, menos 11% que em igual período de 2019. Entre janeiro e novembro, foram atribuídos 1.133 vistos ‘dourados’.

O programa de concessão de ARI, que foi lançado em outubro de 2012, registou em novembro um investimento acumulado de 5.611.245.577,06 euros. Desde montante, a maioria corresponde a aquisição de bens imóveis, que ao fim de mais de oito anos totaliza 5.071.440.353,18 euros.

Destes mais de cinco mil milhões de euros, 274,5 milhões de euros corresponde a investimento realizado na compra de imóveis para reabilitação urbana. Por sua vez, os vistos atribuídos por via do critério de transferência de capitais totalizaram 539.805.223,88 euros.

Desde a criação deste instrumento, que visa a captação de investimento estrangeiro, foram atribuídos 9.340 ARI: dois em 2012, 494 em 2013, 1.526 em 2014, 766 em 2015, 1.414 em 2016, 1.351 em 2017, 1.409 em 2018, 1.245 em 2019 e 1.133 em 2020.

Até novembro, em termos acumulados, foram atribuídos 8.782 vistos ‘gold’ por via de compra de imóveis, dos quais 761 tendo em vista a reabilitação urbana. Por requisito da transferência de capital, os vistos concedidos totalizam 541 e mantêm-se 17 por via da criação de postos de trabalho (nos últimos meses não tem sido registado qualquer visto atribuído por esta via).

Por nacionalidades, a China lidera a atribuição de vistos (4.750), seguida do Brasil (986), Turquia (450), África do Sul (391) e Rússia (355). Desde o início do programa foram atribuídas 15.965 autorizações de residência a familiares reagrupados, das quais 1.342 em 2020.

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Cinco anos depois do Acordo de Paris, a situação não é otimista, diz a Zero

  • Lusa
  • 12 Dezembro 2020

A falta de otimismo desta organização ambientalista, expressa em comunicado, deve-se ao aumento das emissões que se verificava no período pré-pandemia e à intensificação dos impactos climáticos.

A Zero considera que cinco anos depois do Acordo de Paris de combate às alterações climáticas “a situação não é otimista” e que “é hora de fazer valer as oportunidades económicas, políticas e sociais” que aquele potenciou.

A falta de otimismo desta organização ambientalista, expressa em comunicado, deve-se ao aumento das emissões que se verificava no período pré-pandemia e à intensificação dos impactos climáticos. Contudo, relativiza, “há cinco anos a ideia de uma sociedade descarbonizada era impraticável. Hoje, qualquer país e empresa sensatos têm a prazo o objetivo de atingir a neutralidade climática. Tal não teria acontecido sem os objetivos ambiciosos do Acordo de Paris”.

No seu texto, a Zero apresenta as que considera serem as tendências positivas e negativas em Portugal e no mundo. Neste período e relativo a Portugal, a Zero realça, em termos positivos, a assunção pelo Governo da “intenção de se atingir a neutralidade carbónica em 2050”, e a aprovação do respetivo roteiro, bem como a “integração de uma forte componente de mitigação climática na Visão Estratégica para o Plano de Recuperação Económica de Portugal 2020-2030 e no Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal”.

Ainda nesta apreciação positiva, referente a Portugal, a Zero menciona alguns anúncios, como a discussão de diversos projetos de uma Lei do Clima, o fim do uso do carvão para produção de eletricidade em 2021 e investimentos em energias renováveis e ainda o compromisso de empresas com a neutralidade carbónica.

Pelo contrário, neste quinquénio, a Zero destaca, em termos negativos, os projetos de expansão do aeroporto da Portela e a construção do aeroporto do Montijo, as “enormes emissões recorde associadas aos incêndios florestais em 2017”, o aumento de 3% das emissões de gases com efeito de estufa entre 2015 e 2018 e o facto de, apesar dos apoios ao transporte público, o setor dos transportes, muito por via do transporte rodoviário individual, continuar a representar cerca de um quarto do total das emissões.

Em termos mundiais, pela negativa, a Zero aponta, desde logo, o aumento das emissões de gases de efeito de estufa até 2019. Se as emissões de dióxido de carbono podem cair sete por cento em 2020, “no entanto, as concentrações atmosféricas de gases de efeito de estufa continuam a aumentar”. A Zero denuncia também que os atuais compromissos não só continuam “seriamente inadequados” para atingir as metas do Acordo de Paris como levam a um aumento de temperatura de pelo menos 3 ºC até o final do século.

Por junto, acentua no seu texto, “até agora, a oportunidade de medidas de recuperação para estimular a economia e, ao mesmo tempo, acelerar uma transição para baixo carbono tem estado a ser amplamente perdida”, sendo que “as mudanças nos modelos de produção e de consumo são um pré-requisito para sustentar as reduções nas emissões de gases de efeito de estufa”. Em particular, a Zero realça que “os cidadãos mais ricos têm continuado a aumentar as suas emissões à custa dos mais pobres”.

Pela positiva, em termos mundiais, a Zero evidencia que “desde Paris, o desenvolvimento de soluções de baixo carbono progrediu mais rapidamente do que muitos imaginavam” e que “o fim do uso do carvão e o pico de procura do petróleo – se é que já não está para trás – estão agora num horizonte mais próximo”. Por outro lado, a Zero entende que “o número crescente de países que se estão a comprometer com metas de emissões líquidas zero até meados do século é o pináculo da política climática de 2020”.

Porém, alerta, para esta tendência, “permanecer viável e confiável, é imperativo que esses compromissos sejam traduzidos urgentemente em fortes políticas e ações de longo prazo, refletidas nas contribuições determinadas no quadro do Acordo de Paris”.

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773 mil trabalhadores perdem turnos por causa da pandemia

  • ECO
  • 12 Dezembro 2020

No verão, o número de trabalhadores com turnos baixou 7,6% num período em que o número de postos de trabalho baixou 3%.

O número de trabalhadores que fazia turnos vinha a crescer há uma década, mas a pandemia interrompeu essa tendência. Com o funcionamento dos estabelecimentos a meio-gás, a necessidade de trabalhar no serão, à noite, ao sábado e ao domingo deixou de existir para 773 mil trabalhadores este verão, de acordo com o Jornal de Notícias deste sábado.

Segundo o jornal, que cita dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o trabalho por turnos cresceu 31% entre 2011 e 2019. Contudo, em 2020, no terceiro trimestre, que engloba o verão, o número de trabalhadores com turnos baixou 7,6% num período em que o número de postos de trabalho baixou 3%. A descida é mais expressiva nos que trabalham à noite (-27,6%), seguindo-se o serão (-20,6%), ao domingo (-14%) e ao domingo (-13,5%).

Se em alguns setores como a saúde as horas extraordinárias estão a bater recordes, no caso dos setores ligados ao turismo, como é o caso da restauração, alojamento e comércio, a necessidade de horas extra foi reduzida não só pelo menor número de turistas, mas também pelas restrições introduzidas por causa da pandemia. Além disso, o desemprego e o lay-off simplificado também contribuem para explicar este fenómeno, ao lado da quebra da procura.

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