O verde tem género? Lisboa chama empreendedoras sustentáveis para o programa Women4Climate Lisboa
O programa internacional de mentoria para empreendedoras Women4Climate chegou a Portugal pela mão de Lisboa como Capital Verde Europeia 2020. As candidaturas estão abertas até 29 de março.
Lisboa foi eleita Capital Verde Europeia 2020 e está à procura de mulheres empreendedoras para desenvolver projetos no âmbito da Economia Verde. A iniciativa internacional Women4Climate chega assim a Portugal pela mão da Câmara Municipal de Lisboa, da Startup Lisboa e da Casa do Impacto.
Este programa de mentoria no feminino enquadra-se na rede internacional C40 de Grandes Cidades para a Liderança Climática e tem como objetivo angariar a participação de mulheres com projetos de empreendedorismo que se enquadrem nos objetivos da Lisboa Capital Verde 2020. As candidaturas estão abertas até ao próximo dia 29 de março e a vencedora ganhará um prémio monetário de 10 mil euros.
O Women4Climate é apresentado esta quarta-feira, 19 de fevereiro, na sede da Lisboa Capital Verde Europeia 2020, na Praça do Município, numa sessão com a intervenção de Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, e de Silvia Macron, líder da iniciativa Women4Climate na rede C40. O evento ficará marcado pela troca de ideias sobre as diferenças de género na área do empreendedorismo e da igualdade de acesso às posições de liderança entre mulheres e homens, com debate dedicado ao tema “O verde tem género?”.
A deputada Catarina Marcelino, Maria João Rodrigues, da Lisboa E-nova, Raquel Moreiras, da Plataforma Greve Climática Estudantil, e Diogo Silva, ativista pelo clima e empreendedor, são os convidados que vão debater as questões de género e sustentabilidade, sob a moderação de Inês Sequeira, da Casa do Impacto.
A versão lisboeta deste programa global de mentoria nasceu da adesão da cidade de Lisboa à rede C40, um grupo do qual fazem parte as grandes cidades que pretendem combater as alterações climáticas. “É um programa de mentoria e capacitação de mulheres responsáveis por projetos com um impacto climático positivo, com o objetivo simultâneo de chamar a atenção para o papel-chave das mulheres no ativismo climático nas cidades“, explicou a organização em comunicado, acrescentando: “Para se inscreverem, as empreendedoras devem ter um projeto inovador nas áreas prioritárias de Lisboa Capital Verde 2020: energia, mobilidade, água, ruído, qualidade do ar, alterações climáticas, economia circular e biodiversidade —bem como novos modelos de negócio que privilegiem a economia circular e promovam a biodiversidade, em alinhamento com os objetivos da Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU)”.
O Women4Climate Lisboa é aberto a candidaturas de mulheres de qualquer nacionalidade, maiores de 18 anos, concorrendo individualmente ou em equipa.
Na prática, o programa de mentoria é constituído por duas fases. A primeira é um bootcamp intensivo de 7 dias, distribuídos ao longo de duas semanas, no qual as participantes podem criar, desenvolver e partilhar as suas ideias de negócio (ou negócios) e respetiva implementação. A segunda fase é um programa de acompanhamento dividido em três tipos de atividades: mentoria individual e personalizada; eventos na comunidade e eventos de networking.
As candidatas pré-selecionadas irão apresentar presencialmente o seu projeto a um painel de jurados, constituído por representantes das entidades promotoras e especialistas. Este painel vai considerar os critérios de alinhamento com os objetivos da Lisboa Capital Verde 2020, nível de inovação e de diferenciação, qualidade da equipa e exequibilidade do projeto, para chegar às 25 fundadoras que vão participar no bootcamp.
Depois, no final do bootcamp, serão selecionados 15 projetos para a fase seguinte do programa. No dia 8 de outubro, as 15 participantes vão fazer o pitch dos seus projetos perante o júri, numa sessão pública onde será escolhida a vencedora. Para além dos 10 mil euros, a vencedora terá direito a incubar o seu negócio na Casa do Impacto, acesso ao programa de aceleração Maze e à possibilidade de implementar o seu projeto no Município de Lisboa.
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