DGS regista 194 novos casos de Covid-19. Há 642 doentes confirmados

Nas 24 horas até à última meia-noite, a Direção-Geral da Saúde encontrou 194 novos casos de infeção pelo novo coronavírus em Portugal. O número total de casos confirmados sobe, assim, de 448 para 642.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) encontrou 194 novos casos de infeção pelo novo coronavírus até à passada meia-noite, elevando de 448 para 642 o total de casos confirmados da doença Covid-19 em Portugal. Três pessoas já recuperaram da doença.

Já o número de vítimas mortais conhecidas aumentou de uma para duas, com a notícia da morte de António Vieira Monteiro, chairman do Santander Portugal, que estava internado com a infeção há vários dias. Neste caso, o óbito terá ocorrido já depois da meia-noite.

Boletim epidemiológico de 18 de março

Fonte: Direção-Geral da Saúde

O boletim mostra que há 289 casos na região Norte, 74 casos no Centro, 243 casos em Lisboa e Vale do Tejo, dois casos no Alentejo, 21 casos no Algarve, três casos nos Açores, um caso na Madeira e nove casos que foram “exportados” para o estrangeiro. Do total de casos “importados”, a maioria foram cidadãos que vieram de Espanha (18), seguindo-se Itália e França (13).

Segundo a informação oficial, 89 doentes estão internados e 20 encontram-se em unidades de cuidados intensivos. 30 cidadãos infetados têm mais de 80 anos, o principal grupo de risco, e outros 49 doentes têm idades entre 70 e 79 anos.

Questionada sobre o baixo número de doentes internados, Graça Freitas, diretora-geral da saúde, explicou numa conferência de imprensa que “esta doença tem uma regra aparentemente simples: 80-15-5”. “Cerca de 80% das pessoas fica em autocuidados domiciliados. Podem ficar no seu domicílio e serem acompanhadas pelo seu médico. 15% ficam em enfermaria geral e 5% podem necessitar de cuidados intensivos”, detalhou.

Assim, “nesta fase inicial, internámos todas as pessoas em contenção máxima e, à medida que o seu quadro clínico estabilizou, estavam bem e têm capacidade de ficar em casa, estas pessoas foram fazer a sua convalescença para o domicílio”, disse Graça Freitas, salientando ser “a boa prática internacional”.

Cinco novas cadeias de transmissão ativas

No período de 24 horas em análise, as autoridades de saúde encontraram cinco novas cadeias de transmissão do coronavírus, um aumento de 19 para 24 cadeias ativas. Significa que a origem de todos os casos pôde ser seguida pelas autoridades até 24 pessoas, “responsáveis” iniciais pela transmissão do vírus pelas demais.

O boletim epidemiológico divulgado esta quarta-feira aponta ainda para 5.067 casos suspeitos e que 351 pessoas aguardam resultado laboratorial. Há um total de 6.656 pessoas sob vigilância, nomeadamente por terem estado em contacto com pessoas infetadas pelo novo coronavírus.

Esta atualização surge 16 dias depois de registados os dois primeiros casos de Covid-19 em Portugal, no dia em que o número de infeções em todo o mundo superou, pela primeira vez, as 200.000. Este número mais do que duplicou em duas semanas.

A quantidade de casos confirmados em Portugal refere-se ao número de pessoas que foram testadas e o resultado foi positivo para o novo coronavírus. Ou seja, o número reflete apenas os casos conhecidos, pelo que as autoridades têm alertado para que o número de casos reais possa ser superior. Assim, a evolução do número de casos confirmados não reflete com exatidão o evoluir da pandemia no país, mas sim que as autoridades vão tendo um conhecimento mais aproximado da real dimensão do surto.

Há “fortes indícios de transmissão comunitária” do coronavírus em Ovar

No rescaldo da divulgação destes números, o secretário de Estado da Saúde, António Lacerda Sales, recordou que “todos somos agentes de saúde pública” na prevenção do contágio do novo coronavírus. No entanto, o governante reconheceu que “Ovar é um caso que inspira uma preocupação acrescida”.

Esta terça-feira, foi decretado o estado de calamidade pública em Ovar. Uma decisão que apertou ainda mais as restrições aos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos como forma de tentar travar o vírus. Entre elas, a proibição de entrada e saída no concelho, salvo exceções.

Lacerda Sales disse que a decisão foi tomada com base nos “fortes indícios de transmissão comunitária” da infeção. “Este caso serve para nos deixar ainda mais alerta. Não é em pânico, mas conscientes de que o vírus se propaga com esta velocidade”, acrescentou o secretário de Estado.

Para terminar, Lacerda Sales aproveitou para agradecer aos portugueses “pelo elevado sentido de responsabilidade e civismo” evidenciados neste momento. “Ainda estamos no início do caminho e é preciso que estas respostas que o Ministério da Saúde está a adotar resultem do conhecimento e da melhor evidência científica de que dispomos, e que só o sacrifício individual dará origem a uma vitória coletiva”, indicou.

(Notícia atualizada pela última vez às 13h02)

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