Coronavírus: alerta contra medicamentos falsos e burlas com produtos de banca e seguros
A Europol neutralizou milhares de ligações na internet relacionados com medicamentos contrafeitos. Autoridades alertam ainda para burlas propondo seguros com características altamente atrativas.
Grupos criminosos não hesitam em aproveitar os regimes de quarentena para inundar os canais digitais com ofertas de medicamentos falsos que supostamente asseguram a cura de doentes com covid-19.
A agência policial europeia revelou que, nas últimas semanas, foram apreendidos mais de 4 milhões de remédios contrafeitos. Uma operação realizada no início de março em 90 países e apoiada pela Europol levou à apreensão de 4,4 milhões de medicamentos falsos, desmantelando perto de 40 grupos do crime organizado e detenção de 121 pessoas. Na mesma operação foram encerrados cerca de 2.500 hiperligações de internet para produtos relacionados com a covid-19 em websites, redes sociais, mercados online e anúncios publicitários.
Burlas com oportunidades de investimento, produtos bancários e de seguros
Organizações criminosas exploram vias diversificadas para tirar proveito da crise causada pela pandemia, recorrendo a ofertas que assumem formas diversificadas para convencer sobre oportunidades que pareçam financeiramente atrativas.
O regulador francês de mercados financeiros (AMF) e a autoridade de controlo prudencial e resolução (ACPR) emitiram um alerta conjunto no âmbito das suas competências de proteção dos clientes de banca e seguros, apelando aos consumidores para que exerçam a “máxima vigilância no que diz respeito ao risco de fraude no contexto da epidemia da covid-19 e da retração dos mercados financeiros”.
“Numa altura em que os franceses estão confinados às suas casas e fazem cada vez mais uso da internet, a AMF e a ACPR exortam à vigilância face a campanhas de adesão telefónica, emails fraudulentos supostamente enviados por terceiros de confiança (bancos, entidades governamentais, fornecedores de energia, etc.), mas também aos banners publicitários online que apontam para formulários a serem preenchidos“, alerta o comunicado.
Estas ofertas podem assumir várias formas, por exemplo, propostas de investimento apresentadas como refúgio seguro através de ativos tangíveis (ouro, metais preciosos, vinhos de colheita ou uísques, relojoaria de luxo, etc.), produtos bancários ou de seguros falsos com características altamente atrativas (elevado retorno e ausência de risco, rapidez de subscrição e ausência de verificação do perfil do mutuário, etc.).
Esses golpes também tomam a forma de “chamadas fraudulentas para doações ou investimentos em empresas, listadas ou não, que supostamente beneficiam da epidemia e veem a respetiva valorização aumentar”, acrescenta o comunicado de imprensa.
As autoridades advertem ainda para riscos de sinistros cibernéticos, dado que os criminosos utilizam estas práticas para recolher dados pessoais que serão depois utilizados para fins fraudulentos ou para a prospeção agressiva ou manipuladora no caso de burlas financeiras.
Informação atualizada da Barracuda Networks, uma tecnológica norte-americana de soluções segurança, redes e soluções de storage, corrobora a ideia de que a pesquisa de informação (na internet) relacionada com a pandemia se tornou uma mina explorada por criminosos do ciberespaço, com ‘venda’ de curas milagrosas, máscaras de proteção, investimento em companhias que desenvolvem vacinas, doações para combater a covid-19 ou apoiar vítimas da pandemia.
A empresa líder na venda de soluções de segurança refere que, desde fevereiro, o número de correios eletrónicos (emails) enviados com fins de phishing (obtenção indevida de dados pessoais) disparou mais de 600%.
De um total de 468 mil ataques globais a emails, 2% estavam relacionados com o tópico covid-19.
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