Utiliza o Zoom? Senado dos EUA e Google banem aplicação por dúvidas sobre segurança
O Zoom tem crescido a uma velocidade estonteante em resultado da pandemia do coronavírus, mas a empresa está debaixo de fogo com acusações de não proteger a segurança dos utilizadores.
O Zoom tem vindo a destacar-se como um dos produtos que mais cresceram em resultado da pandemia. Em poucas semanas, a plataforma de videochamadas angariou largos milhões de utilizadores em todo o planeta, à medida que cada vez mais empresas e organizações foram adotando regimes de teletrabalho. Nos últimos dias, porém, a empresa tem sido acusada de descurar a segurança e de não proteger devidamente a privacidade das pessoas.
Desde o surgimento do novo coronavírus, as ações do Zoom cotadas em Nova Iorque chegaram a mais do que duplicar o seu valor, de cerca de 74 dólares no final de fevereiro para um máximo histórico de 159,56 dólares em meados de março. Uma subida em total contracorrente, num período em que os mercados mundiais afundaram a dois dígitos. Mas a euforia em torno do Zoom tem vindo a esvair-se.
Esta quarta-feira, o BuzzFeed News avançou que a Google obrigou os trabalhadores a deixarem de usar o Zoom. Segundo o jornal, a empresa enviou na semana passada um email aos funcionários, pedindo a desinstalação do popular aplicativo devido a “vulnerabilidades de segurança”. Um porta-voz da multinacional disse mesmo que o Zoom “não preenche os critérios de segurança para poder ser usado” pelos trabalhadores da empresa (de referir que a Google tem um serviço concorrente).
Mas as más notícias para o Zoom não se ficam por aqui. Já esta quinta-feira, o Financial Times (acesso pago) noticiou que o Senado dos EUA disse aos senadores para pararem de usar o Zoom, citando preocupações do ponto de vista da segurança. Os membros do Senado foram recomendados a procurar plataformas alternativas para continuarem a realizar reuniões à distância.
O que se passa em concreto? As primeiras questões surgiram a 26 de março, quando uma investigação do jornal especializado Motherboard detetou que a aplicação Zoom partilhava quantidades massivas de dados sobre os utilizadores com o Facebook, mesmo de quem nem tinha conta na rede social. Entretanto, a empresa veio a público garantir que o problema foi resolvido e já anunciou ter recrutado Alex Stamos, o antigo administrador com o pelouro da segurança do próprio Facebook, para resolver eventuais vulnerabilidades no serviço.
Porém, dias depois, o mesmo jornal expôs uma falha no Zoom através da qual informação pessoal de milhares de utilizadores, incluindo fotos e endereços de email, eram partilhados com estranhos. Estes, por sua vez, podiam mesmo tentar iniciar uma videochamada.
Em simultâneo, o Washington Post noticiou a 3 de abril que milhares de gravações de reuniões no Zoom estiveram expostas livremente na internet, uma grave ameaça à privacidade e segurança dos utilizadores e intervenientes. Esta informação foi particularmente alarmante na medida em que o Zoom é também usado por decisores políticos, incluindo por Governos de vários países em reuniões de ministros, mas também para aulas à distância com alunos menores.
Face aos receios, que ameaçam travar o crescimento da empresa, a Zoom tem vindo a publicar informação sobre as medidas que está a tomar para melhorar a privacidade e a segurança dos utilizadores. Numa das últimas mensagens, Eric S. Yuan, fundador do Zoom, reconhece que a ferramenta tem assistido a “um crescimento tremendo” e garantiu que a empresa “está comprometida em assegurar que a segurança e a privacidade da plataforma merecem a confiança de todos”.
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