Crédito ao consumo cai para mínimos de quase três anos no mês do pico da pandemia

Portugueses foram buscar aos bancos e financeiras 551,6 milhões de euros em crédito ao consumo em março. No automóvel, quebra foi de 11% face a fevereiro, com derrapagem na venda de carros.

Em plena pandemia, os portugueses recorreram menos ao crédito ao consumo. Em março, mês em que foi reportado o primeiro caso de contágio pelo novo coronavírus em Portugal e o início do confinamento, os bancos e as financeiras disponibilizaram 551,6 milhões em crédito ao consumo. Trata-se do valor mais baixo desde julho de 2017. A quebra histórica de vendas de carros levou a travagem a fundo no crédito automóvel.

Dados divulgados pelo Banco de Portugal, nesta sexta-feira, apontam para uma quebra acentuada no montante dos empréstimos para consumo concedidos em março. No total, foram 551,6 milhões de euros, uma redução de 15,4% face aos 652,2 milhões que tinham sido disponibilizados no mês precedente. Ou seja, uma redução de mais de 100 milhões de euros num único mês.

A diminuição nos montantes disponibilizados foi transversal a todas as finalidades de crédito ao consumo. Mas a maior contribuição veio sobretudo do crédito pessoal e do crédito automóvel.

Crédito ao consumo afunda em março

Fonte: Banco de Portugal

Nos outros créditos pessoais — categoria que abrange, por exemplo, o financiamento para a aquisição de artigos para o lar, eletrodomésticos ou férias — a redução foi na ordem dos 14%. Com esse fim, em março, foram concedidos pelos bancos e financeiras 259,7 milhões de euros, aquém dos 302,5 milhões que tinham sido disponibilizados em fevereiro, e o valor mensal mais baixo desde abril do ano passado.

Já no que diz respeito ao crédito automóvel, a diminuição no valor financiado foi de 10,7%, passando de 233,2 milhões de euros, em fevereiro, para 208,1 milhões de euros, em março. Trata-se do valor mais baixo desde abril de 2017, dando seguimento a uma tendência decrescente que se observa já desde o início do ano, num período marcado pela quebra nas vendas de carros em Portugal.

Neste âmbito, o mês de março fica marcado por um trambolhão de 56,6% das vendas de carros devido aos efeitos da pandemia.

Também a utilização dos cartões de crédito sofreu uma quebra acentuada em março. O montante de financiamento disponibilizado por esta via caiu 27% naquele mês, para 77,8 milhões de euros, o valor mensal mais baixo desde junho do ano passado.

A quebra ainda foi mais acentuada no caso do crédito pessoal com finalidade educação, saúde, energias renováveis e locação financeira de equipamentos, envolvendo contudo montantes muito mais pequenos. O corte foi de 35%, passando de 9,8 milhões, em fevereiro, para 5,9 milhões de euros, em março.

(Notícia atualizada às 13h55)

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