Coronavírus “atingiu-nos como um asteroide”, diz a Comissão Europeia. Alerta para “cratera” na economia

A Comissão Europeia adotou esta quarta-feira as recomendações específicas por país, avisando os Estados-membros de que o coronavírus é como um asteroide que deixou uma "cratera" na economia.

A Comissão Europeia divulgou esta quarta-feira as recomendações específicas por país, um documento que faz parte do semestre europeu após a entrega do Programa de Estabilidade e a divulgação das previsões económicas. O vice-presidente da Comissão, Valdis Dombrovskis, avisa que “o coronavírus atingiu-nos como um asteroide e deixou uma cratera na economia europeia”.

No comunicado, a Comissão Europeia explica que o semestre europeu foi adaptado para ser um guia para os Estados-membros à medida que “navegam na tempestade”. “Nesta fase imediata, o nosso foco está no investimento na saúde pública e na proteção dos postos de trabalho e empresas“, explica Dombrovskis, assinalando a importância deste documento na coordenação da recuperação económica na União Europeia.

“Ninguém deve ser deixado para trás”, afirma o vice-presidente da Comissão responsável pela pasta da economia, destacando a necessidade de haver reformas para melhorar a produtividade e o enquadramento empresarial. Mas avisa que a suspensão das regras orçamentais não será eterna: “Assim que as condições o permitam, nós vamos ter de alcançar um equilíbrio entre ter sustentabilidade orçamental e estimular investimento“, alerta.

Na conferência de imprensa de apresentação das recomendações, o comissário europeu responsável pela pasta da economia, Paolo Gentiloni, avisou que o investimento “não pode ser a primeira vítima” quando os défice orçamentais dispararem para que se evite “erros” da crise anterior. Gentiloni disse ainda que o objetivo da Comissão Europeia é evitar que esta crise seja recordada como a “grande fragmentação”, após a grande recessão e a grande depressão. “Não podemos deixar que um choque simétrico tenha resultados assimétricos” nos vários países”, argumentou.

O comissário europeu pediu também aos Estados-membros para aproveitarem esta crise para olharem para o futuro, focando-se na transição verde e digital assim como na justiça social. “Isto também significa que toda a gente pague a sua parte: não pode haver espaço para planeamento fiscal agressivo numa Europa de solidariedade e justiça“, afirmou Gentiloni, garantindo que a Comissão está mais “empenhada do que nunca” no combate às injustiças fiscais que existem dentro e fora da União Europeia.

As recomendações da Comissão Europeia divulgadas esta quarta-feira terão ainda de ser aprovadas pelo Conselho Europeu, o órgão que reúne os chefes de Estado da União Europeia.

(Notícia atualizada às 11h24 com mais informação)

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