Lucro do El Corte Inglés em Portugal cai para 28 milhões
O El Corte Inglés obteve em Portugal um lucro de 28 milhões de euros no exercício terminado em fevereiro, “ligeiramente abaixo” dos 29 milhões do ano anterior. As vendas aumentaram quase 3%.
O El Corte Inglés obteve em Portugal um lucro de 28 milhões de euros no exercício terminado em fevereiro, “ligeiramente abaixo” dos 29 milhões do ano anterior, tendo as vendas aumentado 2,9% para 520 milhões de euros.
Em comunicado divulgado hoje, o grupo retalhista espanhol considera “muito positivos” os resultados obtidos no exercício passado em Portugal – onde detém dois grandes armazéns, seis supermercados e duas lojas de oportunidades – salientando que permitiram “mitigar muitas das dificuldades decorrentes do estado de calamidade vivido logo nos primeiros meses deste ano”.
Segundo as contas divulgadas esta sexta-feira pelo grupo em Madrid, o EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) manteve-se nos 57 milhões de euros em Portugal e os resultados, depois da liquidação dos impostos no valor de 11,8 milhões, fixaram-se nos cerca de 28 milhões de euros, “ligeiramente abaixo dos do ano anterior”.
Ao longo de 2019 foram registados 463 milhões de euros de custos e de despesas de exploração na empresa portuguesa do grupo, mais 3,3% do que no exercício precedente.
Sustentando que “estes resultados refletem o bom comportamento das vendas, bem como o esforço de investimento feito ao longo do ano na modernização das lojas, dos sistemas, da operação e dos novos canais de distribuição”, o grupo salienta que, “considerando as particulares circunstâncias que se observaram logo no começo do exercício atual, estes resultados positivos contribuíram para mitigar as dificuldades vividas”.
“Na verdade, o estado de calamidade e de emergência, com o consequente encerramento da maioria dos espaços comerciais, obrigou a empresa a um enorme esforço de gestão, apenas ultrapassado graças aos bons resultados dos últimos anos”, refere.
O El Corte Inglés diz ter conseguido durante todo este período manter os seus investimentos em Portugal “e, mesmo, aumentá-los no sentido de adaptar os seus espaços comerciais às novas exigências de segurança”, referindo ter também incrementado o seu investimento na área dos serviços on-line e na logística da área alimentar, “com o objetivo de melhor servir os seus clientes e de continuar a honrar todos os compromissos com os seus fornecedores”.
“Ao mesmo tempo, a empresa conseguiu assegurar os rendimentos dos seus colaboradores, incluindo aqueles que, por força do encerramento dos espaços comerciais, foram incluídos no lay-off, assegurando a diferença na retribuição”, acrescenta.
Em termos consolidados, as vendas do grupo El Corte Inglés aumentaram 1,2% no exercício terminado a 29 de fevereiro, para perto dos 15.261 milhões de euros, enquanto o lucro líquido subiu 20,1%, para 310 milhões de euros, e o EBITDA somou 1.097 milhões de euros, mais 5,4%.
O grupo reduziu a sua dívida em 638 milhões de euros, para os 2.730 milhões de euros, “graças à evolução do negócio e, em menor medida, à venda de ativos não estratégicos” e salienta que “os resultados positivos com que fechou o ano de 2019 têm permitido mitigar o enorme impacto que a crise da covid-19 está a ter nas vendas desde o início da pandemia”.
Em fevereiro deste ano, imediatamente antes do início da pandemia, o grupo diz ter assinado o refinanciamento da sua dívida bancária, num valor máximo agregado de 2.000 milhões de euros, um acordo que – salienta – lhe “permite um financiamento estável, com menores custos e maiores prazos”.
Já depois do fecho do exercício, o El Corte Inglés fez um novo financiamento, no valor de 1.341 milhões de euros, com vencimento de um ano e articulado no âmbito de uma linha de crédito revolving.
“O objetivo desta operação, que complementa o anterior acordo subscrito em fevereiro, é o de garantir um financiamento de curto prazo estável e assegurar a liquidez do grupo durante os próximos meses, para fazer frente ao impacto económico causado pelas medidas extraordinárias adotadas durante a pandemia”, esclarece.
Ao longo de 2019, o grupo diz ter realizado investimentos no valor de 344 milhões de euros, “a maior parte dos quais destinados a manter os níveis de qualidade dos espaços comerciais e a reforçar o negócio digital”, e destaca a “forte aposta na estratégia de omnicanalidade”, que permitiu “reforçar a inter-relação entre as lojas físicas e o ambiente digital, fundamental durante a fase de confinamento”.
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