BRANDS' TRABALHO Acabou o confinamento. E agora? Voltamos ao escritório?
Rui Correia, Senior Manager EY, People Advisory Services, explica o que deverão os gestores da organização fazer antes do regresso ao escritório.
Ouvimos frequentemente dizer que está na altura de “voltar ao trabalho”, quando muitas vezes se trata apenas de voltar ao escritório. Mas serão ainda ‘trabalho’ e ‘escritório’ sinónimos, no pós-pandemia?
Quase quatro meses depois de termos sido enviados para casa num confinamento forçado, muitas organizações já regressaram ao escritório, outras estão no processo de o fazer e há ainda um grupo grande que se questiona sobre se deverá o regresso ao escritório ser feito nos moldes em que era antes da pandemia.
Observamos em muitos casos que este processo não é tão linear como seria de supor, ou como os gestores desejariam. Muitas organizações cujos trabalhadores já regressaram aos escritórios, ou estão no processo de o fazer, têm sido surpreendidas com uma resistência ao regresso ou uma dificuldade em que ele aconteça, com que não contavam.
Enquanto muitas organizações esperavam ansiosamente pelo regresso ao escritório, nalguns casos porque acreditam que “a produtividade precisa voltar a ser o que era”, outros porque desejavam apenas o retorno ao normal, as reações e ações dos colaboradores têm sido frequentemente no sentido contrário.
Por um lado, a maior parte das pessoas sem crianças em idade escolar, sente que neste período em que esteve em teletrabalho trabalhou bastante mais que o habitual. Apesar disso, não sentem a urgência de voltar ao escritório, até porque gostaram da sensação de liberdade, do controlo sobre a sua agenda e de dispor do tempo habitualmente passado nas deslocações.
Por outro lado, os pais e mães, com crianças na escola continuam sem ter como resolver esse tema, porque muitos ATL’s continuam fechados ou com capacidade reduzida, o que os impede de regressar em pleno.
"Planear o regresso ao escritório deve ser suportado num pulse-check aos colaboradores, que permita avaliar não só o sentimento sobre o regresso, mas também as limitações e condicionantes familiares ou de saúde.”
Em ambos os grupos há ainda as pessoas que não se sentem seguras em regressar, as que estão em grupos de risco e as que simplesmente não cabem no escritório uma vez aplicadas as medidas de distanciamento. E há ainda um outro grupo que está com imensa vontade de regressar ao normal.
O que resulta de todos estes fatores é que este regresso tem sido uma dor de cabeça em muitas organizações, levando a grandes investimentos de tempo e uma complicada gestão de quem está presente e quem fica em casa. Do nosso ponto de vista, e é esse o aconselhamento que temos dado aos nossos clientes, planear o regresso ao escritório deve ser suportado num pulse-check aos colaboradores, que permita avaliar não só o sentimento sobre o regresso, mas também as limitações e condicionantes familiares ou de saúde.
Pode parecer supérfluo, mas este trabalho assegura que o regresso não se torne uma experiência desagradável ou traumática na relação com a organização, precisamente por levar as pessoas a sentir que a organização está disposta a compreender as dificuldades individuais num momento que ainda não é de normalidade. Esta avaliação é também uma forma fácil e eficiente de auxiliar os gestores a planear o espaço, calendarizar atividades e gerir as equipas, evitando avanços e retrocessos com recurso a um pulse-check que possa suportar a tomada de decisão com informação sobre as diferentes variáveis e condicionantes
Por isso, se está a pensar que está na hora de trazer as pessoas de volta ao escritório, escute as suas pessoas e decida com dados. Como um gestor sempre deve fazer.
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