Covid custou 4,9 mil milhões a resseguradoras europeias no 1º semestre
As perdas resultantes de sinistros e reservas constituídas no 2º trimestre por conta da pandemia mais do que triplicam o total reportado até março pelo conjunto Swiss Re, Munich Re, Hannover Re e Scor
As quatro maiores resseguradoras da Europa acumularam, em conjunto, mais 3,46 mil milhões de euros de custos com sinistros e reservas relacionadas com a pandemia no segundo trimestre, elevando a fatura da primeira metade do ano aos 4,9 mil milhões, segundo números da S&P Global Market Intelligence.
A maior parte dos cerca de 1,45 mil milhões de euros de perdas e reservas por conta do novo coronavírus que a Munich Re, Swiss Re, Hannover Re haviam reportado no primeiro trimestre foi gerada por cancelamento de eventos. A Scor, que tem pouca exposição ao cancelamento de eventos, não registou qualquer reclamação de coronavírus no primeiro trimestre.
No segundo trimestre, as resseguradoras, incluindo a Scor, já inscreveram nas contas provisões para outras linhas de negócio. O cancelamento de eventos continuou a ser a maior fonte de reclamações esperadas pela Munich Re (que registou 700 milhões de impacto Covid-19 até junho).
Na Swiss Re, a maior parte dos 2,54 mil milhões de dólares reportados no primeiro semestre relacionaram-se com a interrupção de negócios, que totalizou 973 milhões de dólares nas suas unidades de resseguro de propriedade e acidentes e de soluções empresariais (Swiss Re Corporate Solutions).
A Hannover Re revelou que 40% dos seus 600 milhões de euros provisionados para resseguro não Vida (no termo do 1º semestre) foram para interrupção de negócios relacionada com a Covid-19, sendo ainda 25% para crédito e caução, 20% para cancelamento de eventos e 15% para outros ramos.
Para a francesa Scor, a fatura de resseguro não Vida associada à Covid-19 atingiu 248 milhões de euros relaciona-se principalmente com eventos de crédito e caução, risco político e interrupção de negócios. Incluindo resseguro Vida e perdas com investimentos, a Scor reportou 456 milhões de impacto negativo relacionado com a pandemia no primeiro semestre.
Não tendo registado qualquer sinistro de resseguro do ramo Vida no primeiro trimestre, as quatro companhias somaram sinistros Vida registados e reservas no valor de 850 milhões de euros no segundo trimestre.
A maioria dos sinistros do coronavírus registados até à data inclui reservas para perdas incorridas mas não reportadas (IBNR). O relatório de resultados da Swiss Re mostrou também que 72% dos 2,54 mil milhões de dólares que companhia assume antecipadamente como perdas estimadas para o exercício fiscal refere-se a IBNR.
Acrescendo aos números, analistas adiantam que a trajetória da curva pandémica será um fator crítico e acreditam que, no meio da incerteza contínua sobre a interrupção de negócios, risco de crédito e garantias e, em particular, sinistros no ramo vida os custos com o impacto da Covid-19 irão, certamente, aumentar.
Por outro lado, considerando o lapso de tempo até que as resseguradoras sejam notificadas sobre mortes e respetiva causa, é expectável que as resseguradoras recebam mais participações de sinistros relacionados com o coronavírus do que antecipavam no final do primeiro semestre.
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