FinCEN Files: 86,6 milhões de dólares suspeitos passaram por Portugal
Terão sido 120 as operações que passaram por Portugal e que os bancos JPMorgan Chase e Bank of New York Mellon reportaram às autoridades dos EUA como potencialmente suspeitas.
Dos dois biliões de dólares movimentados entre 1999 e 2017 em operações que bancos internacionais reportaram como suspeitos, 86,6 milhões tiveram passagem por Portugal, envolvendo cinco bancos portugueses, de acordo com a informação relativa aos FinCEN Files e citada pelo Jornal de Negócios (acesso pago).
Ao todo, segundo o jornal, terão sido 120 as operações que passaram por Portugal e que os bancos JPMorgan Chase e Bank of New York Mellon reportaram às autoridades norte-americanas como potencialmente suspeitas. Em causa estão os bancos BES, offshore do BES na Madeira, Caixa Central de Crédito Agrícola e o EuroBic (na altura Bic).
Grande parte das transações suspeitas passaram pelo Bic, fundado pela empresária angolana Isabel dos Santos, de acordo com o jornal: 99 operações do total de 120 com passagem em Portugal, com 26,9 milhões de dólares a serem enviados através dos EUA.
Este montante não contabiliza os movimentos de um oligarca venezuelano, Alejandro Ceballos Jiménez, através do BES Miami, por onde passaram 262,9 milhões de dólares entre janeiro de 2013 e janeiro de 2014, notícia avançada pelo Expresso (acesso pago).
Mais de 2.100 relatórios sobre atividades suspeitas enviados entre 1999 e 2017 por vários bancos às autoridades americanas estão na origem da mais recente fuga de informação à escala mundial, os FinCEN Files. Os documentos revelam detalhes sobre transferências bancárias de mais de dois biliões de dólares em que foram levantadas suspeitas sobre eventuais esquemas de lavagem de dinheiro ou outros crimes.
Na base deste leak estão relatórios SARs (Suspicious Activity Reports) que são entregues pelos bancos, ao abrigo das regras dos EUA, à agência federal FinCEN (Financial Crimes Enforcement Network), e foram obtidos pelo site de informação BuzzFeed News e partilhados com o Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ).
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