Portway não renovou contrato a cerca de 500 trabalhadores
De acordo com o responsável do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Sintac) havia perto de 640 contratados a termo na empresa, sendo que estes contratos não estão a ser renovados.
A empresa de ‘handling’ (assistência em terra nos aeroportos) Portway não terá renovado contrato com cerca de 500 trabalhadores desde o início da crise gerada pela covid-19, adiantou à Lusa Fernando Simões, dirigente do Sintac.
De acordo com o responsável do Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (Sintac) havia perto de 640 contratados a termo na empresa, sendo que estes contratos não estão a ser renovados. A maioria das saídas aconteceu em Lisboa e Porto, sendo que Fernando Simões indica que em Faro mais de 30 trabalhadores já não têm horário para as próximas semanas.
Contactada pela Lusa, a Portway não respondeu diretamente a questões sobre estas saídas.
“A crise na aviação está a evoluir pior do que o previsto. Ainda ontem [terça-feira] a IATA reviu as estimativas para o final do ano, com a previsão de uma quebra acumulada em 2020 de -66% do tráfego mundial e uma retoma nos anos seguinte mais lenta que os cenários anteriores apresentados”, referiu fonte oficial da empresa.
“As estimativas da Portway apontam para uma quebra de operação no ano de 2020 superior a 60%, que se deverá manter nos primeiros meses de 2021, prevendo-se uma retoma ligeira no resto ano e seguintes”, assegurou a empresa, garantindo que “continuam a ser desenvolvidos todos os esforços de redução de custos e ajuste da estrutura da empresa à nova realidade do negócio e dimensão da operação e a empresa prossegue com a avaliação de todas as possibilidades que permitam garantir a sustentabilidade financeira futura”.
O Sintac, por sua vez, diz que a empresa “não fala com os trabalhadores” e não dá a conhecer os desenvolvimentos não só da saída destes trabalhadores com contrato a termo mas também sobre o processo de rescisões amigáveis de agosto.
A empresa rejeita esta crítica, afirmando que “a Portway mantém um diálogo aberto com todos os trabalhadores e com os todos os seus representantes que demonstrem essa disponibilidade e que estejam interessados em procurar soluções que possam ajudar a empresa a superar a difícil crise que se vive no setor da aviação”.
No dia 4 de setembro, o Sintac disse que receava o despedimento de cerca de três centenas de trabalhadores da Portway depois de terminado o programa de rescisões amigáveis, disse fonte sindical à Lusa.
No dia 17 de julho, a Portway anunciou que iria lançar em agosto, um programa de saídas voluntárias por mútuo acordo, perante o impacto da pandemia de covid-19, tentando evitar “outras medidas mais penalizadoras” para os trabalhadores.
Em declarações à agência Lusa a 4 de setembro, Fernando Simões, disse que a empresa contactou centenas de trabalhadores em agosto para reuniões, que classificou de “contactos cirúrgicos”.
“Os trabalhadores com salários mais altos até percebemos, mas os restantes começámos a dissecar e temos pessoas com restrições horárias, situações clínicas porque tiveram acidentes de trabalho, já para não falar em membros do sindicato. Assim, não é difícil chegar à conclusão de que foi um processo cirúrgico”, disse, acrescentando que o programa terminou em 31 de agosto.
Fernando Simões contou que durante o mês de agosto decorreu um programa de rescisões amigáveis que, para o sindicato, “de amigável tem muito pouco”.
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