Galp cria nova empresa EI para pôr portugueses a produzir energia através do sol

A petrolífera quer apostar nas energias renováveis e com este novo negócio de venda e instalação de painéis solares promete aos clientes uma taxa de retorno até 25% e investimento recuperado em 5 anos

A Galp anunciou esta quinta-feira a criação de uma nova empresa chamada EI – Energia Independente para a comercialização e instalação de painéis solares fotovoltaicos para autoconsumo doméstico, mas também para clientes empresariais e industriais. A petrolífera promete aos futuros clientes uma taxa de retorno entre 15 e 25% e uma recuperação do investimento realizado para a instalação de painéis solares em menos de 5 anos.

No terreno, tanto em Portugal como em Espanha, a Galp tem já neste momento um projeto-piloto com cerca de 200 clientes e instalações fotovoltaicas ainda em fase de testes. Para já, os condomínios ficam fora da oferta da EI por motivos de “complexidade administrativa”. “O mercado está pronto para nós. Sabemos isso porque já estamos a vender”, disse Ignacio Madrid, CEO da EI – Energia Independente, um projeto que a Galp tem vindo a preparar desde há um ano.

Ao nível das potenciais poupanças, com base em casos reais do projeto-piloto, a empresa prevê uma redução de 28 euros por mês (de 101 para 73 euros) na fatura de um cliente doméstico da região de Lisboa, com autoconsumo. Já num negócio, como o de uma gasolineira em Málaga, com painéis solares instalados na cobertura, a poupança na fatura da luz pode chegar a quase 860 euros por mês (de 2.957 para 2.098 euros).

A nova empresa do grupo trabalhará em parceria com vários fabricantes de painéis solares, distribuidores e mais de 20 empresas instaladoras, num “ecossistema empresarial” que deverá crescer ainda mais no futuro. JA Solar, Enphase Energy, Longi Solar, Huawei, LG e QCells, são alguns dos parceiros já a bordo.

“Estamos a testar o mercado e temos a ambição de nos tornarmos num dos maiores operadores neste mercado na Península Ibérica. Estamos nisto a longo prazo”, disse o CEO. Pela frente a EI tem rivais de peso, como a EDP, que já há vários anos comercializa e instala painéis solares. “Sabemos que há muitas empresas no mercado, mas queremos distinguir-nos pela tecnologia e rentabilidade dos nossos projetos”, disse o responsável pelo projeto.

“Acreditamos muito no setor do autoconsumo, basta olhar para os números e vemos que o investimento pode ser recuperado num prazo entre 4 a 7 anos. É uma nova era porque agora este é um negócio rentável. Se temos tanto sol na Península Ibérica, e um preço alto da eletricidade para os consumidores, porque é que não há mais painéis solares em todos os telhados? O mercado está pronto para nós”, disse Ignacio Madrid.

Em conferência de imprensa virtual com jornalistas portugueses esta quinta-feira, o diretor de Novos Negócios da Galp explicou o processo: “Vamos selecionar os melhores telhados em Portugal e Espanha e aí instalaremos painéis solares”. A nova empresa da Galp vai vender e instalar painéis solares para os dois mercados ibéricos, oferecendo também serviços de monitorização, manutenção e controlo remoto da produção e consumo pós-venda.

Isto será feito com recurso a tecnologias avançadas, como a análise de imagens de satélite, algoritmos de inteligência artificial e big data. De acordo com a Galp, a nova plataforma Tech2Perform da EI – Energia Independente usa algoritmos para “calcular o investimento ideal e a sua rentabilidade com base no histórico de consumo, na orientação do telhado e na exposição solar de cada painel instalado, de uma forma personalizada e única para cada cliente”.

A EI desenvolveu também um simulador que em apenas 30 segundo revela se se o telhado de uma casa serve ou não para pôr painéis solares. Esta ferramenta permite introduzir a morada num mapa, selecionar o espaço no telhado e comunicar o seu consumo aproximado. Com estes dados, a plataforma apresenta então um primeiro orçamento aproximado e uma indicação de possíveis poupanças. “Este simulador permite que sejamos muito precisos nas propostas comerciais que fazemos aos nossos clientes”, diz o CEO da nova empresa.

“O sucesso da transição para um sistema energético sustentável requer que nenhum telhado com potencial para a geração de energia limpa seja ignorado. A solução da EI usa a rentabilidade como a melhor forma de impulsionar a mudança”, disse ainda Ignacio Madrid, CEO da Energia Independente, citado em em comunicado.

A empresa quer entrar no mercado com uma oferta chave na mão: desde o estudo e design da instalação, a engenharia e montagem dos sistemas de produção solar, gestão de autorizações, licenças e subsídios até à monitorização e análise contínua da instalação.

Os serviços de monitorização e controlo pós-venda, “baseados em algoritmos de inteligência artificial e big data, permitem a análise e correção de cada instalação em tempo real, otimizando o seu desempenho ao longo de toda a sua vida útil, com um retorno do investimento entre os 15% e 25%, permitindo recuperar o investimento em menos de cinco anos”, prevê a Galp.

“Esta aposta vai ao encontro do compromisso da Galp com um mundo mais eletrificado e sustentável que cumpre os 3 Ds da energia: descarbonização, descentralização e digitalização”, salienta Susana Quintana-Plaza, administradora executiva da Galp e responsável pelas áreas de Renováveis e Novos Negócios.” Esta mudança permite-nos oferecer soluções eficientes e rentáveis aos utilizadores e, consequentemente, torná-los parte da transição energética”, conclui Quintana-Plaza.

(Notícia atualizada às 12h00)

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