BCP tem de acompanhar “um conjunto de riscos ambientais”

Paulo Neves, responsável de Sustentabilidade do Millennium bcp, diz que "há ativos dos bancos que podem ser postos em causa pelas alterações climáticas".

Cada vez mais a sustentabilidade é um imperativo para o sistema bancário, sob pena de, se não for incorporada nas avaliações de risco, ter impactos muito negativos nas contas e no balanço financeiro dos bancos. “A sustentabilidade vai impactar na nossa oferta e na forma como os clientes se relacionam connosco. Há ativos dos bancos que podem ser postos em causa pelas alterações climáticas, por exemplo, quer por via de riscos físicos diretos — como por exemplo habitações sujeitas a inundações pelo aumento do nível das águas — ou indiretos, de transição, como no caso das empresas que podem perder os seus mercados ou sejam obrigadas a alterar profundamente os processos produtivos”, considerou Paulo Neves, responsável de Sustentabilidade do Millennium bcp.

Em mais uma edição das Capital Verde Web Talks, uma série de conversas online com os Parceiros Fundadores e Agentes de Mudança da primeira plataforma online especializada em Finanças Sustentáveis e Green Economy em Portugal, o responsável garante que “há todo um conjunto de riscos ambientais que o banco tem de acompanhar, por isso é que a incorporação dos critérios ESG [ambientais, sociais e de governance] na avaliação dos riscos dará garantias de que os projetos que estamos a financiar são de futuro e sustentáveis”, frisou.

Paulo Neves explica que as transições em curso vão “trazer riscos mas também muitas oportunidades e vão exigir grandes investimentos, 80% dos quais do setor privado. Temos aqui um conjunto de oportunidades para sermos viabilizadores destes investimentos. A banca tem um papel que não é só de ator, mas sim de protagonista”.

Sobre a recuperação verde da economia, o responsável do Millennium bcp prevê que “os modelos de desenvolvimento económico vão ter de ser repensados e a pandemia de Covid-19 é uma disrupção que importa aproveitar. Temos de olhar para este momento como adverso, mas também como uma oportunidade para lançar modelos de desenvolvimento descarbonizados, que protegem o clima e a biodiversidade”.

Em 2019 o Millennium bcp ouviu todos os seus stakeholders e desenhou um novo Plano Diretor de Sustentabilidade. Nos próximos meses, o banco vai vamos aprofundar a incorporação dos critérios ESG na sua política de risco, que já tem cerca de 60 riscos, onde se incluem os ambientais e sociais. Além disso, está a ser desenvolvida uma nova oferta ESG e o banco terá de começar a reportar o impacto ambiental do seu portfólio de crédito.

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