Vodafone critica “inexistência” de verbas públicas para redes. Governo “esquece por completo” a conectividade
A Vodafone reconhece que o Plano de Recuperação e Resiliência de Portugal contém "verbas expressivas" para a transição digital, mas "esquece por completo" a conectividade do país.
A Vodafone Portugal está preocupada com a “inexistência de quaisquer verbas” públicas no Plano de Recuperação e Resiliência para investimentos na expansão das redes de comunicações eletrónicas em Portugal. Na perspetiva da operadora de telecomunicações, o documento pressupõe que os mesmos “serão da integral responsabilidade de investimento privado”.
O grupo liderado por Mário Vaz recorda que “um dos pilares do plano de recuperação da Europa” é o da “conectividade e digitalização”. E não deixa de reconhecer que o plano de Portugal, entregue a Bruxelas este mês, aloca “verbas expressivas ao incentivo da digitalização da sociedade e da economia”.
Porém, na ótica da empresa, o plano “esquece por completo a alocação de fundos para a vertente da conectividade”. “A confirmar-se este plano de ação, Portugal irá perder inevitavelmente a posição de destaque que hoje ocupa no ranking dos países europeus mais desenvolvidos em termos de redes de telecomunicações de nova geração”.
A Vodafone assegura que “há outros países europeus que, alinhados com a estratégia europeia de garantir uma aceleração da conectividade digital, e conscientes das condicionantes que os operadores de telecomunicações atualmente enfrentam, preveem nos seus planos de recuperação a alocação de fundos públicos” comunitários para a expansão das redes. “Portugal, infelizmente, parece querer seguir outro caminho”, atira a operadora.
A empresa alega ainda que, “sem garantia de retorno financeiro dos investimentos, e sem apoio de fundos públicos, o resultado será a inevitável perda de competitividade nacional, motivada pelo atraso no desenvolvimento da economia e sociedade digitais”.
“Esperamos ainda ter tempo e condições para garantir uma estratégia que assegure o desenvolvimento acelerado da digitalização da nossa economia e da infraestrutura tecnológica de suporte a esse desígnio nacional”, frisa a Vodafone.
A posição foi transmitida ao ECO no início do mês, pouco antes de o Governo ter enviado a versão preliminar da proposta à Comissão Europeia. O documento prevê um investimento de quase 2,9 mil milhões de euros para a transição digital da economia e sociedade portuguesas.
A Vodafone não é a única operadora portuguesa a apelar a investimentos públicos no desenvolvimento das redes de comunicações eletrónicas no país, que se tornaram críticas para permitir o teletrabalho em período de pandemia. A Altice Portugal, dona da Meo, também tem apelado a coinvestimentos ou incentivos públicos ao investimento em redes nas zonas não concorrenciais do país, em que os investimentos privados não terão retorno por si só.
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