MOBI.E lança campanha para combater “mitos” sobre mobilidade elétrica

  • Lusa
  • 9 Novembro 2020

A passagem do período transitório dos carregamentos gratuitos na rede MOBI.E, para a fase de mercado, a 1 de julho, obrigou a um novo posicionamento da gestora da rede de mobilidade elétrica.

A gestora da rede de mobilidade elétrica MOBI.E apresentou esta segunda-feira o seu novo posicionamento no mercado, depois da passagem da exploração dos postos de carregamento para privados, e pretende lançar uma campanha para combater desinformação e “mitos” sobre mobilidade elétrica.

“A grande mudança que as pessoas vão sentir é uma mudança de imagem e também de atitude da própria MOBI.E, desde logo porque queremos combater a grande desinformação que, infelizmente, subsiste sobre a mobilidade elétrica”, disse à Lusa o presidente executivo (CEO) da entidade, Luís Barroso.

A ideia, disse o responsável, é eliminar “os mitos que infelizmente subsistem”, através de uma comunicação “muito incisiva” e que chegue às pessoas de uma forma pedagógica, ajudando-as a compreender o que é a MOBI.E.

Luís Barroso lamentou que haja ainda quem duvide que a mobilidade elétrica é a melhor solução para o futuro, apesar de a indústria automóvel estar a apostar em “motorizações elétricas cada vez mais fortes” e se verificar um crescimento das infraestruturas de rede.

Só este ano vamos praticamente duplicar a rede que existia no final de 2019 e, portanto, as pessoas continuam a ter dúvidas, quando todo o mercado, mesmo no contexto pandémico, está a apostar fortemente nesta tecnologia e, portanto, importa neste momento informar as pessoas de que é uma solução credível e é uma solução de futuro”, defendeu.

Para isso, serão desenvolvidas várias ações, desde as mais tradicionais, como campanhas de rua, até à aposta nas redes sociais, nomeadamente com a reativação da página de Facebook da MOBI.E, a partir de hoje.

“Depois – e não nos podemos esquecer do contexto pandémico que vivemos – temos preparado um conjunto de ações mais específicas que irão sair no momento e da forma que o contexto pandémico nos permitir”, explicou o responsável.

Segundo o CEO da MOBI.E, há outros países que começam a olhar com interesse para o modelo de mobilidade elétrica português, como por exemplo a Alemanha e a Turquia.

A passagem do período transitório dos carregamentos gratuitos na rede MOBI.E, para a fase plena de mercado, a 1 de julho passado, obrigou, segundo o responsável, a um novo posicionamento da gestora da rede de mobilidade elétrica.

“Por um lado, [passar a] atuar exclusivamente como entidade gestora da rede de mobilidade elétrica, deixando para o setor privado a comercialização e toda a operação e tudo aquilo que o próprio modelo e regulamento impõem e reforçar o seu papel enquanto instrumento público do estado para desenvolvimento de uma mobilidade sustentável”, apontou Luís Barroso.

No início do mês de outubro, a MOBI.E lançou um concurso público para um projeto piloto de dez ‘hubs’ de carregamento de veículos elétricos – em 10 cidades do país escolhidas com base no nível de procura por este tipo de serviços – constituídos por um posto de carregamento ultrarrápido, três postos de carregamento rápidos e cinco postos de carregamento normais, que visa reforçar a infraestrutura de carregamento de acesso público em 90 postos de carregamento.

Este projeto-piloto, integrado no Programa de Estabilização Económica e Social (PEES) do Governo, conta com o financiamento de 1,75 milhões de euros provenientes do Fundo Ambiental.

Paralelamente, foi também lançado um concurso para exploração de 12 postos de carregamento ultrarrápido que engloba um investimento de um milhão de euros, também financiado pelo Fundo Ambiental, no âmbito do PEES.

“São processos que estão na rua, que estamos neste momento a aguardar as propostas”, disse o responsável, esclarecendo que, no caso do primeiro concurso, o prazo para entrega de candidaturas termina no final desta semana e, no segundo, podem ser apresentadas propostas até ao final da próxima semana.

“Apesar de, em 2020, termos vivido este contexto pandémico, a mobilidade elétrica, felizmente, resistiu bem. Os consumos que nós temos agora no último mês de outubro representam 90% dos consumos que tínhamos no início do ano. Nem todos os setores se podem comparar a este. […] Nós tínhamos cerca de 700 postos de carregamento no início do ano e iremos acabar este ano à volta de 1.400, portanto vamos duplicar neste ano a rede de postos”, sublinhou Luís Barroso.

A MOBI.E é uma empresa pública responsável pelo desenvolvimento da mobilidade elétrica em Portugal e pela gestão dos fluxos energéticos e financeiros resultantes das operações da rede de mobilidade elétrica, composta por postos de carregamento para veículos elétricos maioritariamente situados em espaços de acesso público.

A empresa tem como objetivo chegar a 2025 com 20 mil postos de carregamento elétrico.

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