Presidenciais: Grupo de trabalho elabora processo para quem está confinado poder votar
Está em curso um trabalho técnico para permitir que quem está em confinamento obrigatório possa votar nas eleições presidenciais em janeiro de 2021.
A ministra da Saúde, Marta Temido, afirmou esta sexta-feira que está em curso um trabalho técnico para permitir que quem está em confinamento obrigatório devido à covid-19 possa votar nas eleições presidenciais em janeiro de 2021.
Questionada se já existem orientações para a recolha de votos ao domicílio das pessoas que estão confinadas, Marta Temido adiantou que os procedimentos a adotar para as eleições do dia 24 de janeiro estão a ser elaborados por um grupo de trabalho.
O grupo de trabalho é constituído por representantes dos gabinetes dos secretários de Estado Adjunto e da Saúde, da Administração Interna e da secretária-geral do Ministério da Administração Interna, além do envolvimento de outros serviços do Ministério da Saúde, designadamente a Direção-Geral da Saúde e a Serviços Partilhados do Ministério da Saúde.
O grupo tem estado a trabalhar na operacionalização do processo eleitoral e do voto de eleitores que na altura das eleições se encontrem em regime de confinamento obrigatório e pretendam exercer o seu direito. “Continuamos a trabalhar no sentido de garantir que são asseguradas as condições para que o possam fazer”, disse, acrescentando que “é um trabalho técnico que ainda está em curso”.
A ministra falava na conferência de imprensa sobre a evolução da pandemia em Portugal, e também foi instada a comentar uma notícia da TSF, segundo a qual há mais de 70 anos não se registavam tantos mortos como este ano. Dados divulgados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam que, desde a data em que foram diagnosticados os primeiros casos de covid-19 (02 de março) e 29 de novembro, registaram-se 87.792 óbitos, mais 10.776 que o período homólogo dos últimos cinco anos, 41,8% dos quais por covid-19.
A ministra disse que são números que tem lido “com cuidado”, mas reiterou que só depois de codificadas todas as causas de óbito e encerrado o ano 2020 poderão fazer “uma análise mais fina e detalhada” sobre as causas de morte. “Neste momento, o que fazemos é uma avaliação daquilo que era a mortalidade esperada e aquilo que é a mortalidade efetivamente verificada e sabemos que há quatro períodos em que o comportamento da mortalidade observada é superior àquilo que era a mortalidade esperada”, referiu.
Apontou que o primeiro momento se prende com “o pico da covid-19”, depois há dois momentos relacionados com fenómenos de temperaturas extremas, e agora está a viver-se “um quarto momento de excesso de mortalidade por todas as causas”.
A ministra assegurou que todas as instituições do Ministério da Saúde acompanham há muitos anos estes fenómenos e têm interesse em esclarecê-los, em analisá-los e em procurar os seus fundamentos para evitar que as circunstâncias que são controláveis voltem a repetir-se. “É um trabalho que exige tempo, que exige análise e que neste momento nos dá apenas aquilo que é o comportamento da realidade face a determinadas linhas tendência, não nos dá mais informação”, frisou.
Disse ainda pretender saber se o excesso de mortalidade poderá decorrer de ausência de outros cuidados de saúde no sentido de esclarecer se o Serviço Nacional de Saúde e todas as instituições do sistema de saúde português têm implementado todos os procedimentos para que seja seguro utilizá-las nestas novas circunstâncias.
Deixou ainda um apelo para que as pessoas utilizem o SNS com confiança e desejou que a “breve prazo” se possa retomar a atividade normal e programada nos locais onde isso ainda não foi possível.
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