Fusão AON-WTW requer análise aprofundada, confirma Bruxelas
O exame aprofundado ao projeto de fusão empurra a decisão da Comissão Europeia para 2021, com prazo limite previsto para maio de 2021.
A Comissão Europeia (CE) confirmou, em comunicado, que a operação de concentração (fusão) notificada em novembro, envolvendo a Aon e a Willis Towers Watson (WTW) vai ser submetida a uma análise aprofundada à luz do Regulamento europeu sobre concentrações.
Conforme antecipado e noticiado por ECO Seguros, o calendário de procedimentos deixava antever que a operação seria sujeita a exame mais detalhado por parte das autoridades europeias da concorrência.
A CE justifica a passagem do processo à 2ª fase de avaliação com a necessidade de averiguar se o projeto de combinação entre as duas das 3 maiores companhias no setor global de corretagem de seguros e consultoria de risco será suscetível de causar “restrições significativas e resultar em limitação efetiva da concorrência no mercado”.
Margrethe Vestager, vice presidente da CE e responsável pela política de Concorrência na UE, citada no comunicado de Bruxelas, afirma que Aon e a Willis Towers Watson (WTW) são líderes globais no setor de corretagem de seguros e resseguro. “Ajudam empresas na gestão de risco e a encontrarem seguradoras adequadas às suas necessidades. Abrimos uma investigação aprofundada para avaliar cuidadosamente se a transação pode produzir efeitos negativos ao nível de concorrência, reduzir alternativas e escolha e significar um aumento de preços para os clientes europeus do mercado comercial de corretagem de risco.”
A Comissão considera que a Aon Plc e a WTW são “duas de muito poucas corretoras capazes de prestar serviços a uma escala multinacional”. Em particular, lê-se no comunicado de Bruxelas, o órgão executivo da UE teme que o ambiente concorrencial seja afetado ao nível dos serviços de corretagem para grandes clientes multinacionais nas classes de risco Propriedade e Acidentes, Serviços Financeiros e Profissionais, Crédito e Risco Político, Cibernético e Marítimo.
A operação poderá ainda condicionar a concorrência nos serviços de corretagem a clientes “de todas as dimensões para riscos no setor Espacial e Aeroespacial, bem como em algumas classes de risco adicionais em mercados nacionais específicos”, nota a Comissão.
A projetada fusão, criando uma entidade líder global detida maioritariamente pela Aon Plc, foi notificada aos serviços europeus da Concorrência a 16 de novembro de 2020. Durante a fase preliminar da análise ao projeto (encerrada a 21 de dezembro), Aon e Willis Towers Watson não apresentaram compromissos para responder aos receios de Bruxelas.
A Comissão tem agora 90 dias úteis, até 10 de maio de 2021, para emitir uma decisão. A abertura de uma investigação aprofundada “não condiciona o resultado do procedimento”, ressalva a CE.
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