Mortalidade no início de fevereiro 42% acima da média
Na 5.ª semana de 2021, morreram em Portugal 3.825 pessoas. O número representa um acréscimo de 42% face à média de mortes para este período entre 2015 e 2019, representando o excesso de mortalidade.
Morreram em Portugal 3.825 pessoas na primeira semana de fevereiro. O número representa um excesso de 1.131 óbitos face à média de 2015 a 2019, isto é, uma subida de 42% face à mortalidade média, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Nessa que foi a quinta semana de 2021, morreram de Covid-19 um total de 1.597 pessoas, o que representa também 42% do total de óbitos, sublinha o INE nos dados preliminares publicados esta sexta-feira. Na semana anterior, em que a pandemia estava ainda mais ativa no país, tinham morrido 4.711 pessoas, das quais 43,2% por Covid-19 e um excesso de mortalidade de 1.878 face à média de mortes dos cinco anos.
Em termos percentuais, a mortalidade registada na quarta e na quinta semana de 2021 representa acréscimos de 66,3% e 42%, respetivamente, comparativamente com o período homólogo, em que Portugal ainda não enfrentava as consequências da pandemia.
Alargando o período de análise, o total de mortalidade em Portugal nessas duas semanas foi de 8.536, o que abrange os dias 25 de janeiro a 7 de fevereiro. Trata-se de um excesso de 3.009 óbitos face à média de mortes entre 2015 e 2019.
O INE salienta ainda que, nessas semanas, o número de óbitos por Covid-19 foi “superior ao excesso de mortalidade, o que significa que excluindo os óbitos por Covid-19 a mortalidade registada nestas duas semanas” teria ficado abaixo da média do período 2015-2019.
Entre 25 de janeiro e 7 de fevereiro, “o número de óbitos diminuiu, apesar de continuar muito acima do observado desde o início da pandemia“, refere o instituto. Desde a última semana do ano passado (28 de dezembro a 3 de janeiro) até à terceira semana de 2021 (18 a 24 de janeiro), os óbitos aumentaram “de forma continuada”, “atingindo nessa última semana o maior número de óbitos semanal observado desde o início da pandemia”: 5.011 mortes, das quais 1.693 por Covid-19.
Do total das mortes registadas entre 25 de janeiro e 7 de fevereiro, 4.278 foram de homens e 4.258 de mulheres, sendo que mais de 75% dos óbitos corresponderam a pessoas com idades iguais ou superiores a 75 anos. No entanto, “o maior excesso de mortalidade verificou-se nas pessoas com idades iguais ou superiores a 90 anos (+74,1% relativamente à média 2015-2019)”, aponta o gabinete de estatísticas.
Em termos regionais, a Área Metropolitana de Lisboa continua a ser a região onde se registaram o maior número de óbitos no período analisado (2.590), seguida pelo Centro (2.288), Norte (2.177) e Alentejo (916). Já as regiões autónomas da Madeira e dos Açores, registaram, respetivamente, 148 e 96 mortes. Contudo, analisado os óbitos por 100 mil habitantes “apenas as regiões Alentejo (130), Centro (103,2) e Área Metropolitana de Lisboa (90,5) apresentaram valores superiores ao nacional (83)”, assinala o INE.
Face ao agravamento da pandemia, Portugal entrou num novo confinamento total a 15 de janeiro, ou seja, na segunda semana desse mês. Dias depois, a 21 de janeiro, as medidas foram agravadas, com o Governo a determinar o encerramento das escolas e os serviços públicos a funcionarem maioritariamente por marcação.
Apesar de os números estarem agora a baixar, a ministra de Estado e da Presidência já veio garantir que o confinamento se deverá manter. “Ainda estamos muito longe de números que [nos] permitam desconfinar em breve”, disse Mariana Siza Vieira, alertando para a pressão ainda existente ao nível dos internamentos, bem como nas unidades de cuidados intensivos.
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