Empregadores portugueses antecipam segundo trimestre pouco animador para contratações
A projeção para a criação líquida de emprego, no período de abril a junho, é de -1%, caindo seis pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e 14 pontos percentuais em termos homólogos.
Os empregadores portugueses estimam que o segundo trimestre de 2021 seja um período pouco animador no que toca a novas contratações. Num universo de 514 empresas nacionais, apenas 5% antecipa um aumento nas intenções de contratação, enquanto 6% espera reduzir a sua força de trabalho e 81% não avança qualquer alteração.
De acordo com os dados do “ManpowerGroup Employment Outlook Survey“, a projeção para a criação líquida de emprego, no período de abril a junho, é de -1%, caindo seis pontos percentuais em relação ao trimestre anterior e 14 pontos percentuais se compararmos com as previsões pré-pandemia do período homólogo do ano passado.
“É inegável o efeito das recentes medidas de combate à pandemia nos indicadores de atividade económica“, começa por dizer Rui Teixeira, chief operations officer da ManpowerGroup Portugal, em comunicado. “É fundamental continuar a atuar no sentido de desenvolver soluções que permitam acompanhar todos aqueles que estão a ser impactados pela destruição de emprego”, continua.
Identificar as competências adjacentes, que permitem aos trabalhadores fazer a transição para funções com maior procura, e apostar no seu upskilling e reskilling são, para o chief operations officer, os principais desafios que há que superar para aumentar a empregabilidade e construir uma base de talento “ágil e resiliente para momentos de mudança e de disrupção”.
Restauração e hotelaria: o setor mais afetado
Tem sido um dos setores mais afetados pela pandemia mundial, o que explica que as intenções de contratação para o segundo trimestre do ano sejam negativas. “Os empregadores do setor da restauração e hotelaria anunciam os planos de contratação mais pessimistas, com uma projeção para a criação líquida de emprego de -6%“, revela o survey da ManpowerGroup.
O valor representa uma redução de 27 pontos percentuais face às estimativas realizadas antes da pandemia mundial, anunciadas há um ano. Ainda assim, o valor é 10 pontos percentuais mais alto do que o registado no primeiro trimestre de 2021, o que pode significar alguns sinais de recuperação.
Já no setor do comércio grossista e retalhista estima-se um cenário semelhante, com uma projeção de -5%, diminuindo em três e 18 pontos percentuais relativamente ao último trimestre e ao segundo trimestre do ano passado, respetivamente. Também os empregadores dos setores da indústria e da construção avançam intenções de contratação pouco otimistas, -3% e -2% face às perspetivas anunciadas no trimestre anterior e no trimestre do período homólogo, respetivamente.
Por outro lado, o setor das finanças e serviços destaca-se com a atividade de contratação mais sólida, estimando um aumento de 5% na criação de emprego, pelo segundo trimestre consecutivo. Contudo, comparando o valor com o período homólogo do ano passado, este setor regista uma das reduções mais significativas, caindo 23 pontos percentuais.
Maior otimismo: na região norte e nas grandes empresas
Relativamente a localizações geográficas, a região norte revela “um otimismo cauteloso”, com os empregadores a estimarem um aumento de 1% nas contratações de novo talento. É o grande Porto que apresenta as melhores perspetivas para este período (4%).
Ao nível mundial, Taiwan, EUA, Austrália e Singapura apresentam os mercados de trabalho mais fortes, enquanto o Reino Unido, África do Sul e Panamá, apresentam as projeções mais pessimistas. Na Europa, as oportunidades de contratação continuam limitadas.
“À semelhança do que acontece em Portugal, também Espanha e Itália apresentam perspetivas de redução no mercado de trabalho. Em Espanha os empregadores reportam uma projeção para a criação líquida de emprego de -1%, o mesmo valor que no trimestre anterior e, em Itália, a projeção é de -2%, quatro pontos percentuais abaixo das previsões do período de janeiro a março”, revela a empresa especialista em recrutamento. Por outro lado, Grécia, França e Alemanha estão mais positivos, prevendo aumentar as contratações em 7%, 7% e 3%, respetivamente.
Finalmente, no que diz respeito ao tamanho das empresas, o grupo Manpower concluiu que as grandes empresas antecipam o mercado de trabalho mais forte, com uma projeção de 5%. Contrariamente, as microempresas demonstram um maior pessimismo e antecipam reduções moderadas na sua força de trabalho.
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