Confederações empresariais criticaram no Parlamento burocratização dos apoios
Três confederações empresariais criticaram no Parlamento a burocratização dos apoios às empresas. CIP pede Banco de Fomento com urgência.
Três confederações empresariais criticaram no Parlamento a burocratização das medidas de apoio concedidas às empresas para enfrentarem a crise pandémica e reivindicaram a simplificação de procedimentos para que os financiamentos cheguem a tempo de ajudar à sua recuperação económica.
Os presidentes da Confederação Empresarial de Portugal (CIP), da Confederação Portuguesa das Micro, Pequenas e Médias Empresas (CPPME) e da Confederação do Comércio e Serviços de Portugal (CCP) aproveitaram a audição parlamentar conjunta na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença Covid-19 e do processo de recuperação económica e social para salientar a dificuldade de acesso às medidas criadas pelo Governo e a morosidade da sua concretização.
António Saraiva, presidente da CIP, apresentou os indicadores macroeconómicos atuais, para mostrar as “dramáticas consequências da pandemia” e defendeu a urgência da concretização do Banco de Fomento para que as empresas consigam enfrentar o fim das moratórias ao crédito. “As empresas não precisam de mais endividamento, mas sim de injeção de capital”, defendeu junto dos deputados.
As empresas não precisam de mais endividamento, mas sim de injeção de capital.
Para o presidente da CPPME, Jorge Pisco, as medidas de apoio às empresas “têm sido insuficientes, discriminatórias e burocráticas”, deixando os micro, pequenos e médios empresários “em desespero por não conseguirem aceder aos apoios”. “Estes empresários estão numa situação económica muito preocupante, por isso são necessárias medidas audazes, ajustadas à realidade do tecido empresarial”, disse.
O presidente da CCP, João Vieira Lopes, reconheceu que o Governo tem tomado algumas medidas positivas para ajudar as empresas, como as moratórias fiscais e bancárias, as linhas de financiamento e o lay-off simplificado, mas que foram prejudicadas pela burocracia e atraso na chegada do dinheiro às empresas.
As deputadas do PCP Alma Rivera, Bloco de Esquerda Isabel Pires, e PSD Filipa Roseta, que participaram na audição, questionaram os representantes empresariais sobre as principias dificuldades sentidas no acesso aos apoios, sobre os seus problemas de tesouraria e sobre o diálogo com o Governo. António Saraiva considerou que “o diálogo com o Governo tem sido permanente, mas nem sempre tão produtivo” quanto os empresários gostariam.
Jorge Pisco disse que o diálogo não tem funcionado, por falta de articulação entre entre o Governo e as micro, pequenas e médias empresas. “Desde o início da pandemia que temos tido um canal aberto, e desde março do ano passado que apresentámos as nossas propostas, mas o Governo não tem tido com as confederações empresarias o relacionamento que deveria”, apontou, reafirmando a necessidade de criação de um gabinete de apoio às micro, pequenas e médias empresas.
Para Vieira Lopes, “o diálogo com o Governo tem existido, mas as medidas têm sido complicadas de gerir” e até a consulta dos parceiros sociais, por vezes, “não tem sido feita de forma atempada”.
Estes empresários estão numa situação económica muito preocupante, por isso são necessárias medidas audazes, ajustadas à realidade do tecido empresarial.
O deputado do PS, Carlos Pereira, preferiu falar do impacto da crise pandémica no desemprego e nas medidas tomadas pelo Governo socialista para moderar o aumento de desempregados.
Os três representantes empresariais reconheceram a intervenção do Governo nesse sentido, porém salientaram também a resiliência das empresas para evitar o aumento do desemprego, embora temam pelo futuro das mesmas.
A audição conjunta realizou-se por videoconferência, com deputados a participar de forma presencial e por videoconferência.
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