Dividendos caem metade dos lucros. Há 1,8 mil milhões para dar aos acionistas
Os dividendos vão ressentir-se da quebra nos resultados das cotadas do PSI-20, mas a redução da remuneração acionista será menos acentuada. As cotadas têm 1,8 mil milhões para distribuir.
2020 foi um ano de forte contração económica. A pandemia arrasou a economia mundial, europeia e a nacional, que registou a maior contração em democracia. O confinamento passou uma fatura elevada às empresas e famílias, levando os lucros das cotadas a registarem uma quebra acentuada, algumas delas registando mesmo prejuízos. Os dividendos vão, por isso, ressentir-se, mas a quebra é apenas metade da registada nos resultados líquidos.
Praticamente todas as empresas do PSI-20 que revelaram as contas de 2020 — só falta conhecer os resultados anuais da Ibersol — apresentaram quebras, se não mesmo resultados negativos. Galp Energia, Mota-Engil e Pharol passaram de lucros para prejuízos, enquanto as restantes revelaram quebras dos 8% aos mais de 60%, sendo a EDP e a EDP Renováveis as exceções. Ambas as cotadas conseguiram, apesar do contexto de crise, aumentar os lucros em 56% e 17%, respetivamente.
No total, os resultados das maiores empresas portuguesas encolheram em 27,1%, caindo dos 3.283 milhões de euros alcançados em 2019 para os 2.393 milhões em 2020, de acordo com os dados recolhidos pelo ECO junto dos resultados comunicados pelas empresas à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários.
Lucros do PSI-20 caem 27%
Esta evolução negativa dos resultados passou fatura aos dividendos, mas acabou por não ser tão pesada quanto poderia ser já que muitas empresas optaram por manter o valor a entregar aos acionistas (havendo casos em que a remuneração até foi revista em alta). O “bolo” dos dividendos encolheu metade dos lucros, recuando em apenas 15% face aos 2,22 mil milhões entregues no ano passado.
O montante total a distribuir este ano pelas cotadas do PSI-20 é de 1,8 mil milhões de euros. São muitos euros, sendo que boa parte deles serão entregues por uma pequena “fatia” de empresas, cabendo à EDP a maior parte. A elétrica liderada por Miguel Stilwell vai entregar aos acionistas cerca de 750 milhões de euros, depois de receber grande parte dos 70 milhões que serão pagos pela EDP Renováveis.
Dividendos encolhem, mas menos que os lucros
Atrás da EDP surge a Galp Energia, com um “bolo” de 270 milhões de euros, aqui com a particularidade de este dinheiro ser entregue aos investidores apesar de a empresa ter registado prejuízos em 2020. Mantém, desta forma, a “prata” no ranking dos dividendos a pagar, sendo que o “bronze” fica para a Nos que vai pagar 143 milhões.
Estas três cotadas serão responsáveis por quase dois terços dos dividendos totais das cotadas do PSI-20, embora existam ainda mais cotadas que vão passar “cheques” de nove dígitos. É o caso da Jerónimo Martins, da REN e também da Navigator.
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