Variante indiana duplica numa semana em Portugal

A variante indiana da Covid-19 foi identificada em 74 casos até 2 de junho, de acordo com “Monitorização das linhas vermelhas para a Covid-19”, publicado esta sexta-feira pelas autoridades de saúde. Na semana anterior, esta variante — B.1.617.2 — registava 37 casos, o que pode reforçar a ideia de “existência de transmissão comunitária” já apontada, aliás, a 28 de maio.

O Reino Unido, que esta quinta-feira retirou Portugal da lista verde, tem justificado esta decisão pelos números desta variante em território português. A variante, classificada como “variante de preocupação” pelo ECDC, pode carregar a mutação K417N, entretanto já conhecida por mutação nepalesa.

A variante britânica, no entanto, continua a ser a mais identificada nas amostras recolhidas, em 87,7% dos casos, seguida, a uma grande distância, pela sul-africana (104 casos) e a brasileira (139 casos) — ambas com uma progressão modesta em termos semanais.

Numa avaliação dos indicadores, que medem a evolução do vírus em Portugal, o relatório assinala a tendência crescente do Rt, em particular na região de Lisboa e Vale do Tejo. “Mantendo-se esta taxa de crescimento, o tempo para atingir a taxa de incidência acumulada a 14 dias de 120 casos/100 000 habitantes será de 15 a 30 dias para o nível nacional e menos de 15 dias para a região de LVT”, refere.

Esta perspetiva pode fazer a capital estagnar ou até recuar nas próximas fases de desconfinamento, marcadas para dia 14 de junho e 28 de junho.

O relatório nota ainda que os internados com Covid-19 em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) no continente mostra uma “tendência ligeiramente decrescente, correspondendo a 21% do valor crítico definido de 245 camas ocupadas”. Ao mesmo tempo, a proporção de “testes positivos foi de 1,3%, valor que se mantém abaixo do objetivo definido de 4%”.