Indústria e empresas podem acelerar transição energética, diz CEO da EDP Comercial
Empresa quer operar como uma "consultora de energia" para negócios mais verdes nos mercados onde opera no segmento empresarial -- Portugal, Espanha, Itália, Polónia e Brasil.
Até 2050, o mundo estará a consumir três vezes mais energia elétrica do que hoje. Nessa altura, descarbonização e eletrificação serão palavras de ordem e a meta é atingir 95% de renováveis na geração de eletricidade. “Nessa transição, o setor da energia terá que enfrentar o desafio. Mas vocês também — indústrias, serviços, grandes e pequenas empresas — todos terão um grande papel a desempenhar na aceleração da transição energética”, disse a presidente da EDP Comercial, Vera Pinto Pereira, na abertura da conferência EDP Business Summit 2021 – Leaders and Corporations committed to the Energy Transition.
O evento digital juntou líderes de opinião, decisores e empresas de todo o mundo para debater a transição energética, com enfoque nos mercados onde a EDP Comercial já atua no mercado empresarial e no solar descentralizado — Portugal, Espanha, Itália, Polónia e Brasil.
A CEO garantiu que “a sustentabilidade faz parte do DNA” da EDP, que recentemente se comprometeu a investir 24 mil milhões de euros na transição energética até 2025 e a tornar-se neutra em carbono até 2030. A empresa quer também ser “um parceiro de sustentabilidade” dos seus clientes empresariais. “Este Business Summit é uma oportunidade para ouvir nossos clientes e saber como podemos atuar como um catalisador da sua transformação em modelos de negócios novos e mais verdes”, disse Vera Pinto Pereira.
De acordo com Miguel Fonseca, administrador da EdP Comercial, esta é já uma realidade em Portugal, e noutros países, em que a empresa opera como uma “consultora de energia” para ajudar as empresas com que trabalha a obter certificações energéticas, realizar estudos de eficiência energética, otimizar as suas frotas com novas soluções de mobilidade elétrica, optar pelo auto consumo (que pode chegar a cobrir 30% das necessidades de energia), obter financiamento verde e candidatarem-se a fundos comunitários, saber como ir aos mercados grossistas negociar os melhores contratos de fornecimento de eletricidade.
“EDP quer ser o apoio das empresas na transição energética, disse Miguel Fonseca ao ECO/Capital Verde.
De acordo com a EDP, os clientes empresariais e industriais preferem, tradicionalmente, contratos de curta duração. No entanto, refere a empresa “há cada vez mais empresas que preferem garantir uma estabilidade de preços, por exemplo, com contratos a cinco anos, em que o preço é fixo e que, adicionalmente, chegam a representar uma poupança de 20% no seu custo com eletricidade”.
“É cada vez mais importante que comercializadoras como a EDP Comercial tenham um espetro alargado de produtos de energia que permitam às empresas adaptar a sua estratégia a uma maior ou menor exposição aos preços do mercado grossista. São exemplo disso os contratos PPA, com visibilidade sobre os preços por um longo período e que, adicionalmente, permitem o desenvolvimento de um novo parque eólico ou solar, contribuindo para a transição energética”, explica a empresa.
Outro exemplo, acrescenta ainda a EDP, são as medidas de eficiência energética que possibilitam às empresas reduzir o seu consumo, ou mesmo a produção de energia solar localmente que permite diminuir o consumo de energia da rede e, consequentemente, a exposição ao mercado.
“Estas medidas agregadas – contratos de longo prazo, medidas de eficiência e autoconsumo de energia produzida – podem levar a poupanças de até 40% no consumo das empresas”,
Na conferência EDP Business Summit 2021 estiveram em debate temas como a energia solar, mobilidade elétrica, sustentabilidade e também a forma como a intermitência das energias renováveis pode ser rentável para as empresas, através de um segmento de mercado ainda pouco explorado, a flexibilidade.
O evento contou com oradores como Roger Atkins, líder da Electric Vehicles Outlook, que acompanha a evolução da mobilidade elétrica a nível mundial, Mariana Mazzucato, reconhecida pela Forbes como uma das cinco maiores economistas a nível mundial, recentemente galardoada por desafiar o papel do Estado e do setor privado perante os grandes desafios da Humanidade ou Daan Roosegaarde, artista que combina a arte e a tecnologia para melhorar as nossas cidades e o nosso dia-a-dia.
A abertura ficou a cargo de Bertrand Piccard, médico e primeiro homem a dar a volta ao mundo num avião alimentado apenas pela energia do sol, que defende que a transição energética deve ser vista como uma oportunidade para melhorar os negócios.
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