Investidor americano confirma acordo com Rei dos Frangos, mas está a avaliar se compra as ações do Benfica
O investidor norte-americano diz em comunicado que estabeleceu um acordo para a compra de ações da SAD com José António dos Santos e apenas este. Ao ECO diz que não há qualquer acordo com Vieira.
John Textor confirma que tem mantido conversações com José António dos Santos e que existe um acordo para a aquisição de uma participação no capital da SAD do Benfica, sem especificar quantas ações. A decisão de comprar ou não os títulos ainda não está tomada. Ao ECO, clarificou que não há qualquer acordo com Luís Filipe Vieira.
“Nunca procurei, negociei ou cheguei a um acordo para comprar ações do Benfica com qualquer outra parte, exceto com o Sr. dos Santos, nem comprei quaisquer ações da Benfica (direta ou indiretamente) nos mercados abertos”, diz um comunicado do empresário norte-americano, divulgado através do seu site. “Estou agora a avaliar se vou ou não consumar a compra de ações do Benfica”, acrescenta.
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O semanário Nascer do Sol noticiou este sábado a existência de um acordo entre José António dos Santos, conhecido como “Rei dos Frangos”, e John Textor, um empresário ligado à produção audiovisual, para a aquisição de uma participação de 25% na SAD do Benfica, depois de o primeiro ter adquirido participações também a outros acionistas, como Luís Filipe Vieira, o empresário José Guilherme e a Casa de Jugais.
John Textor emitiu um comunicado onde confirma as conversações e a existência de um acordo com o “Rei dos Frangos” e não esconde o seu interesse pelo Benfica, “um gigante adormecido”.
“Tenho gostado das minhas conversas e correspondência com o fervoroso adepto do SL Benfica, Sr. José António dos Santos. Acredito que ele ama verdadeiramente o clube e acredito que ele vê, em mim, uma pessoa que tem o coração certo e a experiência certa para fazer avançar a missão da comunidade do Benfica”, escreve no comunicado.
Textor nega envolvimento de Vieira
Textor afirma que não foi a direção do Benfica a apresentá-lo a José António dos Santos, mas um “banco de investimento com sede em Londres”, com quem regularmente discute oportunidades de investimento, nomeadamente na indústria do desporto. Numa curta troca de mensagens com o ECO, Textor rejeita que Luís Filipe Vieira esteja envolvido na potencial compra de ações.
"Embora estivesse ansioso por me encontrar com a equipa de gestão nas próximas semanas, estou agora a avaliar se tenciono ou não concretizar a compra de ações.”
As notícias dos últimos dias parecem ter refreado as intenções do investidor. “Tal como vocês, estou a digerir muito rapidamente as notícias inesperadas sobre o SL Benfica. Embora estivesse ansioso por me encontrar com a equipa de gestão nas próximas semanas, estou agora a avaliar se tenciono ou não concretizar a compra de ações”, escreve.
“Era grande a minha esperança de ser recebido como um parceiro positivo e contribuidor para a comunidade do Benfica e obviamente tenho de avaliar a enorme mudança de circunstâncias à medida que avalio esta oportunidade. Novamente, como vocês, estou a reservar o direito de fazer os meus próprios julgamentos e tomar as minhas próprias decisões à medida que vou tendo mais conhecimento”, acrescenta John Textor.
Rasgados elogios ao “gigante adormecido do futebol mundial”
O interesse do empresário é notório nos rasgados elogios que deixa ao Benfica. “Sinto-me atraído pelo Sport Lisboa e Benfica porque é verdadeiramente o Clube do Povo… e será sempre o Clube do Povo”, afirma no comunicado. “Acredito que o SL Benfica é o gigante adormecido do futebol mundial, o maior promotor de talentos nas suas academias, com uma oportunidade ímpar de estender a sua missão e a sua marca a públicos globais em rápido crescimento”.
O investidor elogia ainda o facto de a SAD estar cotada, mas aponta limitações ao crescimento do projeto que acredita poder ajudar a ultrapassar. “A escala e liquidez limitadas dos mercados de capitais de Portugal não tem permitido ao SL Benfica maximizar o seu potencial. Acredito que uma maior coordenação entre os mercados de Portugal e as bolsas globais nos Estados Unidos e noutros locais daria ao SL Benfica um acesso eficiente a grandes recursos de pessoas e capitais que serviriam melhor a sua missão”, sustenta.
"É claro que a emoção de jogar na Champions League, para os Benfiquistas, passou a ser menos emoção e mais expectativa. Não deveria agora ser o objetivo de vencer?”
“Creio que posso ser uma das pessoas que pode trazer ideias à comunidade do Benfica, que podem ajudar a melhorar a capitalização e as receitas do clube, para um propósito que é desejado pelos adeptos… o objetivo de manter muitos mais dos melhores jogadores do SL Benfica a jogar pelo SL Benfica”, acrescenta. “É claro que a emoção de jogar na Champions League, para os Benfiquistas, passou a ser menos emoção e mais expectativa. Não deveria agora ser o objetivo de vencer?”, termina.
John Textor, que se diz um amante do futebol, foi até abril de 2020 o maior acionista e executive chairman da Fubo TV, uma plataforma de streaming especializada em canais que distribuem conteúdos desportivos ao vivo. Antes foi CEO do Facebank Group, uma empresa que produz espetáculos de realidade virtual com celebridades e adquiriu, em 2020, a Fubo TV. O empresário construi a sua fortuna nos anos 1990 como um dos proprietários da empresa de efeitos especiais Digital Domain, que trabalhou para filmes como o “Titanic” ou “Piratas das Caraíbas”.
A negociação das ações da SAD do Benfica foram suspensas durante o início da manhã pela CMVM. O supervisor quer que a SAD e os acionistas prestem informação sobre o governo da sociedade (qual a situação em concreto dos órgãos sociais) e quais as participações que aqueles detêm no capital, assim como se existem acordos para a venda das mesmas que não tenham sido comunicados ao mercado.
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