Coverflex, Ikea, Siemens… Eis os “corona bónus” das empresas
Bónus para trabalhar remotamente noutro país, ajudas para pagar internet ou luz e kits de mobiliário de escritório. É assim que as empresas tentam melhorar a (nova) experiência dos colaboradores.
Com os escritórios vazios e os colaboradores a trabalhar a partir das suas casas — improvisando escritórios na sala de estar e tentando definir barreiras entre a vida profissional e a vida pessoal –, algumas empresas estão empenhadas em melhorar a experiência de trabalho remoto das suas pessoas, para mais que, em muitos casos, o regresso ao escritório que se avizinha será para muitos em modelo híbrido. Coverflex, Ikea ou Siemens são algumas das empresas que já avançaram com este tipo de apoios.
Há quem ofereça bónus extra salariais para recompensar os funcionários pelo esforço e dedicação do último ano e meio ou para cobrir as despesas de internet ou eletricidade, quem distribua cheques para que os trabalhadores aproveitem, realmente, as vantagens e flexibilidade do trabalho remoto e quem prepare kits de mobiliário de escritório, proporcionando espaços de trabalho funcionais e ergonómicos. Os montantes, em alguns casos, superam os mil euros.
É o caso da Coverflex. A startup portuguesa decidiu oferecer um bónus anual de mil euros a cada um dos 50 trabalhadores. O objetivo é que os colaboradores utilizem esse valor para investir, realmente, em trabalho remoto, podendo trabalhar a partir de qualquer lugar, alternando entre o escritório das suas casas, os espaços de cowork ou co-renting ou mesmo qualquer outro país do mundo.
“Conscientes de que alguns dos nossos colaboradores estão abertos a experimentar outros modelos de trabalho como co-working, co-renting de um escritório ou trabalho a partir da praia, vamos fazer uma experiência. Além dos 500 euros de orçamento de boas-vindas, lançamos um budget de 1.000 euros que pode ser usado pelos Coverflexers que queiram trabalhar em qualquer das modalidades mencionadas anteriormente”, explica João Franqueira, head of people da Coverflex, em comunicado.
O atual orçamento de mil euros acresce ao budget de 500 euros oferecido a cada colaborador no momento em que começa a trabalhar na empresa, que, sendo a Coverflex uma empresa 100% remota, pode ser utilizado nas despesas de internet ou de eletricidade ou na aquisição de material de escritório, por exemplo.
Afinal, o Corona também trouxe bónus
Mas a ideia não é nova. A Siemens atribuiu, em dezembro, o chamado “Corona Bónus”, um apoio monetário no valor de 750 euros a todos os colaboradores, excluindo as primeiras linhas de direção.
“Foi um agradecimento pelo compromisso, dedicação e contribuição de todos face aos desafios que a pandemia colocou à empresa”, recorda Marina Guerra, responsável pela área de ambiente, saúde e segurança na Siemens Portugal.
A somar-se a este bónus, a tecnológica ofereceu ainda um cheque de 250 euros, com o objetivo de apoiar aquisição de material de escritório, como monitores, cadeiras, mesas, periféricos ou impressoras. O objetivo deste bónus de mil euros foi “melhorar a qualidade de vida dos colaboradores, minimizar os impactos negativos da pandemia, bem como aumentar o conforto no seu ‘novo’ local de trabalho”.
Mais ou menos avultados, os exemplos seguem-se. A Blip, pelo segundo ano consecutivo, ofereceu a todos os funcionários um extra de 400 euros para ajudar com o pagamento de despesas de luz, água e gás. Além deste prémio, os funcionários do tech hub receberam também um bónus anual acrescido devido ao desempenho positivo dos resultados financeiros do grupo Flutter.
Kits de mobiliário de escritório para (continuar) em teletrabalho
O bónus extra salarial é uma das medidas que tem sido adotada por algumas empresas, mas recompensar e apoiar o trabalho à distância pode ser feito de várias formas. Na Ikea, a preocupação com o bem-estar das pessoas, nomeadamente com a funcionalidade e ergonomia do local onde trabalham diariamente, é também uma realidade.
A trabalhar num projeto-piloto de um modelo de trabalho híbrido, os escritórios da empresa sueca passarão a ser, sobretudo, espaços de reunião, partilha e criação. “Um lugar que não é apenas inspirador e confortável, mas que também permitirá uma abordagem de trabalho mais flexível, onde as pessoas podem reunir-se para cocriar, conhecer, debater e desenvolver juntas”, conta Cláudio Valente, country people & culture manager da Ikea Portugal, à Pessoas.
Simultaneamente, algumas tarefas poderão ser executadas em casa, proporcionando “um melhor equilíbrio entre vida pessoal e vida profissional”. Nesse caso, o espaço de trabalho deve ser “funcional”, ergonómico e “adequado ao espaço disponível”, defende. Para ajudar as suas pessoas a terem todas as condições necessárias para o teletrabalho, a empresa ofereceu um kit aos colaboradores que incluiu secretária, cadeira, iluminação e acessórios.
Na rentrée, a Ikea começa uma nova fase, que deverá ser mantida no futuro. “Estamos a contar começar a partilhar o nosso tempo entre a casa e o escritório. Estamos confiantes e curiosos para perceber o feedback das pessoas e o impacto no nosso dia a dia de trabalho”, refere Cláudio Valente.
À semelhança da Ikea, e apesar do fim da obrigatoriedade do teletrabalho — que chegou mais cedo do que o previsto — as empresas ouvidas pela Pessoas/ECO vão manter o regime de teletrabalho até setembro, de forma a não “destabilizar” o período principal de férias dos colaboradores.
Setembro poderá mesmo ser o mês de regresso ao escritório, mas, na maioria, em formatos diferentes daqueles que utilizam antes da pandemia. Regimes híbridos, equipas em espelho e mais teletrabalho são alguns dos planos das companhias.
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