Novos certificados do Tesouro chegam hoje. 7 respostas sobre o novo produto de poupança do Estado
Chegam ao retalho os novos Certificados do Tesouro Poupança Valor. Sete perguntas e respostas para conhecer o novo produto de poupança do Estado.
Os novos Certificados do Tesouro Poupança Valor (CTPV) podem ser subscritos a partir desta segunda-feira. Em comparação com os anteriores certificados, este novo produto de poupança do Estado oferece uma remuneração mais baixa, e um prémio que vem mais tarde e é inferior. Mas quanto é que posso receber? Onde subscrever? Há alternativas?
Quanto vou receber?
Em termos médios, os novos certificados pagam 1% ao longo dos sete anos de maturidade. Mas tem de manter os títulos até final para alcançar esta rendibilidade. Caso faça o resgate do investimento antes, as contas já não são bem assim.
A taxa é crescente: os CTPV pagam 0,7% nos dois primeiros anos, a taxa sobe para 0,8%, 0,9% e 1% nos anos seguintes, sendo que no sexto e sétimo ano os títulos oferecem uma remuneração de 1,3% e 1,6%. Ou seja, é preciso manter até final para assegurar as taxas maiores.
Outras notas importantes: é uma taxa bruta, ou seja, é preciso descontar os impostos, à qual se acresce um prémio a partir do terceiro ano. Este bónus corresponde a 20% da média de crescimento da economia, sendo que há um limite até máximo de 1,5%.
Contas simples, sem contar com este bónus: se investir 1.000 euros, receberá 70 euros em juros em sete anos (em termos brutos, claro está).
Taxa chega aos 1,6% no último ano
Fonte: Governo
Como compara com os anteriores certificados?
Resumindo: há um corte na remuneração fixa e também no prémio, que passa a ser atribuído mais tarde. Vamos à comparação.
Os Certificados do Tesouro Poupança Crescimento (CTPC), lançados em 2017 e cuja subscrição se encontra suspensa desde a sexta-feira passada, apresentavam uma remuneração média de 1,35% nos sete anos de maturidade. Os CTPV pagam menos: 1%.
Em relação ao prémio, os anteriores certificados pagavam um bónus de 40% do PIB logo a partir do segundo ano, estando limitado a um máximo de 1,2%. Com os novos certificados o prémio vem um ano mais tarde, ao terceiro ano de maturidade do título, e dá direito a um bónus de 0,2% do PIB, até ao máximo de 1,5%.
Porque é que o Governo cortou os juros?
O Governo reformulou os Certificados do Tesouro tendo em conta as atuais condições do mercado. A intervenção do Banco Central Europeu (BCE) está a esmagar os juros na Zona Euro e a pandemia veio prolongar este cenário de taxas em mínimos na medida em que a autoridade monetária vai manter os estímulos por mais tempo para apoiar a retoma.
É possível ver o efeito BCE nos juros da dívida pública portuguesa: as obrigações do Tesouro com prazos até 9 anos negoceiam com juros negativos, isto é, os investidores pagam para ter dívida portuguesa, pois não encontram melhor alternativa no mercado.
Quando é possível a subscrição dos CTPV?
Já é possível subscrever os novos CTPV a partir desta segunda-feira. Os antigos CTPC foram descontinuados na sexta-feira, de acordo com a decisão do Conselho de Ministros.
Onde posso subscrever?
Os novos certificados podem ser subscritos através dos canais habituais, AforroNet, CTT e Espaços Cidadão.
O que acontece aos antigos certificados?
As subscrições dos CTPC foram encerradas na sexta-feira. Os títulos que foram subscritos não desaparecem com os novos certificados. Só acabarão quando atingirem as maturidades, isto é, sete anos após a data de subscrição, isto no caso de não serem resgatados antecipadamente. Mas deve pensar duas vezes se quiser resgatar, tendo em contas as alternativas.
Quais as alternativas?
A popularidade dos Certificados do Tesouro nos últimos anos ajuda a perceber que não há muitas alternativas de poupança e investimento no mercado para quem é mais conservador.
O produto de poupança mais seguro são os depósitos, mas as taxas estão em queda há cinco anos e, em julho, as novas aplicações a prazo registaram uma taxa média de 0,05%.
Já os tradicionais certificados de Aforro, que foram ultrapassados pelos Certificados do Tesouro nas preferências dos portugueses, apresentam uma remuneração mais positiva, mas longe dos CTPV. A taxa de juro bruta para novas subscrições de Certificados de Aforro, Série E, em setembro de 2021 foi fixada em 0,45%.
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