Embalagens a mais? Saiba como evitar 1050 toneladas de lixo desnecessário
Os portugueses compram mais de mil toneladas de embalagens desnecessárias. Para acabar com o desperdício, a Deco criou a ação #ExijoForaDaCaixa e apresenta 10 soluções para o problema.
Latas de conserva, legumes, pasta dos dentes. Estes são apenas alguns exemplos de produtos que, por norma, costumam chegar a nossa casa com mais do que uma embalagem, o que, de acordo com a Associação Portuguesa para a Defesa do Consumidor, é totalmente dispensável.
De acordo com a organização, se todas as famílias portuguesas adquirirem, pelo menos uma vez, um cabaz com produtos das principais categorias compradas, levarão consigo 1050 toneladas de embalagens desnecessárias, grande parte delas (86%) de papel/cartão.
“Existem muitos produtos em que as segundas embalagens são completamente desnecessárias porque, na verdade, não são essenciais ao nível da preservação ou proteção dos produtos e exigem o consumo de mais recursos naturais e de energia na produção, transporte e distribuição, acabando por serem descartados, muitas vezes, mal chegamos a casa”, ressalvou, em comunicado, Elsa Agante, Team Leader de Energia e Sustentabilidade da Deco Proteste.
A organização de defesa do consumidor apela, por isso, ao fim do sobre-embalamento desnecessário deste tipo de produtos, de modo a poupar matérias-primas e recursos naturais e promover a redução do desperdício pelos consumidores.
A fim de atingir esse objetivo, a DECO convida os portugueses a juntarem-se à iniciativa #ExijoForaDaCaixa, que visa recolher exemplos de produtos que estejam sobre-embalados, partilhados pelos próprios consumidores, através do carregamento de fotografias dos produtos em causa no site da iniciativa.
Além de querer fazer chegar às marcas esses exemplos, de forma a trabalhar soluções sustentáveis com elas e alterar as suas práticas atuais, a ação #ExijoForaDaCaixa também apresenta 10 soluções que podem mudar o mercado. São elas:
- Trabalhar com as marcas para que otimizem a forma como incluem informação obrigatória no seu produto. Por exemplo, colocar essa informação na embalagem primária ou em rótulos desdobráveis colados a ela.
- Sempre que possível, eliminar o embalamento de frutas frescas e vegetais frescos, de forma a contribuir para a redução dos resíduos e do desperdício.
- Otimizar os produtos em embalagens grupadas ou multipack (como iogurtes ou bebidas), com ligações mínimas entre cada embalagem individual, de modo a reduzir a quantidade de plástico ou cartão usado.
- Eliminar a utilização de embalagens secundárias em produtos em que não há qualquer valor acrescentado.
- Banir progressivamente as embalagens que recorram ao uso de diferentes tipos de materiais (por exemplo, embalagens que misturam plástico e papel). Neste caso, a Deco defende que os produtores devem optar por embalagens feitas de apenas um material, para facilitar a sua reciclagem.
- Uniformizar o tipo de embalagens colocadas no mercado, cumprindo as normas de ecodesign definidas para cada tipo de produto, de modo a assegurar que não são usados materiais com impacto negativo na triagem e reciclagem.
- Adaptar a capacidade de embalagem à quantidade/volume do produto embalado, exceto nas situações em que de forma comprovada seja necessária uma embalagem extra para efeitos de conservação.
- Possibilitar a venda a granel de produtos sem necessidades especiais de conservação (exemplo: produtos de limpeza e alimentos como café em grão e leguminosas secas).
- Promover a reutilização de embalagens secundárias e terciárias ao nível de transporte e armazenamento, sempre que for possível.
- Definir limites mínimos para incorporar material reciclado na produção de embalagens, exceto quando a conservação do produto não o permita.
Ao trabalhar diretamente com as marcas para que estas práticas sejam abandonadas e reguladas pelo governo, a Team Leader de Energia e Sustentabilidade da Deco Protestes considera que será possível reduzir os impactos ambientais associados aos produtos.
“Será também importante relembrar as marcas que as embalagens excessivamente grandes, que apenas servem para questões de marketing, devem ser abandonadas porque aumentam o impacto ambiental dos produtos”, concluiu.
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