BCP vende mais 100 milhões de malparado e imóveis
Banco colocou à venda o "Projeto Lúcia", composto por NPL (60 milhões) e ativos imobiliários (50 milhões).
O BCP continua o seu esforço na limpeza do balanço. O banco liderado por Miguel Maya colocou agora à venda uma carteira de malparado e imóveis no valor de cerca de 100 milhões de euros, segundo adiantaram fontes do mercado ao ECO.
O processo está a ser conduzido pela KPMG, sendo que o designado “Projeto Lúcia” integra cerca de 60 milhões de euros em NPL (non perfoming loans) e 50 milhões em REO (real estate owned), detalhou uma das fontes. Contactada pelo ECO, a instituição não fez comentários.
Esta não é a única carteira que o BCP tem no mercado. Conforme avançou o ECO em agosto, o banco pôs à venda o Projeto Green, no valor de cerca de 160 milhões de euros, e que era composta por NPL e REO dos resorts de luxo Castro Marim e Monte Rei, ambos localizados no Algarve.
Entretanto, em relação a esta operação, os ativos do resort de Castro Marim foram excluídos da carteira, ao que tudo indica por causa dos baixos valores oferecidos pelos investidores. Mantêm-se os ativos do Monte Rei, mas também não é certo que o negócio seja concluído devido às ofertas que estão em cima da mesa, disse uma das fontes ao ECO. O banco recebeu apenas propostas do Bank of America Merrill Lynch e da Bybrook.
É conhecida a postura negocial de Miguel Maya, que só aceita vender se for um bom negócio para o banco, e sem descontos que possam gerar perdas. “Se as condições compararem bem com as recuperações via orgânica, vendemos, caso contrário não vendemos”, disse recentemente o CEO do BCP na última conferência de apresentação de resultados. O facto de o banco apresentar um rácio de NPL de 2,5%, um dos mais baixos do sistema, reforça a posição negocial de Miguel Maya.
Neste momento, são vários os bancos que têm carteiras de ativos problemáticos à venda, incluindo o Novo Banco, a Caixa Geral de Depósitos e o Banco Montepio. Um dos maiores processos tem a ver com os fundos de reestruturação da ECS Capital, num negócio avaliado em cerca de 900 milhões de euros e que tem dois investidores na corrida: Davidson Kempner e o consórcio Bain/Cerberus.
O BCP apresenta as contas do terceiro trimestre no próximo dia 27. O banco chegou a junho com lucros de 12,3 milhões de euros, penalizados pelos custos de reestruturação e pelas provisões para os riscos legais com o tema dos créditos hipotecários em francos suíços na Polónia.
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