Preços mostram “encruzilhada” mas Centeno pede “paciência” na manutenção dos estímulos

Governador do Banco de Portugal reiterou que a inflação alta "é ainda uma fenómeno temporário" e pediu paciência aos bancos centrais e governos na manutenção dos apoios à retoma da economia.

Mário Centeno disse esta quinta-feira que os preços revelam a “encruzilhada” que o mundo enfrenta, mas insistiu que a alta inflação é “ainda um fenómeno temporário” e pediu paciência às autoridades mundiais, bancos centrais e governos, na manutenção dos estímulos monetários e orçamentais para ajudar a retoma após o impacto da pandemia.

A taxa de inflação superou os 4% na Zona Euro em outubro, o valor mais elevado em mais de uma década, e a aceleração dos preços está a assustar os investidores e outros responsáveis, que estão a apostar numa retirada dos estímulos e subida dos juros por parte do Banco Central Europeu (BCE). Outras partes do mundo, como os EUA e o Reino Unido, defrontam-se com situações semelhantes.

O governador do Banco de Portugal reconheceu que os preços deixam as autoridades numa “encruzilhada”. Ainda assim, reiterou que a elevada inflação é “ainda um fenómeno temporário” que está “associado à recuperação da crise económica, à sua rapidez e à dificuldade de retomar os mecanismos que foram temporariamente desativados”. Centeno falava na conferência “Banca do Futuro”, organizada pelo Jornal de Negócios.

Além disso, a Europa não observa “efeitos de segunda ordem na interação do mercado de trabalho com os preços”, o que leva o governador a crer que a alta dos preços não representa uma ameaça à economia.

“A política monetária deve estar consciente das suas capacidades, mas não consegue resolver choques de oferta”, atirou Mário Centeno, pedindo “paciência” pois estes problemas serão resolvidos e trarão a inflação para níveis sustentáveis.

Nessa medida, enquanto aumenta a pressão para a retirada dos estímulos, o governador do Banco de Portugal considera que só a manutenção “dos pilares essenciais” das políticas económicas interessa ao processo de retoma das economias após o impacto da pandemia.

Isto é, “uma política monetária que permaneça acomodatícia ao longo desta nova fase de recuperação e uma política orçamental que a acompanhe a recuperação sem acumular riscos para o futuro, mas sem deixar de apoiar os setores mais vulneráveis aos efeitos da crise”.

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