68% das pessoas que morreram de Covid-19 em novembro estavam vacinadas
O relatório de monitorização das linhas vermelhas para a Covid-19 revela detalhes sobre o esquema vacinal dos óbitos no mês passado, confirmando o risco de morte “três a cinco vezes menor” com vacina.
Em novembro, 65% das pessoas que morreram por Covid-19 tinham o esquema vacinal completo contra esta doença (195 casos) e 3% tinham já tomado a dose de reforço, enquanto quase uma em cada três (32%) não estava vacinada ou então tinha a vacinação incompleta.
Estes dados integram o relatório mensal de monitorização das “linhas vermelhas” para a Covid-19, que mostra ainda que o risco de morte para os casos diagnosticados em novembro, medido através da letalidade, foi “três a cinco vezes menor nas pessoas com vacinação completa em relação às pessoas sem esquema vacinal completo”.
Já na população com 80 e mais anos, que foi a primeira a ser chamada de novo aos centros de vacinação depois do verão, este estudo realizado pela Direção-Geral de Saúde e pelo Instituto Ricardo Jorge, atesta que a dose de reforço reduz o risco de morte por Covid-19 quase para metade, em comparação com quem tomou “apenas” as duas doses.
No que toca ao risco de hospitalização, a consolidação dos dados dos internamentos por estado vacinal só é possível cerca de dois meses após o diagnóstico. Assim, entre 1 e 31 de outubro de 2021, “os casos com esquema vacinal completo parecem apresentar um risco de hospitalização aproximadamente duas a seis vezes inferior aos casos não vacinados”.
“Tendência estável” nos cuidados intensivos
O índice de transmissibilidade R(t) do coronavírus situa-se nos 1,35 a nível nacional e já é superior a 1 em todas as regiões do país. Lisboa e Vale do Tejo é aquela que regista o valor mais elevado (1,42) nos últimos dias, embora seja no Norte que se tenha verificado o maior crescimento, de 1,08 para 1,40.
Apesar do crescimento no número de infeções, o relatório semanal que indica que a Ómicron já representa 83% dos casos, salvaguarda que o número de casos de Covid-19 internados em Unidades de Cuidados Intensivos (UCI) em Portugal Continental “revelou uma tendência estável”, correspondendo a 59% (na semana anterior tinha sido de 61%) do valor crítico definido de 255 camas ocupadas.
Devido também ao aumento do número de testes – em especial os testes rápidos de antigénio – na semana do Natal, a proporção de testes positivos a nível nacional disparou para 6,7%. Compara com 3,4% na semana anterior e fica muito acima do limiar definido de 4% e com tendência crescente. Também a proporção de casos confirmados notificados com atraso duplicou para 6% no espaço de uma semana, embora se mantenha abaixo do limiar de 10%.
(Corrige no primeiro parágrafo a referência aos 195 casos – são as mortes entre os vacinados com duas doses, e não o total do mês de novembro -, sem alterar as percentagens de mortes apresentadas pelo INSA)
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