Espanha: preços de Vida-risco nos bancos quase duplica prémio cobrado por seguradoras

  • ECO Seguros
  • 30 Setembro 2021

Análise comparativa envolvendo amostra composta por 24 entidades indica que a diferença nos preços de comercialização aumentou entre bancos e seguradoras.

Os seguros de Vida Risco vendidos pelos bancos são cerca de 90% mais caros do que os oferecidos pelas seguradoras, em Espanha, com a diferença a ampliar-se este ano face a 2020.

Para um capital seguro de 30 mil euros, o prémio cobrado nos bancos situa-se 86,7% acima do praticado pelas seguradoras. Segundo conclui o “Estudio comparativo de primas del seguro Vida Riesgo 2021,” elaborado pela INESE Data e a Global Actuarial, a diferença encontrada é ainda superior se considerado um capital de 120 mil euros, em que o prémio médio cobrado pelas seguradoras situa-se a um nível 92,6% abaixo do valor praticado pelas entidades bancárias.

Os dados, baseados em propostas com recolha concretizada por clientes mistério (com recurso à técnica de mistery shopping) junto de amostra composta de 6 bancos e 18 seguradoras, representam ofertas Vida-Risco para clientes com 35, 40, 45 e 50 anos de idade, detalha o BDS, boletim da Inese.es.

O preço médio cobrado pelos bancos a clientes com estes perfis rondou 185,6 euros para um capital de 30 000 euros e de 694 euros para um capital de 120 000. Junto das seguradoras, o valor do prémio para o mesmo produto foi estimado em média de 99,4 euros e 360,4 euros, respetivamente, em cada daqueles limites de capital seguro contratado.

Os seguros de Vida Risco, que podem ser pessoais ou de grupo, cobrem riscos imprevistos e destinam-se normalmente a assegurar, em caso de morte ou invalidez total e permanente do titular, restituição do capital seguro aos herdeiros (beneficiários) ou à pessoa segura (sobrevivente). Nos casos de contrato associado, por exemplo, a um financiamento bancário, o seguro garante à entidade financiadora a restituição do capital em dívida.

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Remuneração dos mediadores de seguros ultrapassou 1.000 milhões em 2020

  • ECO Seguros
  • 30 Setembro 2021

Menos mediadores, mas mais dedicados e as suas remunerações subiram 7,5% em ano de Covid. São conclusões do relatório ASF agora divulgado com relação a resultados finais do ano passado.

Em 2020 o valor total de remunerações recebidas pelos mediadores de seguros cresceu 7,5%, após uma redução de 1,1%, em 2019, revelou a ASF, entidade supervisora dos Seguros, no seu Relatório do Setor Segurador e dos Fundos de Pensões relativo a 2020, já com os números definitivos da atividade seguradora. O documento indica que este crescimento se deve essencialmente aos ramos Não Vida, com um aumento de 9,5%, suportado pelas empresas mediadoras e pelas corretoras. No ramo Vida, todas as categorias do canal de mediação apresentaram variações positivas de remuneração face ao ano anterior, com o ramo a crescer 1,9%.

Fonte: ASF – Relatório do Setor Segurador e dos Fundos de Pensões 2020

As remunerações atingiram 1035 milhões de euros no total, respeitantes a comissões e outros benefícios, sendo 276 milhões obtidos através do Ramo Vida e 759 milhões respeitantes a ramos Não Vida. Os agentes coletivos, que incluem as empresas de mediação, são os que mais negócio geraram para atividade significando 760 milhões de euros durante o ano 2020, 76% das remunerações recebidas, seguidos dos corretores com cerca de 180 milhões, os agentes singulares com 86,7 milhões e com valores inferiores os Mediadores de seguros a título acessório (MSTA) e os mediadores de resseguro.

Fonte: ASF – Relatório do Setor Segurador e dos Fundos de Pensões 2020

Quanto ao número de mediadores em atividade no ano de 2020 e segundo a ASF “foi reforçada a tendência decrescente do número de mediadores, observada há mais de uma década” com o número de cancelamentos da atividade a superar o número das novas inscrições.

Entre reativações e suspensões de licenças para vender seguros, existiu uma redução de 5,6% do número total de mediadores de seguros face ao período homólogo, para 15 831 mediadores no final de 2020 causado pela diminuição das novas inscrições (-24,4%) comparativamente aos cancelamentos (-66%). Em relação às pessoas coletivas, os mediadores de seguros (pessoas singulares) apresentaram um decréscimo de 7,9%, face a 2019, enquanto as pessoas coletivas cresceram 3,1%, culminando assim no aumento da representatividade das últimas em 1,9 pontos percentuais.

O número de mediadores de seguros por distrito e regiões autónomas está, segundo a ASF, “como seria de esperar”, fortemente correlacionado com o número de habitantes nesses mesmos locais. Desta forma, justifica-se a presença de um maior número de mediadores no litoral relativamente ao interior do país. A distribuição geográfica de 2020 assemelha-se à de 2019, com as cinco regiões mais populosas (com 61,4% do total de habitantes) a concentrar 58% dos mediadores.

Fonte: ASF – Relatório do Setor Segurador e dos Fundos de Pensões 2020

Quanto a idade dos corretores, a média dos mediadores pessoas singulares manteve-se nos 53 anos, com a média para a população feminina nos 48 anos e masculina nos 55 anos. Em termos de representatividade, o género feminino permanece minoritário (33,9%), embora tenha reforçado a tendência de crescimento dos anos anteriores com um incremento de 0,7 pontos percentuais. Nas novas inscrições existe uma predominância de mediadores mais jovens, com 70% do total de novos inscritos a situarem-se entre os 18 e os 45 anos e a média de idades a situar-se nos 40 anos. Por sua vez, os cancelamentos registaram uma média de idades de 58 anos, com 49,9% do total a terem mais de 60 anos.

Em 2020, ao nível das habilitações literárias dos mediadores pessoas singulares, constatou-se um ligeiro aumento da representatividade do ensino superior (0,8 pontos percentuais) e do ensino básico (0,3 pontos percentuais), em termos homólogos, em detrimento dos outros dois grupos. À semelhança dos anos transatos, verifica-se um maior nível de instrução global da população feminina face à masculina.

O Relatório do Setor Segurador e dos Fundos de Pensões 2020 pode ser visto integralmente aqui .

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SNS tem um “alto grau de ineficiência”, diz ex-ministro da Saúde

  • Lusa
  • 30 Setembro 2021

“O SNS tem um alto grau de ineficiência. Não satisfaz a totalidade da população”, diz Luís Filipe Pereira, acrescentando que o número de portugueses com seguros privados tem crescido ao longo dos anos

O ex-ministro da Saúde Luís Filipe Pereira alertou esta quinta-feira para o “alto grau de ineficiência” do Serviço Nacional de Saúde (SNS), o que faz com que cerca de três milhões de portugueses optem por seguros privados.

“O SNS tem um alto grau de ineficiência. Não satisfaz a totalidade da população”, salientou o antigo governante, que falava numa conferência online promovida pela Ordem dos Economistas sobre as políticas públicas e a saúde.

Segundo disse, cerca de três milhões de portugueses possuem seguros de saúde privados, um número que “tem continuamente subido ao longo dos anos”, e cerca de um milhão recorre ao setor privado, através da ADSE, num país em que a Constituição garante aos cidadãos cuidados tendencialmente gratuitos.

“Há pessoas que estão disponíveis para pagar do seu bolso um bem público que lhes é assegurado constitucionalmente”, considerou Luís Filipe Pereira, para quem as pessoas que estão em lista de espera no SNS “são aquelas que não têm possibilidade de comprar seguros de saúde privados” devido aos baixos rendimentos que auferem.

De acordo com economista, que liderou o Ministério da Saúde entre 2002 e 2005, o Estado assume o papel de prestador de cuidados, de financiador, de empregador e de gestor do SNS, sendo necessário evoluir para um “conceito de sistema de saúde” que possa aproveitar toda a capacidade instalada no país dos setores público, privado e social, mas garantindo os direitos constitucionais dos utentes.

Já para outro antigo ministro da Saúde, entre 2015 e 2018, Adalberto Campos Fernandes, a política sempre olhou para o setor como um “enorme centro de custos” e os governos consideram-no “quase sempre como um fardo orçamental”.

“Se um governo é mais de centro-direita ou liberal, há um impulso que reputaria de mal pensado de privatizar, como se a privatização global fosse o alfa e o ómega para resolver os problemas do fardo orçamental. Se o governo é mais de centro-esquerda, a posição é contrária e reforça-se sem limite os recursos públicos como se não houvesse responsabilidade orçamental que fosse necessário assegurar”, considerou o médico.

Adalberto Campos Fernandes defendeu um “sistema de saúde baseado na cooperação e na entreajuda” com o objetivo de garantir as respostas aos cidadãos, mas considerando o pilar público “como determinante”.

“Se o nosso sistema púbico responde em tempo adequado, a resposta está assegurada. Se não o faz, tem de haver, ainda que transitoriamente, mecanismos de flexibilidade para que quem tem de ser operado a uma catarata o seja no tempo certo e não fique refém de uma competição política e ideológica entre quem defende apenas Estado e quem defende apenas mercado”, salientou o professor da Escola de Saúde Pública.

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Expirou a moratória e ASF realça equilíbrio entre seguradores e segurados

  • ECO Seguros
  • 30 Setembro 2021

Sublinhando que não lhe cabe iniciativa legislativa de renovar ou ajustar a 'moratória dos seguros', a Supervisão confirma o fim do regime de excecionalidade e não prevê adoção de medidas adicionais.

A denominada moratória dos seguros cessou esta quinta-feira, confirmou a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF). Com base na informação de que dispõe e “sem prejuízo de a ASF continuar a acompanhar os efeitos da pandemia, que irão perdurar ainda durante mais algum tempo, toda a informação que temos vindo a recolher”, quer em relação à aplicação do Decreto-Lei n.º 20-F/2020, quer no que refere ao impacto da pandemia COVID-19 na atividade Não Vida das seguradoras em 2020, “parece apontar para um equilíbrio entre as partes, assegurando-se, simultaneamente, a gestão sã e prudente das seguradoras e a proteção dos tomadores de seguros, segurados e beneficiários,” concretiza a autoridade em resposta a questões colocadas por ECOseguros.

Sobre a possibilidade de medidas mais ajustadas ao cenário de normalização gradual da situação pandémica, o organismo presidido por Margarida Corrêa de Aguiar explica que “não tem recebido um número significativo de casos concretos de consumidores que indicie a necessidade de complementar as medidas existentes com outras iniciativas que visem mitigar eventuais fragilidades”.

Por isso, concretiza a Autoridade na nota enviada a esta redação, “não antecipamos, de momento, a necessidade de propor a adoção na matéria em apreço de medidas adicionais de proteção dos consumidores, embora seja de sublinhar que não cabe à ASF a iniciativa legislativa”.

Relativamente ao impacto das medidas junto dos consumidores, a ASF recorda que à luz dos relatórios publicados numa base bimestral desde o início da vigência da moratória, “verificou-se uma aplicação mais expressiva das medidas entre maio e junho de 2020, sendo que o número de contratos abrangidos tem vindo a ser gradualmente mais reduzido, circunstância que está também obviamente relacionada com o progressivo restabelecimento das normais condições de funcionamento dos diversos setores económicos”.

Antes de indicar que o próximo relatório sobre a matéria será publicado no início de novembro, abrangendo “todo o período de aplicação do Decreto-Lei n.º 20-F/2020, isto é, de 13-05-2020 a 30-09-2021”, a ASF coincide com informação destacada por ECOseguros, e recorda o seu relatório mais recente, correspondente ao período de 13-05-2020 a 30-06-2021, mostrando que:

– Cerca de 6 milhões de contratos foram objeto de acordo entre as partes com vista à aplicação de um regime mais favorável ao tomador do seguro no que dizia respeito ao pagamento dos prémios, a maior parte dos quais no âmbito do seguro Automóvel (2,8 milhões), do conjunto “Outros” (1,3 milhões) e do seguro de Incêndio e Outros Danos (também 1,3 milhões de contratos).

– Em aproximadamente 6,4 milhões de apólices (a maioria dos seguros Automóvel, cerca de 4 milhões, e de Incêndio e Outros Danos, 1,7 milhões) a validade das coberturas obrigatórias foi prolongada em 60 dias.

Os prémios foram reduzidos em cerca de 1,9 milhões de contratos que cobriam atividades que se encontravam suspensas ou que sofreram uma redução substancial, ou cujos estabelecimentos estavam encerrados devido às medidas excecionais e temporárias adotadas em resposta à pandemia da doença COVID-19.

– Cerca de 8,8 mil apólices correspondentes às mesmas atividades foram ainda objeto de aplicação de um regime de fracionamento do prémio sem custos adicionais para o tomador de seguro.

 

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Multicare promove primeira Corrida Multicare Vitality

  • ECO Seguros
  • 30 Setembro 2021

O valor angariado com as inscrições na iniciativa agendada para o Jamor reverte para a associação “Manicómio”, um espaço de criação artística onde a arte se cruza com saúde mental e direitos humanos.

A Multicare, seguradora de saúde da Fidelidade, anunciou a primeira Corrida Multicare Vitality, no Centro Desportivo Nacional do Jamor, para assinalar o Dia Mundial da Saúde Mental, que se celebra a 10 de outubro.

Ana Rita Gomes, diretora do Gabinete de Desenvolvimento de Projetos da Multicare explica que, “com a associação da Corrida Multicare Vitality ao Dia Mundial da Saúde Mental pretendemos relembrar a importância que o exercício físico tem no bem-estar, nos níveis de energia, na qualidade do sono mas também na prevenção de doenças crónicas assim bem como de doenças mentais, facto que importa salientar. Para além de promovermos esta consciencialização, a seguradora recompensa os seus clientes por praticarem exercício físico e por adotarem um estilo de vida saudável através do programa Multicare Vitality”.

Além de promover o desporto para uma vida saudável, a iniciativa tem um âmbito solidário, revertendo o valor angariado com as inscrições para a associação Manicómio, um espaço em Lisboa onde se cruzam a criação artística, a saúde mental e os direitos humanos.

Contribuindo para uma maior prevenção na saúde, a primeira Corrida Multicare Vitality desafia os participantes a percorrerem 5km a passo de corrida ou em caminhada, juntamente com os embaixadores Vitality. O evento – com a presença dos embaixadores Isabel Silva, Nélson Évora e Helena Isabel – terá três partidas, às 10h00 com Isabel Silva; outra corrida às 10h05, com Nélson Évora; e caminhada às 10h10, com Helena Isabel.

Sendo um dos princípios fundamentais na prevenção da saúde mental o equilíbrio entre o bem-estar físico e psicológico, e num momento em que a sociedade começa, cada vez mais, a reconhecer e a valorizar a importância da saúde mental, a corrida pretende também assinalar o Dia Mundial da Saúde Mental.

A inscrição na corrida pode ser realizada em Multicare Vitality e “tem um custo simbólico de 5 €, que reverte, na sua totalidade”, para a associação Manicómio, espaço de artistas residentes que experienciaram ou experienciam doença mental.

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José António Barreiros e Joana M. Fonseca renunciam a defesa de Rendeiro

Joana M. Fonseca estava com João Rendeiro há cerca de cinco anos e José António Barreiros acompanhou os processos na fase de recurso. No passado, Júdice e João Medeiros defenderam o ex-gestor.

A advogada Joana M. Fonseca –– que defendeu João Rendeiro durante os quatro processos do caso Banco Privado Português (BPP) nos últimos cinco anos — e José António Barreiros — que acompanhou a fase de recursos para a Relação de Lisboa, Supremo Tribunal de Justiça e Tribunal Constitucional — renunciaram ao mandato de advogados do ex-banqueiro. No início do processo, Rendeiro foi também defendido por José Miguel Júdice e João Medeiros, ex- sócios da PLMJ.

Segundo avança o Observador — e o ECO confirmou — a renúncia foi comunicada ao tribunal esta quinta-feira, pouco mais de 24 horas depois da fuga do seu ex-cliente, anunciada no seu blogue. Segundo apurou o ECO, as razões da decisão estarão relacionadas com a entrevista do advogado Carlos do Paulo – dada ontem à TVI — identificado como “advogado de João Rendeiro” para surpresa do meio jurídico, incluindo a advogada Joana M. Fonseca e José António Barreiros.

Uma entrevista em que o dito advogado considerou que Rendeiro “não era foragido da Justiça”, que não “cometera qualquer crime” e que não sabia onde estava o seu alegado cliente “nem queria saber”. Certo é que — até aqui — nas audiências de julgamento, João Rendeiro fazia-se apresentar com a advogada Joana M. Fonseca e, em casos mais pontuais, com Joana Cunha D’Almeida, da Antas da Cunha ECIJA. José António Barreiros estava com o ex-gestor apenas na fase de recursos, iniciada este ano, em maio. Carlos do Paulo nunca acompanhou João Rendeiro em qualquer julgamento.

Segundo mandado internacional a caminho

Entretanto, o Tribunal da Relação de Lisboa ordenou ainda esta quinta-feira que o processo no qual João Rendeiro foi condenado a uma pena de prisão efetiva de cinco anos e oito meses pelos crimes de falsificação informática e falsificação de documento, baixem à primeira instância para execução da pena de prisão. A decisão já tinha transitado em julgado a 13 de setembro mas só agora é que a Justiça apressou esta descida à primeira instância, de forma a que seja emitido o segundo mandado de detenção internacional.

Na quarta-feira, a juíza responsável pelo processo que condenou, em maio de 2018, João Rendeiro a uma pena de dez anos de prisão efetiva, emitiu os mandados de detenção internacional que obriga a que o ex-banqueiro se apresente em Portugal para ficar em prisão preventiva.

 

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Escassez de chips obriga três fabricantes automóveis a suspender produção na Alemanha

Opel, Volkswagen e Ford vão encerrar temporariamente algumas fábricas que têm na Alemanha devido à escassez de semicondutores.

Três fabricantes de automóveis alemãs anunciaram esta quinta-feira mais encerramentos temporários na Alemanha, e tudo devido à escassez mundial de chips, que continua a persistir. De acordo com a AFP, o maior encerramento até ao momento é da Opel, que vai acontecer em 2022.

A indústria automóvel da Alemanha tem sido severamente afetada por problemas de abastecimento este ano, com as fábricas da Volkswagen, Ford, BMW e Daimler a enfrentarem paragens de produção. O setor encontra-se numa “situação excecional devido à pandemia e à escassez mundial de semicondutores”, diz um porta-voz da Opel [propriedade da Stellantis]. “Nesta situação exigente, a Stellantis planeia ajustar a sua produção”.

A fábrica da Opel, em Eisenach, no centro da Alemanha, vai interromper a produção a partir da próxima semana e “começará novamente no início de 2022”, assim que “a situação da cadeia de abastecimento permitir”.

A Volkswagen também anunciou esta quinta-feira uma paralisação de quase duas semanas na fábrica principal, em Wolfsburg, já na próxima semana, depois de uma primeira paragem em agosto. A gigante norte-americana Ford vai adiar o reinício da unidade de produção em Colónia para o final do mês, justificando com o fornecimento “volátil” de chips, que são componentes cruciais, tanto para veículos convencionais como para elétricos.

Fora da Alemanha, a General Motors já encerrou linhas de fabrico nos Estados Unidos, assim como a gigante japonesa Toyota, que atrasou os planos de reiniciar a fábrica em Valenciennes, na França, em setembro.

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Proposta sobre tarifa social de Internet “em fase de apreciação” no Ministério da Economia

  • Lusa
  • 30 Setembro 2021

O Ministério da Economia confirma que a proposta da Anacom está em "fase de apreciação para decisão final por parte do Governo, que poderá, ou não, seguir os termos".

O Ministério da Economia confirmou esta qunta-feira à Lusa que recebeu a proposta da Anacom sobre a tarifa social de Internet, estando “em fase de apreciação para decisão final” pelo Governo, “que poderá, ou não, seguir os termos” da mesma.

O Ministério da Economia e da Transição Digital recorda que, em cumprimento “de uma das medidas emblemáticas do Plano de Ação para a Transição Digital, o Governo aprovou o Decreto-Lei n.º 66/2021, de 30 julho, que cria a tarifa social de fornecimento de serviços de acesso à Internet em banda larga“.

O diploma define os princípios genéricos aplicáveis, “remetendo para portaria a densificação de alguns aspetos técnicos da tarifa, nomeadamente: largura de banda; parâmetros mínimos de qualidade, designadamente, de velocidade de ‘download’ e ‘upload’, preço final do serviço a pagar pelo consumidor”, aponta o ministério.

Neste âmbito, o Governo pediu à Autoridade Nacional de Comunicações (Anacom), enquanto regulador, “o suporte técnico que permitirá densificar estes mesmos requisitos do serviço a prestar pelos operadores de telecomunicações”.

Neste contexto, “o Ministério da Economia e da Transição Digital confirma ter recebido a proposta da Anacom no dia 27 de setembro, encontrando-se em fase de apreciação para decisão final por parte do Governo, que poderá, ou não, seguir os termos da proposta“, disse fonte oficial.

A Anacom propõe ao Governo a aplicação de uma mensalidade de cinco euros (6,15 euros com IVA à taxa de 23%) para o serviço de acesso à Internet em banda larga, “considerando-se que esse valor permite ir ao encontro do objetivo de garantia da acessibilidade do preço para os consumidores com baixos rendimentos ou com necessidades sociais especiais para o referido serviço”, de acordo com o regulador.

Na decisão final aprovada, a Anacom aumentou o valor mínimo de tráfego mensal da oferta da tarifa social de acesso à Internet de banda larga, de 12 GB para 30 GB.

A tarifa social de Internet “será disponibilizada por todas as empresas que oferecem este tipo de serviço a consumidores com baixos rendimentos ou com necessidades sociais especiais e visa mitigar uma das barreiras à utilização do serviço de acesso à Internet em banda larga, os elevados preços a pagar pelo acesso ao mesmo, promovendo a sua utilização”, referiu o regulador na quarta-feira, em comunicado.

O universo potencial “de beneficiários da tarifa social de acesso à Internet em banda larga é na ordem das 800 mil pessoas e estará disperso por todo o território nacional, podendo o número de beneficiários efetivos ser inferior ao referido”, segundo a Anacom.

Propõe também a fixação de “um preço máximo de 21,45 euros (26,38 euros com IVA à taxa de 23%) como contrapartida pela ativação do serviço, e/ou de equipamentos de acesso, nomeadamente ‘routers'”.

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Lucro da SIC sobe 33% para 5,5 milhões no primeiro semestre

  • Lusa
  • 30 Setembro 2021

Estação de Paço de Arcos terminou o primeiro semestre a liderar entre os canais generalistas, com uma média de 20,1% de share.

A SIC registou 5,5 milhões de euros de lucro nos primeiros seis meses do ano, mais 32,8% do que em igual período do ano passado, foi esta quinta-feira comunicado ao mercado, em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores mobiliários (CMVM).

No primeiro semestre, o resultado antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) da estação de televisão avançou 11,1% para dez milhões de euros. Por sua vez, as receitas fixaram-se em 80.022.094 euros, acima dos 67.275.239 euros apurados na primeira metade de 2020.

Por segmento, as receitas de publicidade avançaram 22% para 51,7 milhões de euros, enquanto as de subscrição de canais recuaram 0,6% para 16,4 milhões de euros. Já as receitas IVR (chamadas de valor acrescentado) progrediram 38,1% para 9,4 milhões de euros e a rubrica outras receitas situou-se em 2,6 milhões de euros, traduzindo uma subida homóloga de 59,2%.

“A SIC representou 50,3% de quota de mercado do investimento publicitário entre os canais generalistas, nos primeiros seis meses do ano”, apontou. Entre janeiro e junho, os custos operacionais ascenderam a 70.024.609 euros, mais 20,2% do que no período homólogo.

No que se refere às audiências, a estação de Paço de Arcos terminou o primeiro semestre a liderar entre os canais generalistas, com uma média de 20,1% de share, segundo dados da GfK, citados no comunicado. Até dezembro, a SIC quer reforçar os resultados alcançados na primeira metade do ano, “com o foco na liderança das audiências, na melhoria da margem operacional e na redução da dívida líquida”.

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Caso Rendeiro. Quando soaram os alarmes do perigo de fuga?

Juíza admite que suspeita de fuga aconteceu quando o arguido se recusou a dar morada onde se encontrava no Reino Unido. Mas isso já acontecera em agosto, quando esteve na Costa Rica.

Mal João Rendeiro acabara de avisar que não iria revelar o seu paradeiro no estrangeiro (na madrugada de quarta-feira, dia 28) e que não era “sua intenção regressar a Portugal”, a juíza de um dos processos pelos quais foi condenado — neste caso a dez anos de prisão por fraude fiscal, abuso de confiança e branqueamento de capitais — emite um despacho com os mandados de detenção, com a data de 29 de setembro, logo pela manhã.

E com que fundamento?

“A intenção do arguido em furtar-se à Justiça, nomeadamente, ao cumprimento da pena de 10 anos de prisão em que, embora sem trânsito em julgado, se mostra condenado, se já transparecia do comportamento processual que vinha evidenciando ao omitir a informação sobre o seu paradeiro, é agora inequívoca e explícita, pois que vem afirmar não ser sua intenção regressar a território nacional”, lê-se no documento. Perante esta evidência gritante, a juíza disse o óbvio ao considerar que, nos últimos dias, João Rendeiro “contornou ostensivamente” a obrigação legal de informar sobre o lugar onde poderia ser encontrado, limitando-se a informar que podia ser contactado nos consulados portugueses na Costa Rica (onde esteve em agosto) e no Reino Unido (onde alegadamente esteve desde o dia 12 de setembro).

João Rendeiro, ex-líder do BPP, condenado em três processos autónomos (a dez, cinco e três anos de prisão efetiva, este último na passada terça-feira) avisou Portugal, através do seu blogue “Arma Crítica”, que não iria voltar ao país para cumprir as penas. A 12 de setembro, o arguido tinha comunicado às autoridades que iria para o Reino Unido por “questões de saúde” e voltaria a dia 30. Mas já estaria a preparar a sua fuga há umas semanas. Já em julho, Rendeiro tinha viajado durante 15 dias para a Costa Rica e dera apenas a morada do consulado às autoridades.

No dia 23 de setembro, a magistrada Tânia Gomes Loureiro — responsável pela pena mais grave aplicada ao ex-banqueiro — avisava os autos (incluindo a defesa de Rendeiro) que o arguido era obrigado a regressar a Portugal no dia 1 de outubro e a exigir (até dia 25) que o tribunal fosse avisado da morada concreta do local onde estava. A morada do consulado já não era suficiente e foi nesta altura que a magistrada começou a desconfiar que estaria em causa o perigo de fuga.

Para esse facto também terá ajudado o requerimento enviado ao tribunal pelo advogado de defesa do BPP — assistente no processo — entregue por Paulo Sá e Cunha e a sua equipa no dia 22 de setembro, véspera do despacho da juíza.

Nesse pedido, Paulo Sá e Cunha — em apenas seis páginas — defende que é “incompreensível para o sentido da comunidade a ausência de reforço das medidas de coação” de João Rendeiro, acrescentando que “não há justificação nenhuma para que, dadas as condições pessoais do arguido João Rendeiro, o mesmo se encontre tão somente sujeito a termo de identidade e residência” a menos grave das medidas de coação.

Que condições pessoais? Ter uma grande disponibilidade de meios, não ter filhos e não ter atividade profissional em Portugal. No fundo, não ter ligações a Portugal.

E acusam ainda Rendeiro de violar o artigo do Código de Processo Penal, que prevê que para se ausentar por mais de cinco dias, o arguido sujeito a TIR “terá de comunicar a nova residência ou o lugar onde possa ser encontrado”.

“Em vésperas de trânsito em julgado de uma decisão condenatória em que corre o risco de vir a ser cumulada, decide, conscientemente, não dar a conhecer o lugar onde se encontra, o que não pode deixar de ser tido em conta”, explica o requerimento do sócio da Cuatrecasas.

Com este despacho emitido no dia 29 pela juíza — a que o ECO teve acesso — apesar de não decorrer “a existência de qualquer indício de que o mesmo tencionava empreender a fuga agora concretizada”, no entanto, ficou claro o “perfil displicente” de Rendeiro em audiências durante o julgamento, que terminou em maio deste ano.

Mas esclarece: “Porém, os traços de personalidade dos cidadãos, ainda que condenados, por si só, isto é, desacompanhados de factos que indiciem um perigo de fuga não são aptos nem suficientes à aplicação de medida de coação diversa do termo de identidade e residência.

Porém, esta quinta-feira (30 de setembro), em comunicado divulgado pelo CSM, a mesma magistrada admite que “nenhum facto foi trazido ao processo, até ao dia 19 de julho, que fizesse fazer crer que não se sujeitaria às consequências que decorrem da sua posição processual, designadamente, que pretendesse furtar-se ao cumprimento da pena de prisão em que foi condenado, embora o momento do trânsito em julgado se afigure, ainda, difícil de prever”, disse a magistrada Tânia Loureiro Gomes.

Justificando-se que, até essa data em que Rendeiro já estava condenado em dois processos autónomos, num total de 15 anos de prisão efetiva, a magistrada diz que não havia “qualquer informação da qual pudesse antever-se nem um concreto perigo de fuga do arguido (que esteve presente em algumas sessões da audiência de julgamento), nem a concretização da sua fuga, agora anunciada”, explica a juíza, através do Conselho Superior da Magistratura. A única dos três juízes que condenaram Rendeiro que se pronunciou sobre esta fuga.

E, assim, o CSM justifica o atraso que “quando já não havia hipótese de recurso, a magistrada ordenou as providências adequadas” para agravar a medida de coação de TIR, a mais leve do nosso sistema penal. “Nenhum facto foi trazido aos autos, pelos meios processuais legítimos, que permitissem, fundadamente, prever o desfecho hoje ocorrido, isto é, a fuga concretizada e assumida pelo arguido”, é dito no mesmo comunicado.

João Rendeiro foi condenado a cinco anos e oito meses de prisão efetiva por falsidade informática e falsificação de documento, em julho deste ano. Em maio já havia sido condenado a 10 anos de pena de prisão efetiva por crimes de fraude fiscal, abuso de confiança e branqueamento de capitais. E na terça-feira — dia 28 de setembro — foi condenado a três anos e seis meses de prisão efetiva por burla qualificada.

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BES: Tribunal da Concorrência aplica coima de 4 milhões a Salgado e de 3,5 milhões a Morais Pires

  • Lusa
  • 30 Setembro 2021

Tribunal da Concorrência fixou em 4 milhões de euros a coima ao ex-presidente do BES Ricardo Salgado no processo BESA/Eurofin.

O Tribunal da Concorrência, Regulação e Supervisão (TCRS) fixou esta quinta-feira, em Santarém, em quatro milhões de euros a coima ao ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES), Ricardo Salgado, no processo BESA/Eurofin, tendo aplicado uma coima de 3,5 milhões de euros ao ex-administrador do mesmo banco, Amílcar Morais Pires.

O tribunal proferiu hoje a sentença sobre os recursos interpostos pelos ex-responsáveis do universo Espírito Santo — Ricardo Salgado, Amílcar Morais Pires, José Manuel Espírito Santo Silva, Rui Silveira, e Gherardo Petracchini — às coimas aplicadas pelo Banco de Portugal (BdP), em junho de 2019 (BESA) e setembro de 2020 (Eurofin).

Numa súmula da decisão, que totaliza 1.900 páginas, a juíza Mariana Gomes Machado comunicou a aplicação de uma coima única de quatro milhões de euros a Ricardo Salgado, que havia sido condenado pelo supervisor ao pagamento de 1,8 milhões de euros no âmbito do processo BESA e de três milhões de euros do Eurofin.

Considerando ter sido dado como provado no julgamento, iniciado em junho no TCRS, a prática de todas as infrações imputadas pelo BdP a Ricardo Salgado, a juíza justificou a pena como correspondendo ao limite máximo permitido, tendo em conta o valor das coimas aplicadas em dois outros processos contraordenacionais que já transitaram em julgado.

Mariana Machado referiu a junção pelo mandatário de Ricardo Salgado de um documento que atesta a “probabilidade” do ex-presidente do BES vir a sofrer de doença degenerativa, salientando que, neste processo, não está em causa a privação da liberdade e que o recorrente possui património. A juíza pediu a comunicação da decisão hoje proferida aos autos que correm no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa, dado o interesse do TCRS nos arrestos ali determinados.

A Amílcar Morais Pires, que o TCRS lembrou ter detido o pelouro financeiro e a quem atribuiu a prática de todas as infrações constantes da decisão administrativa, foi aplicada, em cumulo jurídico, a coima de 3,5 milhões de euros, quando vinha condenado pelo BdP ao pagamento de 1,2 milhões de euros no processo BESA e de 3,5 milhões no Eurofin.

O Tribunal considerou parcialmente procedente o recurso de Rui Silveira, apenas visado no processo BESA, passando a coima de 400.000 euros para 120.00 euros, enquanto Gherardo Petraccini viu mantida a coima de 150.000 euros, também relativa ao processo BES Angola. A coima de Gherardo Petraccini é suspensa em três quartos por um período de cinco anos.

Já quanto a José Manuel Espírito Santo Silva, que recorreu para o TCRS da coima de 1,25 milhões de euros no âmbito do processo Eurofin, Mariana Machado aplicou apenas uma admoestação por comportamento negligente, salientando, ainda, o facto de se ter distinguido dos restantes arguidos ao ter pedido desculpas públicas pelo que aconteceu ao BES e tendo em conta a situação de saúde em que se encontra.

O julgamento dos recursos às coimas aplicadas pelo BdP iniciou-se em junho no TCRS, em Santarém, que decidiu apensar os processos relativos aos casos BESA, cuja condenação pelo supervisor data de junho de 2019, e Eurofin, de setembro de 2020.

O BdP havia aplicado a Ricardo Salgado uma coima de 1,8 milhões de euros, no processo BESA, e outra de 4,0 milhões de euros, no caso Eurofin, tendo Amílcar Morais Pires recorrido da coima de 1,2 milhões de euros, do BESA, e de 3,5 milhões de euros, do Eurofin, José Manuel Silva da de 1,250 milhões de euros do Eurofin.

No processo do Eurofin, o BdP aplicou, ainda, coimas de 4,0 milhões de euros ao BES (suspensas na totalidade por cinco anos) e de um milhão de euros à Espírito Santo Finantial Group (ESFG). No processo do BESA, recorreram, ainda, Rui Silveira (coima de 400.000 euros) e Gherardo Petracchini (150.000 euros). No processo BESA/Eurofin estavam em causa coimas num total de 17,3 milhões de euros aplicadas pelo BdP.

No primeiro caso foram imputadas infrações como a não implementação de procedimentos que reforçassem ou garantissem o acompanhamento das operações realizadas com o BES Angola, não implementação de processos de análise ao risco de crédito relativamente ao crédito contratado com aquela instituição e “incumprimento dos deveres de comunicação obrigatória” ao Banco de Portugal (BdP) dos problemas associados às carteiras de crédito e de imobiliário do BESA.

No processo Eurofin, o BdP imputou a prática de atos dolosos de gestão ruinosa praticados em detrimento de depositantes, investidores e demais credores, desobediência ilegitima a determinações do supervisor e, entre outras infrações, a comercialização, de forma direta ou indireta, de dívida de entidades do ramo não financeiro do GES junto de clientes de retalho.

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Parlamento concorda que todas as freguesias tenham pelo menos um autarca a meio tempo

  • Lusa
  • 30 Setembro 2021

Proposta do Governo, para todas as freguesias contarem com, pelo menos, um membro a exercer funções a meio tempo, recebeu aprovação do Parlamento.

A proposta do Governo para que todas as freguesias possam contar, pelo menos, com um membro a exercer funções a meio tempo, recebeu esta quinta-feira, no Parlamento, o apoio de PSD, BE, PCP, PAN, CDS-PP e PS, mas com reparos.

“Passam a poder beneficiar deste regime [exercício do mandato a meio tempo] as 3.092 freguesias existentes no território, em vez das atuais 185”, afirmou a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Alexandra Leitão, na apresentação da proposta de lei do Governo, na sessão plenária da Assembleia da República, em Lisboa.

Realçando o objetivo de “aprofundar a descentralização e transferir competências para as autarquias locais, mantendo como prioridade a promoção da recuperação e do crescimento da capacidade financeira das freguesias”, Alexandra Leitão explicou que a proposta em discussão pretende que todas as freguesias tenham condições para o exercício dessas novas competências, designadamente garantindo que, pelo menos, um dos seus membros tem condições para exercer funções a meio tempo.

“Esta medida, que será financiada pelo Orçamento do Estado, representa um investimento total de cerca de 29 milhões de euros já para o Orçamento do Estado de 2022, assim este diploma seja aprovado nesta casa a tempo, para o que conto com a colaboração de todos”, disse a ministra, deixando um apelo aos deputados.

Da bancada do PSD, a deputada Isaura Morais começou por criticar o ‘timing’ escolhido pelo Governo para a apresentação da proposta, “em véspera de eleições autárquicas”, discordando com a forma como o Executivo “tentou interferir no processo eleitoral”, mas reforçando que a alteração dos termos do exercício do mandato a meio tempo dos titulares das juntas de freguesia “é uma medida positiva”, ainda que o Governo possa “ir mais além”, aproveitando para rever outros critérios aplicáveis à administração local.

O deputado do BE, José Maria Cardoso, manifestou concordância com a proposta, por entender que “as freguesias como autarquias do poder local têm sido sucessivamente menosprezadas e é preciso dar dignidade no exercício dos titulares dos cargos”, propondo que as alterações para o exercício de funções a meio tempo possam também ser aplicadas para tempo interior, mas colocando “várias reservas” sobre o processo de descentralização, por se tratar de “uma transferência de competências por via direta do município que se mantém nas mãos de um poder tantas vezes discricionário”.

Para a deputada do PCP Paula Santos, a proposta “é um passo para a valorização das freguesias, mas que é necessário muito mais”, nomeadamente dotá-las dos meios necessários para que possam ter condições para o exercício das suas competências, apoiando a ideia suscitada no parecer da Associação Nacional de Freguesias (Anafre) sobre a “possibilidade de as freguesias, passando a ter todas elas um regime de permanência a meio tempo, possam por sua opção também ter acesso ao tempo inteiro, suportando o remanescente, sem a limitação do número mínimo de eleitores”.

A deputada do PAN Bebiana Cunha indicou que a proposta do Governo “é um caminho que já devia estar feito, tarda, mas importa que agora seja possível, por via do Orçamento de Estado”, sugerindo ainda uma clarificação sobre a possibilidade de as freguesias poderem complementar este meio tempo com o tempo inteiro, se assim os orçamentos disponíveis o permitirem, assim como uma reflexão sobre as tabelas de remunerações dos eleitos.

Já o deputado do CDS-PP Pedro Morais Soares, que faz parte dos órgãos do conselho diretivo da Anafre, registou “com agrado” a proposta do Governo, sem esquecer que “já vem é com quase quatro anos de atraso”, e alertou para a necessidade de corrigir desigualdades: “temos freguesias até 1.500 eleitores com uma dimensão muito significativa e temos freguesias com mais de 1.500 eleitores que até têm menos competência e menos área territorial do que outras”.

Do grupo parlamentar do PS, João Paulo Correia sublinhou que “as juntas de freguesia são a face do Estado mais próxima dos cidadãos”, referindo que a proposta do Governo “permite que todas as juntas de freguesia do país possam ter direito a que um dos seus elementos esteja pelo menos a meio tempo, o que significa que o funcionamento da junta irá melhorar e as suas comunidades serão melhor servidas”, e destacando o “amplo consenso” que antecede a discussão na especialidade: “merece quase unanimidade pelas intervenções que já ouvimos”.

A fechar o debate, a ministra Alexandra Leitão rejeitou as acusações da deputada do PSD, garantindo que a proposta de lei se aplica a todos os autarcas e reforçando que “é uma medida justa e é uma medida que não deveria convocar aqui considerações de outra natureza”.

“A possibilidade de acertos na especialidade que tenham a ver com o alargamento da possibilidade de exercício de funções a tempo inteiro […] nas condições em que seja suportado pelas freguesias e de acordo com as regras de sustentabilidade financeira que lá estão, pois naturalmente que nada temos a opor, até esclarecendo que só metade é que será suportado pela freguesia, porque a outra metade não deixará de ser suportada pelo Orçamento do Estado, desde que enquadrada nestas condições”, avançou a ministra.

Com base no apoio manifestado à proposta, Alexandra Leitão antecipou existirem “condições para ser, rapidamente, aprovada e, assim, ser financeiramente já contemplada no Orçamento para 2022”.

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