Medicare junta seguro a Plano de Saúde e lança Wecare

  • ECO Seguros
  • 16 Agosto 2021

A empresa de planos de saúde lança programa de responsabilidade social, alarga doações e junta uma cobertura de acidentes pessoais ao seu principal produto.

A Medicare, empresa especializada na conceção de planos de Saúde e bem-estar, acaba de lançar o programa Wecare de responsabilidade social. Outra novidade desta empresa que comercializa o plano Platinum Mais Vida, foi de lhe agregar um seguro de cobertura de acidentes pessoais. O plano, que custa 44,90 euros por mês para uma pessoa e cerca de 54 euros para um conjunto de 5 pessoas, dispõe agora de cobertura de acidentes pessoais por morte no valor de 50 mil euros e 50 euros por dia de internamento até ao limite de 180 dias por ano. O seguro é mediado pela April Portugal e a seguradora é a Axeria, sediada em Malta e autorizada a operar em regime de livre prestação de serviços (LPS).

A empresa, que refere contar com 17.500 prestadores em Portugal e mais de 1 milhão e 400 mil clientes, oferece – com o Plano mais completo – serviços grátis de médico ao domicílio, consulta de clínica geral ao domicílio, 20 atos ou tratamentos de medicina dentária aconselhamento médico telefónico, transporte ao hospital e segunda opinião médica internacional pela Best Doctors.

Para além do seguro de acidentes pessoais, a Medicare oferece ainda serviços com descontos de até 50% em consultas médicas, análises clínicas, óticas e farmácias. A adesão dispensa, segundo a empresa, “burocracia, condições de acesso e de utilização, valores convencionados e períodos de carência”.

Wecare é o novo programa de responsabilidade social

A Medicare decidiu criar o Wecare, programa de responsabilidade social com várias vertentes de intervenção, que pretende “suprir algumas das carências sociais que, no nosso país, se agravaram com a pandemia”, explica a empresa.

Com mais de 200 mil euros em doações já realizadas, David Legrant, CEO da Medicare, afirma que o programa Wecare “tem o objetivo de chegar a todo o país e abranger diferentes necessidades, que vão desde o apoio alimentar a famílias mais vulneráveis e em estado de urgência social, até ao reforço de equipamento médico, apoio a causas sociais ou no combate a situações de desigualdade. Deixamos, também, um repto a todos os parceiros que se queiram associar ao Wecare para dar ainda mais dimensão e impacto a este movimento de solidariedade.”

O programa tem consistido na distribuição de 4700 Cabazes Solidários já entregues, num valor que já ultrapassa os 75 mil euros e que vai estender-se para o sul do país e para as Ilhas ao longo das próximas semanas. O Wecare também ofereceu ao Hospital Garcia de Orta a renovação das instalações sanitárias e dos balneários utilizados pelos profissionais de saúde daquela instituição e a UMdor, o departamento de dor crónica do Centro Hospitalar Lisboa Norte, recebeu um ecógrafo, um equipamento de ponta há muito aguardado por ser absolutamente vital para melhorar a rapidez do diagnóstico e atendimento dos doentes que sofrem desta patologia.

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(NOT) A Silly Season com a diretora de marketing da Ikea na Suécia

Helena Gouveia acaba de assumir o cargo de diretora de marketing da Ikea na Suécia. Mais uma mudança, em pleno agosto, cheia de novos desafios como nos conta nesta entrevista de verão.

Depois de mais de uma década no Ikea em Portugal, Helena Gouveia trocou o sol de Lisboa pelas novas temperaturas de uma Suécia, que a recebeu em pleno verão. A marketeer portuguesa acaba de assumir a direção de marketing do grupo na Suécia, uma mudança de país, de cultura e cheia de novos desafios como nos conta sobre esta sua (NOT) Silly Season. Até sueco já começou a aprender… aos poucos.

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Talibãs já entraram em Cabul

  • Lusa e ECO
  • 15 Agosto 2021

Talibãs justificam a entrada na capital do país com a necessidade de controlar possíveis situações de roubo e de pilhagem após o recuo e a fuga das forças de segurança governamentais afegãs.

Os talibãs já entraram em Cabul, apesar das garantias iniciais de que só avançariam para o interior da capital afegã após uma transição pacífica de poder, avançou a agência EFE que testemunhou a presença dos insurgentes na cidade. Estados Unidos estão a evacuar o pessoal diplomata.

Os talibãs divulgaram, entretanto, que entraram na capital afegã para controlar possíveis situações de roubo e de pilhagem após o recuo e a fuga das forças de segurança governamentais afegãs.

“Para evitar atos de pilhagem em Cabul e para evitar que os oportunistas prejudiquem o povo, o Emirado Islâmico [como os talibãs se autodenominam] ordenou às suas forças que entrassem nas áreas de Cabul de onde o inimigo saiu”, referiram os insurgentes num comunicado.

O presidente afegão terá já abandonado o País, depois de este domingo os talibãs terem chegado às portas de Cabul e terem sido ouvido tiros na capital.

Os Estados Unidos já mandou evacuar pessoal da embaixada, tendo Joe Biden deixado garantias de que qualquer ataque ao pessoal no norte-americano teria resposta das tropas dos Estados Unidos, enviadas para ajudar na evacuação.

A situação no Afeganistão está a deixar preocupados os líderes mundiais. O Papa Francisco já apelou à paz e a Rússia quer uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU.

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Auto-agendamento volta a estar disponível para maiores de 18 anos

Após ter estado três dias suspenso para agendar a vacinação dos jovens entre os 12 e os 15 anos, o auto-agendamento volta a estar disponível para os cidadãos com idade igual ou superior a 18 anos.

O auto-agendamento para os cidadãos com idade igual ou superior a 18 anos voltou a ser retomado este domingo, após ter estado suspenso durante três dias.

Desde quinta-feira e até este sábado que o auto-agendamento para os maiores de 18 anos tinha sido temporariamente suspenso, para que os jovens entre os 12 e os 15 anos pudessem agendar a marcação da vacina contra a Covid-19, cujas primeiras doses vão ser administradas nos fins de semana de 21 e 22 de agosto e de 28 e 29 de agosto, sendo que as segundas doses serão dadas nos fins de semana de 11 e 12 de setembro e de e 18 e 19 de setembro, respetivamente.

Neste contexto, e terminando o auto-agendamento exclusivo para estas faixas etárias, o portal de agendamento volta a estar disponível este domingo para os maiores de 18 anos. Esta modalidade permite que os cidadãos selecionem o local e a data em que pretendem ser vacinadas, recebendo depois uma mensagem SMS com a confirmação do dia, da hora e do centro de vacinação. A confirmação do agendamento implica que seja enviada resposta ao SMS.

Além disso, paralelamente, as pessoas com idade igual ou superior a 16 anos (e que não tenham sido infetadas nos últimos seis meses) podem também recorrer à modalidade “Casa Aberta”a partir de segunda-feira, dia 16 de agosto, para receberem a primeira dose da vacina contra a Covid. Esta modalidade dispensa marcação, sendo apenas necessário a obtenção de uma senha digital.

Até esta sexta-feira, esta modalidade estava disponível para os cidadãos maiores de 18 anos, sendo que durante o fim de semana foi temporariamente suspensa para esta faixa etária, para dedicar-se em exclusivo aos jovens entre os 16 e os 17 anos. Esta segunda-feira, é, portanto, novamente alargada, passando a funcionar para todos os maiores de 16 anos.

Em Portugal, há já mais de 7,3 milhões de portugueses vacinados com pelo menos uma dose da vacina (o que representa 71% da população), dos quais mais de 6,4 milhões de cidadãos já completaram o processo de vacinação (62% da população), de acordo com o relatório divulgado pela Direção-Geral da Saúde, na terça-feira.

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Há mais 2.217 casos e 13 mortes por Covid-19. Internamentos sobem

  • ECO
  • 15 Agosto 2021

Este sábado, Portugal ultrapassou a barreira do milhão de infeções. Há 13 novos óbitos este domingo. Lisboa e Vale do Tejo é a região com maior número de infeções.

A Direção-Geral da Saúde (DGS) identificou este 2.217 novos casos de infeção por Covid-19, elevando para 1.003.335 o número de infetados desde o início da pandemia. O boletim deste domingo indica ainda que, nas últimas 24 horas, morreram 13 pessoas com a doença, perfazendo um total de 17 562 óbitos desde a chegada do coronavírus ao país. Este sábado, Portugal ultrapassou a barreira do milhão de infeções.

O boletim de domingo dá conta de um total de 1.030 recuperados. Há, neste momento, 45.367 casos ativos em Portugal, mais 1 174 face a sábado.

A maioria dos infetados continua a recuperar em casa e continua a registar-se um recuo no número de pessoas hospitalizadas com a doença. Atualmente, 744 doentes estão internados em unidades hospitalares (mais 17 nas últimas 24 horas), dos quais 154 em unidades de cuidados intensivos (mais 4).

 

Em termos regionais, a maioria das novas infeções continua a ser registada na região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT). Dos 2.217 novos casos confirmados, 813 localizam-se nesta região, seguindo-se a região Norte, que contabilizou 678 novas infeções.

Nesse contexto, LVT é a região com mais casos e mortes registados até ao momento (381.703 casos de infeção e 7.513 mortes), seguindo-se o Norte (387 032 casos e 5.469 mortes), o Centro (133.496 casos e 3.060 mortes), o Alentejo (35.391 casos e 998 mortes) e o Algarve (36.406 casos e 411 mortes). Nas ilhas, a Madeira regista 11.126 casos e 72 vítimas mortais e os Açores registam 8.181 casos e 39 mortos.

Há ainda 54.851 pessoas sob vigilância das autoridades de saúde, por terem tido contacto com casos confirmados de Covid-19, ou seja, menos 1.534 face a sábado.

(última atualização às 14h30)

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Economista da Reserva Federal: Mercado de trabalho português é “muito disfuncional” e “prejudica os jovens”

Há 10 anos, Miguel Faria e Castro trocou Lisboa por Nova Iorque e chegou à Reserva Federal de St. Louis. Fala sobre as forças e vulnerabilidades da economia americana, com um olhar sobre a portuguesa.

Licenciado pela Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, Miguel Faria e Castro rapidamente percebeu que as posições que lhe interessariam requeriam, todas, um doutoramento. Foi essa ambição que o fez rumar até ao outro lado do Atlântico. Com apenas 32 anos e um percurso não “muito tradicional” é, desde 2017, economista na divisão de estudos da Reserva Federal de St. Louis, nos Estados Unidos. Viveu no “olho do furacão” a volatilidade nos mercados provocada pela pandemia.

Ao contrário de muitos jovens da sua geração, Miguel Faria e Castro reconhece que não decidiu emigrar “devido à falta de oportunidades ou à conjuntura económica”, mas porque quis enveredar por um “percurso mais académico” que o levou a prosseguir estudos na Universidade de Nova Iorque, nos Estados Unidos, onde além de aluno de doutoramento foi também professor assistente. Pelo meio, ainda teve uma passagem pelo Gabinete de Pesquisa e Estudos do Ministério da Economia e da Inovação em Portugal.

Apesar de todos estes desafios, Miguel Faria e Castro aponta o início da pandemia como um dos momentos mais desafiantes da sua carreira. Com a volatilidade dos mercados acionistas, a partir de finais de fevereiro de 2020, os dias de trabalho eram muito intensos, com “horas e horas passadas em reuniões”, já que a Fed tentava a todo o custo “garantir que a pandemia não se tornaria noutra crise financeira como a de 2008”, explica o economista ao ECO. Do ponto vista profissional foi uma experiência “muito interessante”, dado que estava “no olho do furacão”, pelo que podia ver tudo a desenrolar-se de perto “e um pouco por dentro do sistema”.

Apaixonado pela investigação, é precisamente este contacto “muito imediato” com as pessoas que “tomam decisões em termos de política monetária” e o facto de poder apoiar estas pessoas na tomada de decisões que Miguel Faria e Castro aponta como uma das oportunidades “super desafiantes e importantes” em termos da sua realização profissional no cargo que ocupa. Por isso, não pondera, a curto-prazo, voltar a viver em Portugal, ainda que considere que existem oportunidades “semelhantes” às que existem nos EUA.

“Crises são sempre boas oportunidades para dar um passo atrás e repensar a sociedade em que vivemos”

Apesar de viver fora de Portugal há 10 anos, o economista continua a acompanhar de perto a situação económica do país. Num “olhar” atento sobre a saúde da economia portuguesa, Miguel Faria e Castro considera que é indiscutível que a economia esteve “muito vulnerável” à crise provocada pela pandemia, dado que é fortemente sustentada por setores que envolvem um “elevado contacto físico, como o turismo e a restauração”. Não obstante, em linhas gerais, considera que as medidas tomadas pelo Governo foram “bem sucedidas”, dando como exemplo o lay-off, que “evitou um aumento muito grande da taxa de desemprego” e garantiu que uma franja da população tivesse conseguido preservar os seus rendimentos.

Quanto às moratórias, numa fase inicial, Miguel Faria e Castro mostrou-se menos recetivo, temendo que fosse uma “bomba-relógio prestes a explodir” e que pudesse culminar no colapso do sistema bancário como na crise anterior, contudo, agora diz estar mais esperançoso, já que a economia portuguesa “está lentamente a conseguir abandonar” esta medida, sem repercussões para os bancos.

A economia portuguesa tem um mercado de trabalho muito disfuncional e esta disfunção prejudica principalmente pessoas mais jovens.”

Miguel Faria e Castro

Economista na divisão de estudos da Reserva Federal de St. Louis

Ainda assim, o economista da Reserva Federal de St. Louis argumenta que “as crises são sempre boas oportunidades para dar um passo atrás e repensar aquilo que temos e a sociedade em que vivemos”. Miguel Faria e Castro defende que é altura de “levar a cabo reformas mais estruturais da economia”, nomeadamente no que toca ao mercado laboral. “A economia portuguesa tem um mercado de trabalho muito disfuncional e esta disfunção prejudica principalmente pessoas mais jovens“, alerta.

Além disso, o economista aponta que Portugal “tem ótimas condições para beneficiar da digitalização da economia global e do teletrabalho”, pelo que poderia aproveitar esta oportunidade para “atrair emigrantes qualificados” que podem trabalhar para outro país e a viver em território nacional.

Outra preocupação elencada pelo economista prende-se com a “bazuca” europeia e a forma como vão ser executados os fundos em Portugal. Trata-se de um pacote de estímulos “sem precedentes”, no entanto, Miguel Faria e Castro lembra o histórico do país em execução de fundos. “Este dinheiro está a vir todo, mas não é claro se vamos ter que mandar uma enorme parte destes fundos para trás“, afirma. Nesse contexto, Miguel Faria e Castro sublinha que seria importante garantir que estes fundos se traduzirão em “aumentos de produtividade e de bem-estar” e que sejam “equitativamente distribuídos pela população”.

Mercado laboral dos EUA ainda longe dos níveis pré-pandemia

E se a economia portuguesa tem recuperado, ainda que a um ritmo mais lento, Miguel Faria e Castro considera que a economia norte-americana tem recuperado “muito rapidamente”, estando já “acima da tendência pré-pandemia” em termos de produto. Para isso, contribuiu o facto da economia dos EUA ser, “para o bem e para o mal”, uma economia “muito flexível”, bem como “uma política orçamental muito ativa por parte do governo federal americano”, quer da anterior administração de Donald Trump quer da atual administração de Joe Biden.

A economia norte-americana tem recuperado a um ritmo bastante bom. Em termos de produto penso que estamos, aliás, acima da tendência pré-pandemia. E isso também teve muito haver com uma política orçamental muito ativa por parte do governo federal americano.”

Miguel Faria e Castro

Economista na divisão de estudos da Reserva Federal de St. Louis

Houve muito mais apoio orçamental à economia [norte-americana] do que na Europa, por exemplo, e isso tem ajudado muito à recuperação“, salienta o economista da Fed, acrescentando que esta recuperação começou a sentir-se desde que “a vacinação começou a acelerar no início deste ano”.

Ainda assim, o economista sublinha que o mercado de laboral ainda não recuperou completamente, com as “taxas de desemprego e as taxas de participação” ainda abaixo dos níveis pré-pandemia. “Parece que muita gente saiu da força de trabalho com a pandemia e não regressou. Isto é uma coisa para a qual temos prestado atenção e penso que enquanto isso não se resolver não teremos recuperado completamente“, explica.

Outra das principais preocupações apontadas por Miguel Faria e Castro está relacionada com o aumento da inflação nos EUA, já que a Fed tem acompanhado de perto este indicador para calibrar os instrumentos de política monetária. Em julho, o índice de preços ao consumidor (IPC) subiu 0,5%, depois dos 0,9% registados em junho, de acordo com os dados divulgados pelo Departamento do Trabalho norte-americano, a 11 de agosto. Esta foi a maior descida mensal em 15 meses, sendo que este recuo poderá sinalizar que a inflação terá atingido o seu pico. Já no acumulado dos 12 meses terminados em julho, a taxa de inflação atingiu os 5,4%, continuando no nível mais elevado desde 2008.

Para Miguel Faria e Castro, ainda é “bastante cedo” para retirar conclusões definitivas sobre o aumento da inflação, mas avisa que estes dados devem ser lidos com cuidado. O economista considera que é necessário perceber se este aumento é de facto transitório, e aí “não é preocupante”, ou trata-se de uma subida “permanente” e “sustentada” que se vai prolongar no tempo, o poderá ser mais problemático.

O que sabemos é que em alguns setores que foram mais afetados pela pandemia, como a hotelaria e a restauração, estamos a ter agora aquilo a que chamam de labour crushed, que é uma escassez de trabalho e isto tem levado a um aumento muito rápido dos salários nesses setores. E esse aumento rápido dos salários terá derradeiramente de se manifestar em inflação.”

Miguel Faria e Castro

Economista na divisão de estudos da Reserva Federal de St. Louis

Além disso, o economista sublinha ainda que a leitura dos dados deve também ter em conta “as origens desta inflação”. Por outras palavras, Miguel Faria e Castro diz que é importante perceber se a subida dos preços está relacionada com o ” aumento de custos de matérias-primas, como o petróleo”. Se assim for, representa um problema para o poder de compra dos cidadãos, porque os “rendimentos das pessoas não estão necessariamente a aumentar ao mesmo nível”.

Já se o aumento da inflação estiver a ser acompanhado por um aumento dos salários, o poder de compra mantém-se relativamente estável. “O que sabemos é que em alguns setores que foram mais afetados pela pandemia, como a hotelaria e a restauração, estamos a ter agora aquilo a que chamam de labour crushed que é uma escassez de trabalho. E isto tem levado a um aumento muito rápido dos salários nesses setores. E esse aumento rápido dos salários terá derradeiramente de se manifestar em inflação”, argumenta.

Com este crescimento mais rápido do que esperado da economia norte-americana, cresce a probabilidade de uma eventual retirada de estímulos por parte da Fed. Miguel Faria e Castro explica que a Fed está a acompanhar “de forma muito próxima” a evolução da economia norte-americana, por forma avaliar se “se justifica ou não” a retirada de alguns dos estímulos.

O economista detalha que o que “se tem falado mais em retirar são as as compras de mortgage-backed securities, isto é, títulos que estão associados a hipotecas e empréstimos à habitação”, explica. Em causa está o facto de estar a existir um “boom” no setor do imobiliário, com os preços das casas a disparar, o que poderá estar a acentuar a desigualdade.

“Este tipo de estímulos estão de certa forma a contribuir para o aumento dos preços da habitação, o que tem obviamente algumas consequências nefastas ao nível da desigualdade”, alerta, acrescentando que “o aumento do preço das casas acaba também por se manifestar na taxa de inflação através das rendas que são imputadas no cálculo dos indicadores do nível de preços”, conclui.

O ECO o dá-lhe a conhecer portugueses que construíram carreiras de sucesso no estrangeiro e ocupam hoje lugares de destaque. Saiba como veem a evolução do seu setor, o que pensam do país onde trabalham e como olham para Portugal.

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Há um castelo numa ilha da Escócia à procura de novo dono

Construído em 1900, o Castelo Kinloch foi uma das residências privadas da rainha Vitória. Procura novo dono disposto a assegurar a sua conservação e preservação.

Em Rum, uma das pequenas ilhas das Hébridas Interiores pertencentes à Escócia, está um castelo abandonado há décadas. Atualmente sob alçada da NatureScot, a entidade responsável pelo património natural daquele país, o Castelo Kinloch já recebeu duas propostas, mas nenhuma cumpre os “requisitos”: preservar o imóvel e assegurar a sustentabilidade da ilha.

Já foi conhecida como a Ilha Proibida. Com pouco mais de dez quilómetros de comprimento, tem cerca de 30 a 40 habitantes, a maioria a morar em Kinloch, a única localidade. No ano passado, com o objetivo de atrair mais habitantes, começaram a ser construídas eco-casas que seriam oferecidas a quem estivesse disposto a mudar-se para esta ilha escocesa, que conta ainda com um porto e um posto de correio.

A maior atração da ilha é o Castelo Kinloch, mas até este edifício centenário preocupa as autoridades responsáveis. A NatureScot procura interessados em assegurar a conservação e preservação do castelo, estando por isso aberta a propostas, de acordo com o The Guardian (conteúdo em inglês).

Castelo Kinloch, ilha de Rum, na Escócia.Wikimedia Commons

Foi construído em 1900 para George Bullough, um magnata da indústria têxtil de Lancashire, depois de o pai ter comprado a ilha para lá ter uma casa de férias e uma zona de tiro. Hoje, mais de um século depois, está ao abandono. Em tons ocre, tem um salão de baile, onde está instalado um órgão (piano) especialmente feito para a Rainha Vitória, uma vez que foi uma das residências particulares mais luxuosas da monarca.

Hoje pertence à NatureScot, que administra a maior parte da ilha, considerada reserva natural nacional, diz o jornal britânico. Nos últimos anos passou por várias tentativas de reabilitação que acabaram por falhar. Em 2019, a Kinloch Castle Friends Association propôs ficar com o castelo, com a intenção de o transformar num albergue, mas a NatureScot recusou devido a preocupações com a falta de fundos.

Este ano, o empresário Angus MacDonald elaborou um plano para transformar o castelo numa pousada de luxo e destino turístico. Pediu 2,5 milhões de libras (2,95 milhões de euros) ao Estado, estimando que seriam necessários dez milhões de libras (11,8 milhões de euros) para concluir todo o processo de reabilitação do edifício e instalação de móveis exclusivos. A proposta foi apresentada ao Governo escocês, mas também acabou chumbada.

Citado pelo The Guardian, um porta-voz da NatureScot afirma que a entidade considera que “o castelo oferecerá melhor apoio à comunidade com o proprietário certo”. “Temos trabalhado para atingir esse objetivo nos últimos anos”, disse.

Salientando que o pavilhão de caça não está incluído no “pacote”, a NatureScot explica que o novo proprietário tem pela frente um trabalho de reabilitação profundo. E o escolhido terá de cumprir “três objetivos principais”: “assegurar a conservação e preservação do castelo, contribuir para a sustentabilidade da comunidade de Rum e valorizar a natureza de Rum”.

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Greve do SEF provoca atrasos de quatro horas no aeroporto de Lisboa

  • Lusa
  • 15 Agosto 2021

Com uma paralisação de duas horas, “aumentou o tempo de espera no controlo de fronteira do aeroporto de Lisboa, tendo atingido as quatro horas”, refere a ANA.

A greve dos funcionários do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras provocou hoje atrasos de quatro horas no controlo de fronteira do aeroporto de Lisboa, tendo ficado temporariamente suspenso o desembarque de alguns voos, revelou a ANA – Aeroportos de Portugal.

Os impactos do segundo dia de greve dos funcionários da carreira de investigação e fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) foram hoje mais notórios no aeroporto de Lisboa, segundo informações avançadas à Lusa pela ANA.

Com uma paralisação de duas horas, “aumentou o tempo de espera no controlo de fronteira do aeroporto de Lisboa, tendo atingido as quatro horas”, refere a ANA.

“De modo a controlar os fluxos e evitar maior aglomeração de passageiros, o aeroporto conteve sempre que necessário, o desembarque de alguns voos” e foram “reforçadas as equipas da ANA para prestar apoio aos passageiros”, acrescenta aquela entidade.

A adesão ao protesto foi de “100% tanto no aeroporto de Lisboa como de Ponta Delgada“, segundo informações avançadas à Lusa pelo presidente do Sindicato dos Inspetores de Investigação, Fiscalização e Fronteiras (SIIFF), Renato Mendonça.

A greve foi convocada pelo SIIFF face à falta de resposta do Governo quanto a futuro dos inspetores na sequência da aprovação da proposta de lei que “prevê a dispersão de competências policiais do SEF pela PJ, PSP e GNR”.

“A adesão de todos mostra o espírito de união e demonstra a preocupação com que estão todos perante a falta de resposta do Ministério da Administração Interna quanto ao futuro destes funcionários”, alertou Renato Mendonça.

A greve não contou com a adesão do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SCIF/SEF). O protesto começou no sábado e abrange, de forma parcial, todos os funcionários que prestam serviço nos principais postos de fronteira do país.

Até ao final do mês de agosto, vão realizar-se protestos nos diversos aeroportos do país, mas também nos portos de Sines e Leixões.

O presidente do sindicato recordou hoje que o ministro prometeu que até ao final de junho iria apresentar um documento com “os termos em que se asseguravam os direitos” dos inspetores, mas até agora “tal documento ainda não chegou ao sindicato”.

Na página oficial da ANA, este organismo alerta os passageiros que devido à greve, prevista entre 14 a 31 de agosto, “são expectáveis tempos de espera elevados no controlo de fronteira dos aeroportos de Lisboa (05:00 às 09:00) Porto (20:00 às 23:00), Faro (09:00-12:00), Funchal e Porto Santo (10:00-13:00) e Ponta Delgada (06:00-08:00)”.

Por isso, a ANA recomenda aos passageiros com destino a países fora do espaço Schengen que se dirijam mais cedo ao embarque.

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Covid-19. Há mais de 206 milhões de casos de infeção no mundo

  • Lusa
  • 15 Agosto 2021

Países que registaram mais mortes nas últimas 24 horas foram, e de acordo com os respetivos balanços nacionais, a Indonésia com 1.270 óbitos, o Brasil (926) e a Rússia (816).

A pandemia do novo coronavírus ultrapassou os 206 milhões de casos de infeção a nível mundial, com o registo de mais de 555 mil novos contágios nas últimas 24 horas, revela hoje o balanço da France-Presse (AFP).

No total, e desde que o novo coronavírus (SARS-CoV-2) foi identificado na China em dezembro de 2019, mais de 206.744.860 casos de infeção foram oficialmente diagnosticados em todo o mundo.

A grande maioria dos pacientes recupera da doença covid-19, provocada pelo SARS-CoV-2, mas uma parte destas pessoas ainda relatam sentir alguns sintomas associados durante semanas ou mesmo até meses, segundo a agência noticiosa AFP.

Desde o início da crise sanitária, a covid-19 já provocou pelo menos 4.353.003 vítimas mortais no mundo, de acordo com o mesmo balanço da agência francesa. Nas últimas 24 horas, registaram-se mais 8.727 óbitos e 555.164 novos casos da doença em todo o mundo.

Os países que registaram mais mortes nas últimas 24 horas foram, e de acordo com os respetivos balanços nacionais, a Indonésia com 1.270 óbitos, o Brasil (926) e a Rússia (816).

Os Estados Unidos da América (EUA) continuam a ser o país mais afetado a nível global, tanto em número de mortos como de casos, com um total de 621.253 mortes entre 36.640.481 casos recenseados, segundo a contagem da universidade norte-americana Johns Hopkins.

Depois dos EUA, a lista dos países mais afetados pela crise pandémica em termos globais é composta pelo Brasil (568.788 mortos e 20.350.142 casos), pela Índia (431.225 mortos e 32.192.576 casos), pelo México (248.167 mortos e 3.091.971 casos) e pelo Peru (197.340 mortos e 2.132.834 casos).

Segundo a análise da AFP, o Peru surge novamente como o país (ou território) que conta atualmente com mais mortos em relação à sua população, com 599 óbitos por cada 100.000 habitantes, seguido pela Hungria (311), Bósnia-Herzegovina (296), República Checa (284), Brasil (268) e a Macedónia do Norte (266).

Por regiões do mundo, a zona da América Latina e Caraíbas concentra atualmente os dados de mortalidade mais altos, ao totalizar até hoje às 10:00 TMG (11:00 em Lisboa) 1.405.788 mortes em 42.067.164 casos de infeção confirmados.

Segue-se a Europa (1.221.156 mortes e 60.597.570 casos), a Ásia (724.930 mortes e 47.349.910 casos), os Estados Unidos e o Canadá (647.951 mortes e 38.090.332 casos), a África (182.836 mortes e 7.240.783 casos), o Médio Oriente (168.803 mortes e 11.300.283 casos) e a Oceânia (1.539 mortes e 98.824 casos).

Este balanço foi realizado a partir de dados recolhidos pelas delegações da AFP junto das autoridades nacionais competentes e de informações da Organização Mundial da Saúde (OMS), excluindo as revisões realizadas posteriormente por certos organismos de estatística.

A OMS calcula, tendo em conta o excesso de mortalidade ligada direta e indiretamente à covid-19, que o balanço da pandemia poderá ser duas a três vezes superior ao registado oficialmente.

Desde o início da pandemia, o número de testes realizados aumentou significativamente e as técnicas de rastreamento e despistagem melhoraram, levando a um aumento no número das infeções declaradas. No entanto, uma proporção significativa dos casos menos graves ou assintomáticos não são detetados.

Devido a correções feitas pelas autoridades ou a notificações tardias, o aumento dos números diários pode não corresponder exatamente aos dados publicados no dia anterior, segundo a agência noticiosa francesa.

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Papa apela ao diálogo e cessar-fogo no Afeganistão

  • Lusa
  • 15 Agosto 2021

Os talibãs chegaram hoje às portas de Cabul, e o Governo afegão reconheceu que foram feitos "disparos", embora os insurgentes assegurem que não vão entrar na capital à força.

O papa Francisco mostrou-se hoje preocupado com a situação no Afeganistão, após a chegada dos talibãs a Cabul, apelando ao cessar-fogo e ao início do diálogo.

“Associo-me à preocupação unânime sobre a situação no Afeganistão. Peço que orem a Deus para que o barulho das armas cesse e para que possam ser encontradas soluções numa mesa de diálogo”, afirmou o chefe da igreja católica, no final da oração do Angelus, na Praça de São Pedro.

Conforme apontou Francisco, “só assim, a população martirizada do país – homens, mulheres, crianças e idosos -, poderão regressar às suas casas para viver em paz e segurança, no pleno respeito mútuo”.

Os talibãs chegaram hoje às portas de Cabul, e o Governo afegão reconheceu que foram feitos “disparos”, embora os insurgentes assegurem que não vão entrar na capital à força e estão a negociar uma transição de poder.

Os rebeldes receberam ordens para permanecerem às portas de Cabul e não entrar na capital afegã, disse hoje um porta-voz, apesar de os insurgentes terem sido já avistados por residentes em subúrbios distantes.

“O Emirado Islâmico ordena a todas as suas forças que esperem às portas de Cabul, que não tentem entrar na cidade”, disse no Twitter Zabihullah Mujahid, um porta-voz dos talibãs.

“Há combatentes talibãs armados na nossa vizinhança, mas não há combates”, disse à AFP um residente de um subúrbio oriental da capital.

Negociadores talibãs dirigiram-se hoje ao Palácio Presidencial para tentar negociar uma transição pacífica de poder.

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Crise dos semicondutores atrasa entrega de carros novos

  • Lusa
  • 15 Agosto 2021

Crise dos semicondutores está a acentuar-se, com o tempo médio de entrega a aumentar para mais de 20 semanas, o que agrava as perspetivas de fabricantes de automóveis e computadores.

A crise dos semicondutores, que leva fábricas a reduzir ou a parar a produção, está a afetar a entrega de carros novos e não há estimativa de resolução do problema, avançou à Lusa a ACAP – Associação Automóvel de Portugal.

“Nós, como associação do setor, temos conhecimento de que tem havido problemas nas fábricas, que têm afetado muito a produção, em vários milhões de unidades por causa da crise dos semicondutores ou ‘chips’”, adiantou o secretário-geral da ACAP, Helder Pedro, em declarações à Lusa.

Conforme explicou, cada vez mais, os automóveis têm integrados estes dispositivos mas, face à crise mundial neste segmento, potenciada pela covid-19, as linhas de produção têm sido afetadas e, consequentemente, as entregas têm sofrido atrasos, que variam de marca para marca.

Porém, tanto a Comissão Europeia como os Estados Unidos “têm estado a fazer esforços” para resolver este problema, através de apoios monetários.

“Quando se implementar estas alterações na Europa e nos EUA, o problema pode estar ultrapassado e a indústria de semicondutores poderá responder à procura do setor automóvel”, afirmou Helder Pedro, ressalvando que, ainda assim, não há uma estimativa para o regresso à normalidade.

Os semicondutores são circuitos integrados que permitem que os dispositivos eletrónicos que utilizamos, sejam telemóveis, micro-ondas ou elevadores, processem, armazenem e transmitam dados.

A crise dos semicondutores está a acentuar-se, com o tempo médio de entrega a aumentar para mais de 20 semanas, o que agrava as perspetivas de fabricantes de automóveis e computadores.

Uma investigação do Susquehanna Financial Group, relatada pela agência Bloomberg, apurou que o período de tempo entre fazer a encomenda e a entrega do material aumentou mais de oito dias, para 20,2 semanas em julho, em relação ao mês anterior. Esta demora é a maior desde que o Susquehanna começou a compilar esta informação, em 2017.

O tempo de espera de microcontroladores – semicondutores que controlam funções em automóveis, equipamentos industriais e equipamentos eletrónicos – disparou em julho e está agora em 26,5 semanas, o que compara com uma espera típica de seis a nove semanas.

A escassez de semicondutores tem tido um impacto forte na indústria automóvel, a qual, ainda segundo o texto da Bloomberg, deve contar mais de 100 mil milhões de dólares em vendas não feitas.

O mercado automóvel português cresceu 18,1% nos primeiros sete meses deste ano, em termos homólogos, mas em comparação com 2019 caiu 34,2% revelou a ACAP no dia 02 de agosto.

“Nos sete meses de 2021, foram colocados em circulação 113.541 novos veículos, o que representou uma diminuição de 34,2% relativamente ao mesmo período de 2019, apesar da comparação com 2020 mostrar um aumento de 18,1%”, destacou, na altura, a associação, num comunicado.

Em termos mensais, houve uma queda mesmo em relação a 2020, indicou a ACAP, apontando que “em julho de 2021 foram matriculados pelos representantes legais de marca a operar em Portugal 14.219 veículos automóveis, ou seja, menos 34,7% que no mesmo mês de 2019 e menos 21,4% quando comparado com julho de 2020”.

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Talibãs às portas de Cabul. EUA evacua embaixada

  • ECO e Lusa
  • 15 Agosto 2021

Diplomatas norte-americanos estão a ser transportados de helicóptero para o aeroporto, ao mesmo tempo que tropas norte-americanas estão a ser enviadas para apoiar a evacuação do pessoal.

Os talibãs chegaram às portas de Cabul, a capital do Afeganistão, este domingo, segundo fonte do ministério do interior do país. Os Estados Unidos evacuaram os diplomatas ainda na embaixada do país por helicóptero, noticia a agência Reuters. O presidente afegão, Ashraf Ghani, já terá saído do país, avançam agências noticiosas internacionais.

Os diplomatas norte-americanos estão a ser transportados de helicóptero para o aeroporto, ao mesmo tempo que tropas norte-americanas estão a ser enviadas para apoiar a evacuação do pessoal, depois de os talibãs terem avançado em meros dias para a capital do país. Na semana passada, admitia-se que Cabul iria conseguir resistir ao avanço dos talibãs pelo menos três meses.

Um Tweet do palácio presidencial afegão dá conta de tiroteio em várias zonas da capital, mas que as forças de segurança, em coordenação com os parceiros internacionais, têm o controlo da cidade, noticia a Reuters.

Os talibãs receberam ordens para permanecerem às portas de Cabul e não entrar na capital afegã, disse hoje um porta-voz, apesar de os insurgentes terem sido já avistados por residentes em subúrbios distantes. “O Emirado Islâmico ordena a todas as suas forças que esperem às portas de Cabul, que não tentem entrar na cidade”, disse no Twitter Zabihullah Mujahid, um porta-voz dos talibãs.

“Há combatentes talibãs armados na nossa vizinhança, mas não há combates”, disse à AFP um residente de um subúrbio oriental da capital.

O ministro do Interior afegão, Abdul Sattar Mirzakwal, afirmou este domingo que uma “transferência pacífica de poder” para um governo de transição terá lugar no Afeganistão, onde os talibãs estão prestes a assumir o controlo total do país. “Os afegãos não devem preocupar-se (…) Não haverá nenhum ataque à cidade [de Cabul]. E haverá uma transferência pacífica de poder para um governo de transição”, disse Mirzakwal numa mensagem de vídeo, relata a Lusa.

Tropas americanas retiram até final de agosto

Depois do exército norte-americano ter começado a retirada de tropas no mês passado, a campanha talibã acelerou, tendo vindo a ganhar terreno no país. Em pouco mais de uma semana, os talibãs tomaram controlo de praticamente todo o país, tendo este domingo elevado para 26 o número de capitais de província, de um total de 34, sob seu domínio.

Os afegãos têm fugido das províncias para Cabul, receando o regresso da linha dura islamista. Centenas de pessoas estão instaladas em tendas na cidade, ao longo de estradas e parques de estacionamento, segundo um residente, ouvido pela agência Reuteurs.

O Qatar, onde decorrem negociações, até agora inconclusivas, entre o governo afegã e os talibãs, apelou a um cessar-fogo.

Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, avisou os oficiais talibãs nas negociações no Qatar que ações que ponham em risco o pessoal norte-americano terão uma “resposta forte e rápida das forças militares norte-americanas”.

A administração Biden tem sido alvo de críticas à medida que os talibãs tomam cidade atrás de cidade a um ritmo mais rápido do que o previsto. O Presidente tem, no entanto, mantido o plano iniciado pela administração Trump de retirar as tropas do país até 31 de agosto. “Uma eterna presença americana no meio da guerra civil de outro país não é aceitável para mim”, disse Biden, no sábado.

A Rússia está a trabalhar com outros países para realizar, com urgência, uma reunião do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o Afeganistão, após a chegada dos talibãs à capital afegã, avançou um funcionário do Governo.

“Estamos a trabalhar nisso”, adiantou o funcionário do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Zamir Kabulov, às agências russas, notando que a reunião será realizada em breve.

A Rússia é um dos cinco membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU, a par dos Estados Unidos, Reino Unido, França e China.

Presidente afegão abandona o País

O presidente Ashraf Ghani abandonou hoje o Afeganistão, segundo informações avançadas pelo ex vice-presidente do país Abdullah Abdullah e por dois responsáveis das autoridades afegãs, avança a AFP. A informação foi corroborada à Associated Press (AP) por dois responsáveis afegãos, um deles membro do gabinete do ex-presidente Hamid Karzai e o outro um assessor do conselho de segurança afegão. Estes dois responsáveis falaram sob anonimato, pois não estavam autorizados a fornecer dados à comunicação social.

(notícia atualizada às 16h01 com informação sobre a saída do País do presidente afegão)

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