Como os bancos centrais estão a combater a inflação

A inflação está a bater recordes em todo o mundo. Para controlar a subida de preços os bancos centrais têm subido as taxas de juro de uma forma muito agressiva. Mas será que estamos perto do fim?

Por todo o mundo os bancos centrais têm adotado uma política monetária extremamente agressiva, subindo as taxa de juro a uma velocidade nunca vista, para controlarem a taxa de inflação que está a níveis recorde. Muitos questionam se não estará para breve um abrandamento do ritmo de subidas das taxas. Será? Os valores atuais das taxa de juro real dizem-nos que não. Porém, há um país que parece estar a passar entre os pingos da chuva.

http://videos.sapo.pt/1qjRiliB0hqG9blOMC1G

 

Nota: Para quem está a aceder através da aplicação, carregue no link para ver o vídeo

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Jerónimo de Sousa deixa lugar de deputado. Sai com críticas a Governo “cada vez mais inclinado para a direita”

Jerónimo de Sousa deixa a liderança do PCP, abandonando também o lugar de deputado, por razões de saúde. Paulo Raimundo é o sucessor, sendo que o substituto no Parlamento está ainda por anunciar.

Depois do anúncio deste sábado, Jerónimo de Sousa já oficializou a saída da liderança do PCP com um discurso onde teceu críticas ao “Governo do PS cada vez mais inclinado para a direita” e elogios ao sucessor “desconhecido do grande público”, Paulo Raimundo. O secretário-geral demissionário, que sai devido a razões de saúde, adianta também que vai deixar também o lugar de deputado na Assembleia da República.

No discurso de saída, Jerónimo faz uma avaliação do país, apontando que “há muito exige que se tomem medidas que enfrentem seriamente os problemas, não como aquelas do Governo que fogem ao essencial”. Com as política atuais, existe um “risco de empurrar o país para recessão económica e degradação da vida do povo”, argumenta, lançando também críticas ao Orçamento do Estado, que “não responde aos problemas”.

Tanto o OE como os acordos alcançados na concertação social e com a Função Pública “refletem a natureza de classe do governo do PS cada vez mais inclinado para a direita”, defende o líder comunista.

Jerónimo explica a sua saída com razões de saúde, tendo em conta as “exigentes correspondências às responsabilidades” que tem vindo a assumir, nomeadamente depois de uma cirurgia e consequentes sequelas. São estas condições que ditam também a saída como deputado: “tendo em conta a dimensão da bancada, esta não se compadece com ausências ou estadia momentânea”.

“Estamos em condições de avançar com solução capaz de dar mais força e dinâmica parlamentar”, assegura Jerónimo. Questionado sobre se seria Duarte Alves o seu substituto na Assembleia, assumiu que era uma possibilidade mas não se comprometeu ainda com nomes.

Já sobre o sucessor ao leme do PCP, Paulo Raimundo, assume que este “pode ser desconhecido do grande público, tendo em conta que constitui uma novidade”. Mesmo assim, referiu o seu próprio exemplo: “quando fui indicado havia setores que se perguntavam se eu comia, se eu dançava, qual era o meu nome. Lembro-me de uma cena em que um homem dirigiu-se furioso e disse: deem cabo do resto, o poder a esse tal Germano, e vão ver”, lembra.

“É um homem sensível, que compreende as coisas de forma célere, é um camarada modesto, que ouve muito os outros e nunca teve responsabilidades de setores sindicais”, tendo também um “conjunto de potencialidades”, caracteriza Jerónimo de Sousa. Está marcada uma reunião para dia 12 de novembro, “onde será presente proposta de eleição de Paulo Raimundo” e assim formalizada a sucessão.

O primeiro-ministro já reagiu ao anúncio de Jerónimo, recordando que foi ele que “deu o primeiro, corajoso e decisivo passo que, em novembro de 2015, abriu as portas a uma nova relação na esquerda portuguesa“, levando à formação da Geringonça. Além disso, sublinhou também a “cordialidade e empatia” do líder demissionário do PCP, por quem diz estar ligado através de uma “profunda estima”.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Secretário de Estado de Costa manteve silêncio sobre caso de Caminha porque primeiras palavras foram para PGR

  • Lusa
  • 6 Novembro 2022

Miguel Alves defende que “este caso existe” porque é secretário de Estado de António Costa, porque “há um certo preconceito relativamente a quem está em funções fora daquela corte natural”.

O secretário de Estado Ajunto do primeiro-ministro e ex-presidente da Câmara de Caminha, Miguel Alves, que está a ser investigado pelo Ministério Público, disse hoje que esteve em silêncio porque dirigiu as primeiras explicações à Procuradoria-Geral da República (PGR).

Em entrevista ao Jornal de Notícias e à TSF, Miguel Alves, que está a ser investigado por causa de um contrato-promessa que celebrou quando era presidente da Câmara de Caminha, mostrou-se seguro da legalidade do processo e explicou o porquê de não se ter pronunciado publicamente sobre esta polémica antes.

“E a minha primeira pronúncia não foi aqui, foi junto da PGR, através de carta, onde juntei a minha disponibilidade para prestar o meu esclarecimento a qualquer momento sobre o inquérito que foi aberto a propósito desta situação. Agora, estou aqui para que todos possam compreender a minha opção, uma opção legal, transparente e que defende o interesse público em Caminha e, também, no país”, disse Miguel Alves.

Em causa está a construção de um Centro de Exposições Transfronteiriço em Caminha, no distrito de Viana do Castelo, uma obra que ainda não começou depois do contrato-promessa entre o promotor e a autarquia ter sido assinado em 2020.

O Público noticiou, na edição de 26 de outubro, que a autarquia de Caminha fez um “adiantamento duvidoso” de 300.000 euros para o projeto em questão, autorizado pelo agora secretário de Estado Ajunto do primeiro-ministro, quando liderava aquele Município.

O periódico referia que o pagamento foi feito pela autarquia em março de 2021 a uma empresa desconhecida e associada ao empresário Ricardo Moutinho, um investidor com um alegado currículo falsificado. Também o semanário Expresso, na edição de 28 de outubro, noticiou que a empresa em questão, a Green Endogenous, S. A., faz parte de um grupo de investimento que foi “criado na hora”.

Confrontado com estas notícias, Miguel Alves lembrou que o promotor já investiu 600 mil euros no concelho, apontou que este apresentou “documentos que evidenciavam trabalho noutros concelhos e em outras empresas”, e que a “confiança e a boa-fé reforçaram-se pela atitude e comportamento”, descrevendo que recebeu Ricardo Moutinho “dezenas de vezes” para reuniões com técnicos, vereadores, arquitetos e gestores financeiros.

“O promotor já investiu em Caminha 600 mil euros, de acordo com as notícias que vieram a público, já comprou 33 terrenos, está a investir. Neste momento, os 300 mil euros de adiantamento já reverteram diretamente para a própria comunidade. Existe a ideia de que, dois anos depois, não existe nada. Existe. Há trabalho edificado? Não. Mas o edificado não existe porque a Câmara, num primeiro momento, demorou demasiado tempo. E porque é que demorou demasiado tempo? Porque o presidente da Câmara, que era eu, não manda nos serviços”, referiu.

Miguel Alves recordou que o projeto em causa não tinha de ser submetido à Assembleia Municipal, algo que aconteceu por sua iniciativa, e sublinhou que nessa sessão estiveram presentes o empresário, bem como o professor na Faculdade de Direito de Coimbra e membro do Conselho de Magistratura, Licínio Lopes, que assinou um parecer sobre o processo, e Marcelo Delgado, atualmente presidente da Associação dos Técnicos das Autarquias Locais.

Questionado sobre se voltaria a tomar as mesmas decisões, o secretário de Estado-Adjunto do primeiro-ministro disse que “se pudesse voltar atrás” teria aprovado o pedido de informação prévia “mais cedo e a obra, porventura, estava a ser construída”, mas não o fez porque “não quis influenciar os serviços da Câmara”.

Miguel Alves considerou, ainda, que “este caso existe” porque é secretário de Estado de António Costa, porque “há um certo preconceito relativamente a quem está em funções fora daquela corte natural” e também porque e existe “um certo preconceito com Caminha”. “Como se Caminha não merecesse um centro de exposições transfronteiriço, como se Caminha não tivesse o prestígio suficiente para ter um centro de ciência e tecnologia”, referiu.

Na quarta-feira, o atual presidente da Câmara de Caminha, Rui Lages, revelou que o promotor está disponível a pagar uma caução ou fazer uma hipoteca para concluir o projeto, noutro local. Já a 31 de outubro, em declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro afirmou manter a confiança política em Miguel Alves.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

COP27 precisa de “pacto histórico” entre os países mais ricos e mais pobres

Os países ricos têm de assinar “um pacto histórico” do clima com os países mais pobres, ou “estaremos condenados”, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

A 27ª Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas de 2022 (COP 27) começa, este domingo, em Sharm el-Sheikh, no Egito. O desafio é grande. Para já, as ações em curso não permitem cumprir com as metas acordadas em Paris, de conter o aquecimento global abaixo dos 2 graus centígrados (°C), e preferencialmente não exceder o limiar dos 1,5°C, indica o recentemente publicado “Emissions Gap Report 2022” do Programa das Nações Unidas para o Ambiente. Ao passo atual, o mundo caminha para uma subida da temperatura média de 2,8°C.

Neste cenário, os grandes temas para a COP27, tal como descritos pelo país anfitrião, são a mitigação, adaptação, o financiamento e a colaboração para colmatar a crise climática. Em todas as frentes, está em causa a aliança entre países mais ricos e os mais pobres, que será essencial para alcançar os objetivos globais. Os países ricos têm de assinar “um pacto histórico” do clima com os países mais pobres, ou “estaremos condenados”, afirmou o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

Na última cimeira, em Glasgow, o texto final notava “com preocupação” que o financiamento climático para medidas de adaptação “continua a ser insuficiente” e incitava os países desenvolvidos a duplicar o financiamento até 2025.

Em 2009, os países mais ricos, e que beneficiam financeiramente do investimento nos combustíveis fósseis que contribuíram para a crise climática, comprometeram-se a alocar 100 mil milhões de dólares para ajudar os países mais vulneráveis a adaptar e mitigar os riscos das alterações climáticas, e a investir na transição energética e na redução de emissões de dióxido de carbono (CO2). Mas esse valor nunca foi atingido. “Ainda não chegámos lá“, referiu o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres.

A associação ambientalista Zero, num comunicado enviado às redações, considera o valor como “inadequado, injusto e problemático”. “Os países desenvolvidos têm de compensar a falta de entrega dos 100 mil milhões a tempo”, garantindo um montante global coletivo de, pelo menos, 600 mil milhões de dólares para o período 2020-2025, com 50% desse valor a ser alocado à adaptação”, apelam.

A realidade está muito longe daquilo que se estima ser necessário. No Adaptation Gap Report 2022, o relatório do Programa das Nações Unidas para o Ambiente (PNUA), lançado a 1 de novembro, os custos anuais de adaptação para os países em desenvolvimento são estimados entre os 160 mil milhões de dólares e os 340 mil milhões de euros, até 2030. Estas verbas têm tendência a aumentar até 2050 e, só se os objetivos de Paris forem concretizados, é que poderão entrar numa trajetória descendente. No mesmo documento, relata-se que os países em desenvolvimento receberam 29 mil milhões de dólares em 2020, 4% acima dos níveis de 2019.

Além do financiamento climático, será importante concretizar o fundo Perdas e Danos (Loss and Damage), destinado a cobrir mais diretamente os prejuízos imediatos de catástrofes agravadas pelas alterações climáticas, como ciclones, cheias, ondas de calor ou vagas de frio, as quais implicam necessidades de reconstrução de habitações, infraestruturas, fornecimento de abrigo ou alimentos para as vítimas.

Penso que a COP 27 vai ser bastante dominada pela questão das Perdas e Danos, que visa proteger os países mais vulneráveis das consequências das alterações climáticas“, explica Filipe Duarte Santos, presidente do Conselho Nacional do Ambiente e do Desenvolvimento Sustentável (CNADS) ao ECO/Capital Verde, referindo a título de exemplo os países mais dependentes da agricultura — cujo nível de produção “diminui em situação de cheias ou de seca” –, ou os insulares, no Índico e no Pacífico, estão perante “um problema existencial”: “com a subida do nível do mar torna-se impossível viver naquelas ilhas que estão assentes em recifes de corais que são muito baixos e, portanto, facilmente inundáveis”, explica o responsável e investigador na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.

“Não restam dúvidas de que estamos na era das Perdas e Danos causadas pelas alterações climáticas, e esta COP será decisiva em termos de estabelecer um Mecanismo de Financiamento para Perdas e Danos que seja robusto, justo e adaptado às necessidades das populações mais afetadas” considera a Zero.

Na mesma nota, a associação ambientalista defende ser “crucial que se aplique o princípio do poluidor-pagador e se efetive a justiça climática”, sobretudo quando as últimas notícias dão conta de que, pelo menos, “seis empresas de combustíveis fósseis ganharam o suficiente para cobrir os custos dos maiores eventos climáticos e meteorológicos extremos nos países em desenvolvimento”. “O financiamento está lá, mas os maiores responsáveis pela crise ainda não pagaram”, sublinham.

O ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, vai representar Portugal na COP 27. Em entrevista à Lusa, o ministro reconhece que esta conferência é intercalar, no sentido de prolongar o diálogo estabelecido na COP 26, mas considera que isso não lhe retira importância. Quanto a compromissos da parte de Portugal e da União Europeia, Cordeiro aponta para a reafirmação daqueles já existentes, rejeitando quaisquer recuos. No sentido de avançar na concretização, o Governo está a estudar a possibilidade de reforçar os 4 milhões de euros por ano que tem reservados para responder aos desafios de mitigação e adaptação. “Não fazer nada é caminhar para a catástrofe ambiental”, sublinhou o ministro.

A Comissão Europeia terá também uma presença alargada no evento, com a presidente Ursula von der Leyen e vários comissários a participar no evento. A expectativa do bloco europeu é que a conferência sirva para que os líderes mundiais “demonstrem o compromisso” na causa climática. Será também o espaço para “convencer os maiores emissores do mundo a agirem urgentemente e mais rapidamente no corte das emissões poluentes”, lê-se num comunicado publicado pela entidade. Numa das linhas de ação, o apoio aos países em desenvolvimento, a UE espera que outros países aumentem a contribuição – a UE já entrega a mais larga contribuição, de 23 mil milhões de euros em 2020 e 2021.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Jerónimo de Sousa deixa liderança do PCP. Paulo Raimundo vai ser o próximo secretário-geral

  • ECO
  • 5 Novembro 2022

Paulo Raimundo vai suceder a Jerónimo de Sousa no cargo de secretário-geral do PCP. Comité Central do PCP reúne no dia 12 de novembro.

Jerónimo de Sousa vai deixar a liderança do PCP, fechando assim um ciclo de 18 anos como secretário-geral do partido. O histórico dirigente vai ser substituído por Paulo Raimundo, que está há mais de 20 anos nos órgãos dirigentes do partido. Jerónimo de Sousa deixará a liderança do PCP depois de uma derrota eleitoral nas legislativas que levou o partido, em coligação com Os Verdes, de 12 para 6 deputados e a saída de deputados de referência como João Oliveira.

Jerónimo de Sousa, secretário-geral do PCP, no prosseguimento de uma avaliação própria, refletindo sobre a sua situação de saúde e as exigências correspondentes às responsabilidades que assume, colocou a questão da sua substituição nas funções que desempenha, mantendo-se como membro do Comité Central do PCP”, justifica o partido comunista, em comunicado.

O novo secretário-geral será eleito no dia 12 de novembro. “No seguimento da questão colocada, que se compreende face à situação concreta, e concluída a devida auscultação, o Comité Central do PCP terá uma reunião no próximo sábado, 12 de novembro, após o primeiro dia dos trabalhos da Conferência Nacional ‘Tomar a iniciativa, reforçar o Partido, responder às novas exigências’, em que será feita a proposta da eleição de Paulo Raimundo para Secretário-Geral do PCP“, acrescenta o comunicado.

Jerónimo de Sousa sai num momento particularmente difícil para o PCP. O apoio implícito à Rússia na guerra promovida contra a Ucrânia deixou o partido isolado. E os resultados eleitorais foram de degradação crescente. Na noite eleitoral das eleições legislativas de janeiro deste ano, depois de uma derrota política pesada, Jerónimo de Sousa admitiu o momento difícil do partido. “Quanto a resultados bons ou maus, é claro que é uma perda. Não estamos propriamente felizes, embora estejamos conscientes da dureza com que travámos esta batalha”. Agora, será Paulo Raimundo o líder do partido nos próximos atos eleitorais.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

SINTAC e ANA chegam a acordo para aumentos salariais entre 2% e 7,5%

  • Lusa
  • 5 Novembro 2022

Trabalhadores “terão um aumento mais que merecido, já no presente mês de novembro e outra parte desse aumento no mês de janeiro”, diz SINTAC.

O Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Aviação Civil (SINTAC) anunciou este sábado que chegou a acordo com a ANA Aeroportos para aumentos salariais entre 2% e 7,5%, uma parte já em novembro e o restante em janeiro.

“Informamos que foi alcançado um acordo entre o SINTAC e a ANA para os aumentos salariais, além dos 1,5% já realizado em 2022”, disse o sindicato, em comunicado enviado à comunicação social, onde adianta que “o referido aumento será compreendido entre 2% e 7,5%”.

O SINTAC explicou que os trabalhadores da gestora de aeroportos do grupo Vinci “terão um aumento mais que merecido, já no presente mês de novembro e outra parte desse aumento no mês de janeiro”.

Ainda assim, o sindicato considerou que não é um acordo “excelente”, mas reconheceu a “abertura e boa vontade” da empresa, que tornaram o acordo possível.

Além dos aumentos, para fazer face ao aumento do custo de vida devido à escalada da inflação, o sindicato detalhou que “será também pago um prémio no mês de março a todos os trabalhadores”.

“Face à imprevisibilidade do cenário macroeconómico para o ano de 2023, estaremos atentos à eventual necessidade de voltar a negociar alguma reposição do poder de compra, no decorrer do próximo ano”, rematou o SINTAC.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

EUA reconhecem vantagem de porto de Sines para receber energia norte-americana

  • Lusa
  • 5 Novembro 2022

Randi Charno Levine lembrou que os transportes de GNL dos EUA para Portugal aumentaram 13% este ano.

A embaixadora norte-americana em Portugal, Randi Charno Levine, reconheceu hoje que o porto de Sines é um lugar privilegiado para acolher Gás Natural Liquefeito (GNL) oriundo dos Estados Unidos.

Recordando que o porto de Sines é “o terminal europeu mais próximo dos Estados Unidos”, a embaixadora admite assim que este é um ponto privilegiado de entrada para a Europa da energia norte-americana que atravessa o Atlântico. Em declarações à Lusa, Randi Charno Levine lembrou que os transportes de GNL dos EUA para Portugal aumentaram 13% este ano, revelando o potencial de crescimento de parcerias energéticas entre os dois países.

“No futuro, esperamos que os combustíveis ‘verdes’ como o hidrogénio desempenhem um papel cada vez maior no abastecimento energético mundial, e isso vale também para Portugal, especialmente quando o Corredor de Energia Verde se tornar uma realidade”, explicou a embaixadora norte-americana em Lisboa.

Em declarações à Lusa – nas vésperas das eleições intercalares nos Estados Unidos, marcadas para dia 08 de novembro – a embaixadora mostrou-se confiante nos benefícios para a Europa de uma estratégia energética que valorize o papel de Portugal como plataforma de distribuição, numa visão apoiada pelo seu Governo.

A embaixadora norte-americana em Lisboa recordou que Portugal apoia as iniciativas de reforço das cadeias de abastecimento de matérias-primas essenciais para as tecnologias de energia limpa, incluindo turbinas eólicas ou veículos elétricos, em consonância com a visão do Governo do Presidente Joe Biden.

De resto, nos comícios eleitorais em que tem participado, apoiando candidatos democratas ao Congresso, Biden tem colocado a agenda energética como uma das bandeiras do seu partido, demarcando-se do Partido Republicano, a quem aponta críticas pela falta de uma estratégia ambiciosa no campo ambiental.

Por isso, Randi Charno Levine diz que o seu Governo “apoia fortemente os esforços de Portugal para usar os seus recursos minerais críticos, como o lítio, para construir uma cadeia de abastecimento de alto valor”, no sentido de melhorar a transição para as energias renováveis. “Seja qual for o futuro, estamos certos de que os Estados Unidos continuarão a ser um parceiro firme e fiável de Portugal na segurança energética”, concluiu a embaixadora.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

BE quer que “travão” ao aumento das rendas se aplique também a novos contratos

  • Lusa
  • 5 Novembro 2022

"Há senhorios que preferem acabar com contratos e fazerem um novo pelo preço que quiserem, o que significa que as rendas continuam a aumentar”, defende Catarina Martins.

A coordenadora do Bloco de Esquerda (BE) disse hoje que vai propor que o limite de aumento das rendas se aplique não só aos contratos em vigor, mas também aos novos contratos porque as rendas “não podem” subir mais.

“O BE, das várias propostas que terá sobre inflação e habitação neste Orçamento do Estado, vai propor que o limite de aumento de rendas se aplique não só a contratos em vigor, mas também a novos contratos”, afirmou Catarina Martins durante uma visita ao renovado e recém-inaugurado Mercado do Bolhão, no Porto.

Enquanto percorria as bancas, onde ia ouvindo queixas dos vendedores sobre o aumento dos preços dos bens alimentares e da energia, a bloquista referiu que as rendas não podem subir e que a habitação não pode ser um luxo em Portugal. “Já está [habitação] com um preço exorbitante”, considerou.

Catarina Martins salientou que a medida que o Governo de António Costa anunciou no seu pacote anti-inflação relacionada com o `travão´ às rendas, que em 2023 terão um aumento limitado a 2%, “não foi bem feita” e está agora a ter “resultados perversos”.

“O Governo estabeleceu que nos contratos de arrendamento as rendas não poderiam subir mais de 2%, mas não estabeleceu nada sobre novos contratos, o que quer dizer que os contratos de habitação hoje são muito curtos e há senhorios que preferem acabar com contratos e fazerem um novo pelo preço que quiserem, o que significa que as rendas continuam a aumentar”, afirmou.

Portanto, segundo a coordenadora do BE, é preciso “corrigir o erro” do Governo neste Orçamento do Estado estabelecendo que o limite ao aumento das rendas tem de ser tanto nos contratos em vigor, como em novos contratos. Porque, se assim não for, o teto criado de 2% “não serve para nada” porque basta a um senhorio acabar com um contrato e fazer um novo, sustentou.

A lei que estabelece um limite de 2% para a atualização de rendas para 2023 e cria um apoio extraordinário ao arrendamento, no âmbito das medidas de mitigação do impacto da subida dos preços, foi publicada em Diário da República a 21 de outubro.

Nos termos da lei n.º 19/2022, “durante o ano civil de 2023 não se aplica o coeficiente de atualização anual de renda dos diversos tipos de arrendamento previsto no artigo 24.º da lei n.º 6/2006, de 27 de fevereiro”, sendo o coeficiente a vigorar nos diversos tipos de arrendamento urbano e rural abrangidos de 1,02, “sem prejuízo de estipulação diferente entre as partes”.

Ainda assim, o coeficiente de atualização das rendas definido para 2023 (1,02) é o mais alto dos últimos nove anos. Em 2022, foi aplicado um coeficiente de 1,0043 e em 2021 de 0,9997.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Lisboa será o “maior hub de talento” da Emma dos colchões

Empresa alemã quer recrutar cerca de 200 pessoas em dois anos para o centro de desenvolvimento em solo português, a partir do qual é feita a gestão de mercados como Itália, França ou Brasil.

Dennis Schmoltzi, CEO da EmmaHugo Amaral/ECO

Lisboa vai tornar-se o nosso maior hub de talento da Emma. Maior do que o de Frankfurt, onde a empresa alemã de colchões inteligentes começou. Em dois anos, a companhia quer recrutar 200 pessoas, elevando para 450 o número de trabalhadores no escritório de Lisboa. A Emma estima fechar este ano com receitas superiores a 800 milhões de euros.

“Lisboa vai tornar-se o nosso maior hub de talento, maior do que Frankfurt, onde começámos. Porquê? Porque temos muito bom talento aqui, e a nossa companhia é sobre isso mesmo. É sobre talento que cria excelência em todas as áreas”, diz Dennis Schmoltzi, CEO da Emma. “Temos 250 pessoas a trabalhar aqui em Lisboa. Mas queremos crescer, com a contratação de, pelo menos, outras 200 pessoas nos próximos dois anos”, reforça o fundador da companhia, numa conversa com o ECO/Pessoas durante a Web Summit.

Atualmente localizada na zona do Saldanha, no cowork da Idea Spaces, a Emma foi obrigada a procurar novas instalações na capital portuguesa. “Ultrapassámos o nosso espaço. Por isso, estamos a olhar para um novo edifício, maior, para arrendar, para o qual nos possamos mudar no início do próximo ano. A mudança deverá ocorrer em fevereiro de 2023. Está atualmente em preparação, para garantir que as pessoas têm o melhor espaço e a melhor experiência, que é um dos pré-requisitos”, refere Dennis Schmoltzi.

Lisboa vai tornar-se o nosso maior hub de talento, maior do que Frankfurt, onde começámos. Porquê? Porque temos muito bom talento aqui.

Com 250 colaboradores, a partir de Lisboa a Emma assegura a gestão de diversos mercados. “Estamos realmente a gerir muitos dos nossos países a partir de Lisboa. O mercado italiano é gerido a partir daqui, o francês, o português, certamente, mas até o brasileiro tem funcionado a partir de Lisboa. Estamos a construir este escritório para fazer crescer a Emma internacionalmente. E isso requer também que estejamos a contratar na área. Por isso, para nós, será realmente o maior centro de talentos na Emma nos próximos dois anos”, explica o CEO.

Nos planos está, em dois anos, contratar cerca de duas centenas de pessoas. Mas face à atual escassez de talento, a aposta passa apenas pelo recrutamento do talento local? “Estamos a explorar este mercado de talentos local, mas também estamos também a atrair pessoas internacionais, porque para gerir países como a Itália temos também pessoas italianas a gerir o mercado italiano, mas a partir de Lisboa”, comenta o responsável.

Estamos realmente a gerir muitos dos nossos países a partir de Lisboa. O mercado italiano, o francês, o português, certamente, mas até o brasileiro tem funcionado a partir de Lisboa. Estamos a construir este escritório para fazer crescer a Emma internacionalmente. E isso requer também que estejamos a contratar.

Ao contratar pessoal localizado no mercado externo, Dennis Schmoltzi também se deparou com alguma burocracia. “Estamos a enfrentar alguns problemas ao nível da burocracia em todas as áreas onde temos escritórios. Por exemplo, o número de Segurança Social, que é necessário ter, por vezes leva algum tempo aqui em Portugal. Tem sido, por vezes, um pequeno obstáculo“, comenta.

Espero que isto [a criação de novos vistos] torne todo o processo mais rápido. Essas barreiras seriam ainda mais reduzidas”, diz o responsável, quando questionado sobre as suas expectativas para os novos vistos de trabalho anunciados pelo Governo.

“Penso que temos a nossa forma de gerir [os atrasos[. Temos também a nossa forma de apoiar as pessoas que contratamos e que tentamos atrair, mesmo que isso leve algum tempo — e demorar cerca de dois meses para as trazer até Lisboa. Temos o tipo de programas e o apoio que é necessário. Mas penso que todas as empresas ficariam felizes se houvesse menos burocracia. Todas as coisas seriam ainda mais rápidas”, diz.

Perfis procurados

E os perfis procurados são abrangentes. “Talvez as empresas, quando vêm para Lisboa, preferiram concentrar-se nas áreas operacionais. Nós contratamos realmente em todas as áreas, desde o marketing ao business development até à tecnologia, mas também em operações, suply chain management. Não se trata de uma área específica. É realmente uma equipa totalmente integrada que aqui temos tido a gerir todos os mercados, a gerir a supply chain, o desenvolvimento tecnológico…”, enumera Dennis Schmoltzi.

Dennis Schmoltzi, CEO da EmmaHugo Amaral/ECO

“Somos o melhor lugar, por exemplo, para crescer como um talento empreendedor. As pessoas juntam-se à Emma porque crescem rapidamente. A idade média dos colaboradores é de cerca de 28 anos. Portanto, é uma empresa muito jovem, mas, ao mesmo tempo, as pessoas crescem extremamente depressa. Contratamos muitos jovens, pessoas talentosas, damos-lhes responsabilidade e fazemo-los crescer pessoal e profissionalmente. E isso é o que atrai as pessoas”, defende o fundador da empresa.

Mas não só. As pessoas, considera ainda, sentem-se atraídas pelo “impacto” que têm. “Têm responsabilidade desde o primeiro dia, e decidem coisas que têm um custo e requerem um budget. Não temos budgets na companhia. Pedimos a todos que tomem uma decisão e decidam o que faz melhor sentido”, esclarece.

“Estar no escritório e estar presente é importante”

Um desenvolvimento pessoal do colaborador que o fundador da Emma acredita que é potenciado no escritório. “Acreditamos que toda esta parte do desenvolvimento do talento é melhor se estiverem juntos num escritório e conhecerem outras pessoas, porque aprendem muito observando os outros, participando naquelas discussões informais em que, por vezes, apenas passam por uma secretária e discutem formas, cultura… Isso ajuda-os a crescer, cria um espírito muito empreendedor, em oposição a estar sozinho em casa”, argumenta.

Somos uma empresa que acredita que estar no escritório e estar presente é importante. (…) Somos, de certa forma, anti-modelo.

“Somos uma empresa que acredita que estar no escritório e estar presente é importante”, reforça, defendendo um modelo que não tem sido o mais adotado entre as tecnológicas, em que o modelo remoto ou o híbrido é dominante.

“Somos, de certa forma, anti-modelo. Também vemos que na tecnologia é preciso contratar à distância. E temos talento técnico que é remoto, porque os especialistas de que precisamos por vezes, não conseguimos encontrar em Lisboa e, infelizmente, é difícil atraí-los e fazer com que se mudem para Lisboa. Mas esse é o outro elemento”, diz.

“Lisboa é um centro para a tecnologia, ou seja, onde estamos a atrair jovens talentosos na tecnologia, e a fazê-los crescer. Podemos tentar contratar programadores seniores, mas penso que também é importante construirmos uma equipa forte e fazer crescer as pessoas, porque também é nisso que somos bons”, argumenta.

Melhor trimestre de sempre

Abrir um escritório em Bucareste até ao final deste ano está entre os planos da companhia. “Lisboa tornar-se-á o maior centro de talentos da Europa. Também vamos manter Frankfurt, onde temos o desenvolvimento de produtos, onde os colchões físicos e as camas estão a ser desenvolvidos. Em Bucareste vamos explorar essa pool de talentos para determinadas áreas financeiras, mas também pessoas em todas as áreas”, descreve.

Na região Ásia Pacífico, o maior polo de atração está em Manila, nas Filipinas. Para a América Latina e América do Norte é a Cidade do México. “É assim que estamos atualmente estruturados e é também isso que estamos a manter”, sublinha o gestor.

Entre julho e setembro, a Emma registou receitas de 211 milhões de euros, elevando para 595 milhões no acumulado do ano, uma subida de 36% em relação ao ano passado.

E apesar dos ventos económicos menos favoráveis, a empresa não pensa alterar os planos. “Não precisamos disto porque estamos a crescer tão fortemente. Há atualmente muitos ventos contrários na economia. E mesmo na nossa indústria, vemos muitos outros players a lutarem intensamente. Temos trabalhado arduamente para oferecer os produtos certos a um ótimo preço em todo o mundo. Estamos agora em 30 países. O terceiro trimestre foi o melhor de sempre na história da empresa”, diz.

Entre julho e setembro, a empresa registou receitas de 211 milhões de euros, elevando para 595 milhões no acumulado do ano, uma subida de 36% em relação ao ano passado. “Esperamos mais de 800 milhões este ano de receitas. Para que isto aconteça, estamos sempre à procura de talento. Temos 150 posições abertas em todo o mundo e muitas delas são em Lisboa”, diz.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Marcelo avisa ministra da Coesão. “Não lhe perdoo” se falhar execução dos fundos

O Presidente alerta que as verbas do PRR "estão disponíveis num período de tempo que torna urgente utilização de fundos".

O Presidente da República voltou a avisar para a necessidade de acelerar a execução dos fundos europeus, nomeadamente do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), desta vez com um alerta direcionado à ministra da Coesão Territorial. Na inauguração do novo edifício da Câmara Municipal da Trofa, Marcelo assinalou um dia “super feliz“, mas aproveitou para uma declaração surpreendentemente dura sobre um dia “super infeliz”: “Para si [Ana Abrunhosa], é o dia em que eu descubra que a taxa de execução dos fundos não é a que deveria ser e nesse caso não lhe perdoo”.

Marcelo Rebelo de Sousa foi à Trofa com mensagens diretas para Ana Abrunhosa, a ministra ‘apanhada’ num caso em que uma empresa do marido beneficiou de fundos comunitários. A ministra chegou a emocionar-se numa audição parlamentar a falar do caso que quase a atirava para fora do Governo. Marcelo tinha alguma coisa para lhe dizer, e disse-o em público. “E como não tenho tido oportunidade de o dizer digo-lhe hoje. Quando aceitamos funções políticas sabemos que é para o bom e para o mal. Não somos obrigados a aceitar. Sabemos que são difíceis, são árduas, que estão sujeitas a um controlo e a um escrutínio crescente – a democracia é isso – e há dias bons e dias maus, dias felizes e dias infelizes. A proporção é dois dias felizes por 10 dias infelizes”, referiu.

Foi este o gancho que Marcelo usou para falar sobre a execução dos fundos comunitários. “Este é um dia super feliz, mas há dias super infelizes. E verdadeiramente super infeliz para si será o dia em que eu descubra que a taxa de execução dos fundos europeus não é aquela que eu acho que deve ser. Nesse caso não lhe perdoo“. afirmou. E acrescentou. “Espero que esse dia não chegue, mas estarei atento para o caso de chegar”, referiu a uma plateia onde estava também o líder do PSD, Luís Montenegro.

Já antes, Marcelo Rebelo de Sousa decidiu trazer a execução dos fundos comunitários para a discussão pública. Apesar de ser um “fator favorável” a “disponibilidade de fundos pensados para compensar parcialmente a pandemia”, estes “estão disponíveis num período de tempo que torna urgente utilização de fundos”, salientou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações nos 50 anos do grupo Solverde, transmitidas pelas televisões.

Assim, alertou Marcelo, “é imperdoável se o tempo passar e isso não acontecer e não houver utilização em tempo” dos fundos que Portugal tem acesso na chamada “bazuca europeia”.

Afirmou mesmo que seria “imperdoável” se não existir utilização em tempo útil das verbas comunitárias que o país pode ter acesso.

A ministra da Coesão, Ana Abrunhosa, é a responsável pela execução dos Programas Operacionais Regionais, mas quem tem a tutela política do PRR e dos fundos comunitários é a ministra Mariana Vieira da Silva, que escapou às palavras de Marcelo Rebelo de Sousa.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

As caras da Web Summit 2022

Retratos de oito participantes na Web Summit. Para cada um deles, a mesma pergunta: o que os trouxe a Lisboa?

Lisboa foi, nos últimos dias, uma espécie de capital do mundo. Mais de 70 mil pessoas estiveram presentes na edição 2022 da Web Summit, tornando a Altice Arena e os pavilhões da FIL numa autêntica comunidade multinacional e multicultural vinda dos mais diversos pontos do planeta.

Uma mexicana e um coreano que vivem em Portugal, um indiano que viveu na Austrália e agora trabalha em Londres ou uma portuguesa exótica a trabalhar em Paris. Pelo meio, um sentimento comum: a Web Summit é incrível. O ECO conheceu alguns dos participantes do evento e “tirou-lhes” o retrato.

Marisol Vásquez

Marisol é mexicana mas vive em Lisboa há um ano e meio. Veio para Portugal em trabalho remoto porque “o clima é ótimo e o país é fantástico”. Marisol é product manager de uma empresa de tecnologia e veio à Web Summit para conhecer outras pessoas. “É a primeira vez que venho e estou a adorar!”, conta ao ECO.Hugo Amaral/ECO

Madhuri Thakur

Madhuri é indiana, tem 33 anos e já tinha estado na Web Summit em 2019. Trabalha numa empresa de desenvolvimento de aplicações mobile que vem em busca de novos clientes para os ajudar a implementar as suas ideias. E estás a gostar da Web Summit? “Sim, está muita gente este ano!” afirma, entre sorrisos.Hugo Amaral/ECO

Rodrigo Olmedo

“Sou de Curitiba, mas moro na Holanda, em Haia”, conta Rodrigo Olmedo. O brasileiro de 26 anos trouxe duas delegações com 20 empresas a Portugal para conhecer a cimeira. O trabalho de Rodrigo é servir de intermediário na ligação com o mercado português na busca de clientes, parceiros e investidores. “Esse lugar aqui é muito bom! É uma pequena parcela de melhores inovações do mundo inteiro. É incrível”, afirma.Hugo Amaral/ECO

Cátia Mota da Cruz

Cátia, de 41 anos, é diretora de arte freelancer. Trabalha em vídeo e fotografia nas áreas da moda e música, principalmente. Nascida em Portugal, está neste momento a viver em Paris e veio à Web Summit com a irmã para “sentir a vibe” do evento e fazer networking dentro da sua área.Hugo Amaral/ECO

Vish Kaduthodil

O nome não engana. Indiano? “Sim! Nasci na Índia, vivi na Austrália e agora trabalho em Londres”, responde sorridente. Vish trabalha na British Telecom, numa espécie de unidade de incubadoras de startups, e esteve na Web Summit à procura de empresas para integrar o projeto. Que idade tens? “Tenho…23…não, desculpa, tenho 32, mas vivo com se tivesse 23!”, conta, depois de soltar uma gargalhada.Hugo Amaral/ECO

Seo Jaedeok

Seo tem 24 anos e veio pela primeira vez à Web Summit. Mas não veio de longe. Apesar de ser coreano, Seo está a estudar português em Lisboa há três meses e está na cimeira através duma empresa estatal coreana que trouxe 12 startups a Portugal. A experiência parece tê-lo impressionado. “Nunca pensei que fosse assim tão grande. Isto é gigante!”Hugo Amaral/ECO

Toni Finnimore

Toni vem de Brighton, no Reino Unido. A inglesa de 37 anos veio a Lisboa promover o seu negócio, uma plataforma de subscrição de uma comunidade de eventos de voluntariado. “Basicamente, ligamos as pessoas (voluntários) a organizações de caridade que precisam de ajuda”, explica.Hugo Amaral/ECO

Stephan Beutler

Stephan, 36 anos, veio de Berlim e esteve pela primeira vez na Web Summit. Trabalha numa think tank da Audi centrada no desenvolvimento de serviços digitais no contexto de mobilidade. “A Web Summit é o local perfeito para estar e procurar empresas que trabalhem o conceito de mobilidade e estamos à procura de empresas que queiram candidatar-se ao nosso programa de aceleração de startups“, explica o alemão, que se confessou “maravilhado” com toda a gente que encontrou e toda a informação que recolheu. “Vou precisar de alguns dias para digerir tudo isto.”Hugo Amaral/ECO

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Elon Musk diz que Twitter perde quatro milhões de dólares por dia

  • Lusa
  • 5 Novembro 2022

O novo líder do Twitter justifica os despedimentos de pessoal com uma queda drástica nas receitas, nomeadamente devido à saída de vários anunciantes por causa de "grupos ativistas".

A rede social Twitter perde quatro milhões de dólares (cerca de quatro milhões de euros) por dia, o que justifica o despedimento de pessoal, disse o novo proprietário, o bilionário Elon Musk.

Sem especificar o número total de despedimentos, Musk justificou a decisão, numa mensagem publicada naquela rede: “não há escolha quando a empresa está a perder cerca de quatro milhões por dia”. De acordo com a imprensa norte-americana, mais de 3.700 trabalhadores vão ser despedidos, o que representa mais de metade da força de trabalho global da empresa.

Na sexta-feira, Musk já tinha indicado que o Twitter tinha registado uma queda drástica nas receitas, devido à saída de vários anunciantes por causa de “grupos ativistas” que alegadamente pressionavam as empresas a fazer publicidade.

Quanto aos empregados despedidos, Musk disse que a todos foi oferecida uma compensação equivalente a três meses de salário, ou “50% mais do que legalmente exigido”. No entanto, alguns trabalhadores já denunciaram a empresa por despedimento abusivo, uma vez que não receberam um pré-aviso de 60 dias, exigido pela lei laboral em vigor em São Francisco, onde o Twitter tem a sede.

Sobre a política de moderação de conteúdo, Musk disse “permanecer absolutamente inalterada”, acrescentando: “ao contrário do que se pode ler na imprensa, vimos em certos momentos da semana que o discurso do ódio caiu abaixo dos nossos padrões anteriores”.

O empresário tem defendido uma visão absolutista da liberdade de expressão, a qual, na opinião de críticos, pode levar ao ressurgimento de abusos, como assédio, discurso de ódio, ou desinformação.

Vários grupos já decidiram suspender publicidade no Twitter, como a gigante norte-americana agroalimentar General Mills, a fabricante automóvel norte-americana General Motors e a concorrente alemã Volkswagen.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.