Seca provocou quebra na produção de pinhões. Miolo pode chegar aos 110€/kg

  • Mariana Marques Tiago
  • 24 Dezembro 2022

Produtores anteveem estabilização do preço do miolo de pinhão, apesar da quebra na produção e no abastecimento do mercado. Nos próximos anos esperam um recuo na valorização do "caviar da floresta".

O miolo de pinhão do pinheiro-manso (ou PinusPinea) já é presença habitual na mesa dos portugueses na época natalícia. Este ano antevê-se uma estabilização do preço face a 2021, mas uma quebra na produção e no abastecimento do mercado (por oposição à realidade espanhola). Nos próximos anos, os produtores esperam uma inversão da tendência e uma queda dos preços.

Nos últimos dois anos têm-se registado preços cada vez mais elevados na venda do miolo de pinhão, por vezes apelidado de “caviar da floresta”. Mas este ano o paradigma pode mudar, já que se prevê uma “estabilização do preço”, adianta ao ECO a Associação Florestal de Portugal (Forestis).

À data de 12 de dezembro, os valores do produto oscilavam “entre 85€/kg e 110€/kg nas grandes superfícies comerciais”, adiantou a União da Floresta Mediterrânica (UNAC), sendo que no último ano os valores rondavam os 50 e os 140 euros ao quilo. Já em 2020, a média do preço do miolo de pinhão rondava os 60 euros.

“O aumento que temos estado a observar no preço do miolo de pinhão nos últimos três anos deve-se à quebra na oferta”, tendência que se verificará novamente este ano. Segundo Conceição Santos Silva, secretária-geral da associação, “o principal fator para a fraca produção deste ano é mesmo o fator climático”.

Em consequência, antecipam-se “dificuldades no abastecimento do mercado interno e externo”, completa a Associação de Produtores Florestais (APAS Floresta).

Seca prejudicou reprodução das pinhas

Antes que as pinhas desta espécie de pinheiros sejam colhidas, desenvolvem-se na árvore durante três anos. E é no segundo ano que o clima tem um verdadeiro impacto. “Verões muito secos, como aqueles que temos tido nos últimos anos, levam a uma elevada mortalidade da pinha no segundo ano porque não tem água”, relata Conceição Santos Silva.

A falta do recurso natural influencia também o tamanho da pinha e, consequentemente, o número de pinhões que contém. Em média, “um quilo de pinhas dá apenas entre 15 e 45 gramas de pinhões”, contabiliza o projeto My Planet, criado pela The Navigator Company.

O projeto My Planet, criado pela The Navigator Company, contabiliza que, em média, um quilo de pinhas dá apenas entre 15 e 45 gramas de pinhões.

Tanto a UNAC como a APAS Floresta destacam ainda as pragas como fator que tem prejudicado os níveis de produção nacional. Não que se tenham registado mais do que nos outros anos, ressalva Conceição Santos Silva, mas porque, “como a produção é menor e o número de insetos é o mesmo”, concentram-se “todos nas mesmas pinhas”.

Dados avançados pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) revelam que até ao momento os produtores portugueses declararam a colheita de 21.887 toneladas de pinha. Apesar de os dados serem provisórios, o valor apresentado ainda se encontra abaixo do registado na campanha do último ano (2020/2021), no qual se colheram 33.690 toneladas. No entanto, o instituto português não consegue confirmar a antevisão de dificuldades no abastecimento de pinha.

Segundo a secretária-geral da UNAC, o país vizinho irá ter valores de produção superiores aos portugueses. Isto porque as zonas onde existe pinhal manso (6% da área florestada do país) apresentam características distintas das zonas espanholas. No entanto, “o país está a apostar nas zonas de exploração corretas”, tranquiliza Conceição Santos Silva, que alerta para a existência de ciclos de safra e contrassafra.

“Quando uma árvore tem produções elevadas num ano, nos seguintes terá uma produção muito menor, por uma questão de gestão de recursos”. Anos depois, a tendência altera-se e a produção volta a aumentar.

Preço do pinhão deverá cair nos próximos anos

Nos próximos anos, os níveis de produção da pinha e do miolo de pinhão deverão aumentar, confia a secretária-geral da UNAC. A esperança reside na melhoria dos níveis de precipitação e na regeneração da capacidade de produção dos pinheiros. “Quando isso acontecer [aumentar a produção], vai haver uma diminuição do preço, evidentemente”, prevê.

Quando isso acontecer [aumentar a produção], vai haver uma diminuição do preço, evidentemente.

Conceição Santos Silva

Secretária-geral da UNAC

Mas Conceição Santos Silva realça ao ECO que é necessário investir nos projetos de investigação e apostar em espécies semelhantes, mas “que sejam mais resistentes às alterações climáticas”. Isto porque “esses indivíduos vão assegurar a produção [de pinhão] no futuro”.

Assegurar a produção passa também por continuar a investir em estratégias como os enxertos. Esta evolução tecnológica teve início em 2001, mas a principal expansão foi a partir de 2010. O resultado foi “antecipar o início da produção [de pinha] para os 10 anos”, estando anteriormente nos 25, conclui a secretária-geral.

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PSD diz ser “assustadora” indemnização de meio milhão de euros a secretária de Estado do Tesouro

  • Lusa
  • 24 Dezembro 2022

O PSD criticou o pagamento pela TAP de uma indemnização de 500.000 euros à secretária de Estado do Tesouro pela cessação antecipada do cargo de administradora executiva.

O PSD criticou o pagamento pela TAP de uma indemnização de 500 mil euros à secretária de Estado do Tesouro pela cessação antecipada do cargo de administradora executiva, situação que para os sociais-democratas “é assustadora”.

Contactado pela Lusa, o vice-presidente social-democrata Paulo Rios considerou que “nem no Natal os presentes do ministro Pedro Nuno Santos são bons”.

O Correio da Manhã noticia na edição deste sábado que a nova secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis, recebeu uma indemnização no valor de 500 mil euros por sair antecipadamente do cargo de administradora executiva da companhia aérea portuguesa, quando ainda tinha de cumprir funções durante dois anos.

“A juntar a um conjunto de atos menos percetíveis, menos percebidos, mais precipitados, dizer mesmo irresponsáveis, temos agora na TAP, sempre a TAP, a notícia de um administra que permitiu-se sair e sair indemnizado”, completou o deputado do PSD.

Para Paulo Rios, “este meio milhão de euros não é do ministro”, “é dos portugueses”. Já a TAP “é sempre fruto de más notícias e é assustadora a forma repetida como se precipita decisões”.

Alexandra Reis tomou posse como secretária de Estado do Tesouro na última remodelação do Governo. Ingressou na TAP em setembro de 2017 e três anos depois foi nomeada administradora da companhia aérea.

A agora governante renunciou ao cargo em fevereiro e em junho foi nomeada pelo Governo para a presidência da Navegação Aérea de Portugal (NAV).

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Milhares de pessoas reúnem-se em Paris para protestar contra morte de curdos

  • Lusa
  • 24 Dezembro 2022

Os confrontos começaram quando os manifestantes se depararam com um cordão de agentes policiais que protegiam o ministro da Administração Interna francês.

A manhã deste sábado, véspera de Natal, foi marcada por vários episódios de tensão e violência junto à Praça da República, em Paris. Há registo de confrontos entre os manifestantes e a polícia no centro da capital francesa.

Ativistas curdos, políticos de esquerda e grupos antirracistas concentraram-se em Paris, após três pessoas terem sido mortas num centro cultural curdo, num ataque que os promotores do encontro dizem ter sido motivado por motivos raciais.

O ataque de sexta-feira, num bairro do centro de Paris, também feriu três pessoas e suscitou preocupações sobre crimes de ódio contra grupos minoritários, numa altura em que vozes de extrema-direita ganharam proeminência em França e na Europa nos últimos anos.

A comunidade curda acusa o atirador de ato terrorista e de ter cometido um crime político, a mando da Turquia.

Para além do ataque de sexta-feira, os curdos recordam um outro ataque em janeiro de 2013 que visou a comudade curda e que foi perpetrado por um homem com ligações à Turquia.

Os confrontos começaram quando a multidão se deparou com um cordão de agentes policiais que protegiam o ministro da Administração Interna francês. Gérald Darmanin deslocou-se ao local para avaliar o andamento da investigação e dar uma conferência de imprensa. Durante o seu discurso, membros da comunidade curda expressaram a sua raiva perante o incidente e gritaram contra a Turquia, escreve o “Le Monde”.

As autoridades francesas recorreram a granadas de gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes. Nas ruas, vários objetos foram incendiados, caixotes do lixo e mesas de restaurantes vandalizadas e vários carros danificados. Segundo o jornal francês, pelo menos 11 polícias ficaram feridos nos confrontos.

Alguns manifestantes gritaram “PKK [Partido dos Trabalhadores do Curdistão)” e “os mártires não morrem”, avança ainda o “Le Monde”. As três pessoas que foram alvejadas e faleceram esta sexta-feira eram curdas, relata a agência Reuters, citando um advogado.

Alguns manifestantes gritaram “PKK [Partido dos Trabalhadores do Curdistão)” e “os mártires não morrem”, avança ainda o “Le Monde”. As três pessoas que foram alvejadas e faleceram esta sexta-feira eram curdas, relata a agência Reuters, citando um advogado.

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Doze distritos sob aviso laranja no dia de Natal por causa da chuva

  • Lusa
  • 24 Dezembro 2022

O aviso laranja é dirigido a Braga, Viseu, Porto, Guarda, Setúbal, Santarém, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Castelo Branco, Aveiro e Coimbra, onde estão previstos períodos de chuva persistente.

Doze distritos vão estar sob aviso laranja – o segundo mais grave – até domingo por causa da chuva, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

De acordo com o IPMA, o aviso laranja é dirigido aos distritos de Braga, Viseu, Porto, Guarda, Setúbal, Santarém, Viana do Castelo, Lisboa, Leiria, Castelo Branco, Aveiro e Coimbra, onde estão previstos períodos de chuva por vezes forte e persistente, acompanhada de trovoada.

No caso do distrito de Braga e Viana do Castelo o aviso laranja estará ativo entre as 18:00 de sábado e as 03:00 do dia de Natal, sendo que no distrito do Porto estará ativo das 21:00 de sábado até as 06:00 do dia de Natal.

De acordo com o IPMA, no domingo, os distritos de Viseu, Setúbal, Santarém e Lisboa estão sob aviso laranja, entre as 03:00 e as 09:00. Entre as 06:00 e as 12:00, de domingo, estarão sob aviso laranja os distritos de Castelo Branco e Guarda e das 00:00 às 06:00 os distritos de Aveiro, Coimbra e Leiria.

Os distritos que sinalizados com o aviso laranja passam depois a amarelo (o terceiro da escala).

No caso do Porto, Viana do castelo, Aveiro, Coimbra e Braga o IPMA emitiu também aviso amarelo por agitação marítima, das 00:00 às 06:00 de domingo, com “ondas de sudoeste com quatro metros”. Segundo o IPMA, estarão ainda sob aviso amarelo, devido a períodos de chuva por vezes forte e persistente, das 00:00 às 12:00 do dia de Natal os distrito de Bragança e Vila Real e das 09:00 às 18:00 os distritos de Portalegre e Évora.

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“Top Gun: Maverick” e “Jurassic World: Domínio”: os filmes mais vistos de 2022

  • Lusa
  • 24 Dezembro 2022

A sequela do filme (que estreou em 1986) e que segue a história do piloto Maverick, interpretado por Tom Cruise, ultrapassou os 1.488 milhões de dólares (cerca de 1.400 milhões de euros).

O filme protagonizado por Tom Cruise, “Top Gun: Maverick”, “Jurassic World: Domínio” e a produção da Marvel, “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”, foram os filmes que geraram maior receita de bilheteira no mundo em 2022.

A sequela do filme (que estreou em 1986) e que segue a história do piloto Maverick, interpretado por Tom Cruise, ultrapassou os 1.488 milhões de dólares (cerca de 1.400 milhões de euros) na bilheteira internacional, dos quais 48,3% da sua receita foi gerada nos Estados Unidos, segundo dados do portal Box Mojo Office.

Com o “Top Gun: Maverik”, Cruise conseguiu superar o sucesso de bilheteira de “Missão: Impossível – Fallout” em 2018, que arrecadou mais de 791 milhões de dólares (cerca de 745 milhões de euros) em todo o mundo.

O filme retoma a história dirigida por Tony Scott em 1986 e retrata o aviador 36 anos depois, agora como piloto instrutor que terá que enfrentar uma última missão.

“Top Gun” foi apresentado no Festival de Cinema de Cannes e posicionou-se como um dos filmes favoritos na corrida a prémios, com duas indicações para Globo de Ouro e mantendo-se nas listas de pré-indicações aos Óscares 2023 na categoria de música original, som e efeitos visuais.

Embora se tenha tornado num dos filmes mais lucrativos do ano, “Top Gun” não ultrapassou os mais de 1.906 milhões de dólares (cerca de 1.795 milhões de euros) que o filme “Homem-Aranha: Sem Volta a Casa” arrecadou em 2021.

A lista dos filmes mais lucrativos — no ano de 2022 — conta ainda com o filme “Jurassic World: Domínio” em segundo lugar, com mais de 1.001 milhões de dólares (cerca de 942 milhões de euros) arrecadados nas bilheteiras.

A produção protagonizada pelos atores Chris Pratt, Bryce Dallas Howard, Laura Dern e Sam Neill foi o filme com mais sucesso da saga “Jurassic World”, com o primeiro filme a estrear em 2015.

O terceiro lugar é ocupado pelo universo cinematográfico Marvel com o filme “Doutor Estranho no Multiverso da Loucura”, um dos mais esperados do ano, com mais de 955 milhões de dólares (cerca de 900 milhões de euros) acumulados em bilheteira.

A lista continua com títulos como “Mínimos 2: A Ascensão de Gru” (mais de 939 milhões de dólares ou 877 milhões de euros), “Black Panther: Wakanda para Sempre” (mais de 789 milhões de dólares ou 743 milhões de euros), “The Batman” (mais de 770 milhões de dólares ou 725 milhões de euros) e “Thor: Amor e Trovão” (mais de 760 milhões de dólares ou 715 milhões de euros).

Apesar de seu lançamento apenas a 16 de dezembro, “Avatar: O Caminho da Água” já alcançou o nono lugar da lista até agora, acumulando mais de 609 milhões de dólares (cerca de 573 milhões de euros), segundo os últimos dados fornecidos pelo Box Office Mojo.

A segunda parte de “Avatar”, de James Cameron, ainda em cartaz, tem o desafio de superar ou alcançar o sucesso da sua primeira obra, que ainda é a maior bilheteira de toda a história do cinema, tendo arrecadado quase 3.000 milhões de dólares (cerca de 2.830 milhões de euros).

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Marcelo defende que “paz sofre” cada vez que aumentam as desigualdades

  • Lusa
  • 24 Dezembro 2022

O Presidente da República alertou que “a paz sofre” cada vez que aumentam as desigualdades, particularmente em períodos de crise, e enalteceu a presença de forças portuguesas espalhadas pelo mundo.

O Presidente da República alertou que “a paz sofre” cada vez que aumentam as desigualdades, particularmente em períodos de crise, e enalteceu a presença de forças portuguesas espalhadas pelo mundo para manutenção da paz.

“De cada vez que aumentam as desigualdades a paz sofre, de cada vez que aumenta a pobreza a paz sofre, de cada vez que há mais (pessoas) a cair em risco de pobreza a paz sofre, o que quer dizer que com as crises não é apenas a pobreza, a desigualdade, a injustiça, que aumenta, é a paz que fica em causa”, advertiu Marcelo Rebelo de Sousa, durante a cerimónia de entrega da vela da Cáritas Portuguesa, intitulada “Dez Milhões de Estrelas – Um Gesto Pela Paz”, no Palácio de Belém, em Lisboa.

O chefe de Estado apelidou os últimos três anos de “muito maus”, 2020 e 2021 com o mundo a braços com a pandemia, que “agravou desigualdades” e “congelou a vida das pessoas” e 2022 com a invasão russa da Ucrânia e as consequências socioeconómicas do conflito.

“Qual é o objetivo deste nosso encontro, ano após ano? É formularmos o desejo, que é uma vontade, de no próximo ano haver mais paz, mais justiça, mais desenvolvimento, mais liberdade e mais igualdade”, disse Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República enalteceu também a presença de “forças portuguesas de manutenção da paz” em vários pontos do mundo, desde a Europa (no início da semana visitou uma força destacada na Roménia), em África, onde há militares portugueses na República Centro-Africana e em Moçambique.

“Há outras presenças, em outros continentes, de que não se fala muito, no mundo latino-americano, como temos a presença de formação de forças portuguesas, e vão aumentando, na Ásia e no Pacífico, nomeadamente em países de língua portuguesa. E a ideia é sempre a mesma: formar para a paz. Não é treinar para a guerra, é formar para a paz”, detalhou Marcelo Rebelo de Sousa, considerando que “a paz é construída todos os dias”.

“Aqui ao nosso lado, na nossa rua, no nosso bairro, na nossa aldeia, na nossa vila, na nossa cidade, naquilo que é próximo de nós”, acrescentou.

Posteriormente, o Presidente da República advertiu que há “várias Odemiras” espalhadas pelo país que necessitam de atenção e que a “inflação não é só números” e representa um corte nos salários de muitas pessoas.

“Os imigrantes são próximos nossos. Agora terminado este nosso encontro parto para Odemira. E vou a Odemira porque tinha prometido lá ir até ao fim do ano. Nós temos várias Odemiras no nosso país, todos os países infelizmente têm várias Odemiras, que têm aspetos positivos e aspetos complicados”, sustentou Marcelo Rebelo de Sousa, durante a cerimónia de apresentação da “Luz da Paz de Belém”, pelo Corpo Nacional de Escutas, em Lisboa.

Perante um grupo de escuteiros, o chefe de Estado disse que é necessário “ir a esses próximos, que vêm de não sei quantos países, falam não sei quantas línguas, têm não sei quantas culturas” e são “aqueles que mais necessitam”.

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Congresso dos EUA aprova orçamentos para 2023 que incluem 45 mil milhões de dólares para a Ucrânia

  • Lusa
  • 24 Dezembro 2022

O Congresso dos Estados Unidos aprovou os orçamentos para o ano de fiscal de 2023, que contemplam um gasto de cerca de 1,7 biliões de dólares, incluindo 45 mil milhões de dólares para a Ucrânia.

O Congresso dos Estados Unidos aprovou os orçamentos para o ano de fiscal de 2023, que contemplam um gasto de cerca de 1,7 biliões de dólares, incluindo 45 mil milhões de dólares para a Ucrânia. A última votação na Câmara dos Representantes, câmara baixa do Congresso, permite evitar a paralisação da administração federal norte-americana, conhecida como ‘shutdown’.

O projeto de lei foi aprovado por 225 votos a favor e 201 contra. Na quinta-feira, a câmara alta norte-americana (Senado) tinha dado a sua aprovação por 68 votos a favor e 29 contra. Falta agora os orçamentos serem ratificados pelo Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que já assegurou que o irá fazer assim que receba os documentos. As duas câmaras do Congresso tinham aprovado, preventivamente, uma resolução paralela que prorrogava os atuais orçamentos por mais uma semana, até 30 de dezembro, para garantir o funcionamento do governo federal.

Estes orçamentos para o ano fiscal de 2023, que vai de 1 de outubro a 30 de setembro de 2023, incluem um orçamento de defesa avaliado em cerca de 858 mil milhões de dólares (809 mil milhos de euros) e outros 800 mil milhões dólares (755 mil milhões de euros) para outros itens, um aumento de 9,3% em relação ao ano anterior.

Também cobrem 40,6 mil milhões de dólares (38 mil milhões de euros) para lidar com secas, furacões, inundações, incêndios e outros desastres naturais e emergências nos Estados Unidos; e cerca de 45 mil milhões de dólares (43 mil milhões de euros) em ajuda económica, humanitária e de segurança para a Ucrânia.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que visitou Washington na quarta-feira para um encontro com Biden, defendeu naquele dia no Congresso que o dinheiro para seu país não é caridade: “É um investimento na segurança global e na democracia”. O projeto de lei tinha ficado suspenso no Senado devido a duas emendas sobre a gestão na fronteira com o México, devido à crise migratória, que foram rejeitadas.

O regulamento inclui também uma reforma para dar maiores garantias à contagem eleitoral, ao esclarecer que o vice-presidente não tem poder para revogar os resultados das eleições presidenciais.

Esta mudança ocorre na véspera do segundo aniversário do ataque ao Capitólio, de 06 de janeiro de 2021, quando apoiantes de Donald Trump tentaram impedir a certificação da vitória eleitoral de Biden.

O líder da maioria Democrata na Câmara de Representantes, Steny Hoyer, congratulou-se com a aprovação dos orçamentos, salientando o apoio à Ucrânia e a lei que garante que “o ataque vergonhoso à democracia não se repete”.Já o atual líder da minoria na Câmara, Kevin McCarthy, que emergirá como presidente em janeiro, deixou alertas sobre os orçamentos: “A inflação, a economia e o governo vão piorar”.

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Facebook paga 725 milhões de dólares por fornecer dados a empresa que apoiou Trump

  • Lusa
  • 24 Dezembro 2022

A empresa-mãe do Facebook aceitou pagar 725 milhões de dólares num processo que acusa a rede social de permitir que milhões de dados pessoais dos utilizadores fossem fornecidos à Cambridge Anlytica.

A empresa-mãe do Facebook aceitou pagar 725 milhões de dólares num processo judicial que acusa a rede social de permitir que milhões de dados pessoais dos utilizadores fossem fornecidos à Cambridge Analytica, empresa que apoiou Trump em 2016.

Os termos do acordo alcançado pela Meta Platforms, a empresa holding para o Facebook e Instagram, foram divulgados em documentos apresentados em tribunal no final da quinta-feira. Terá ainda de ser aprovado por um juiz, numa audiência do Tribunal Federal de São Francisco, marcada para março.

O caso surgiu após revelações em 2018 de que a Cambridge Analytica, uma empresa com ligações a Steve Bannon, o estratega político de Trump, tinha pagado a um criador de aplicações Facebook pelo acesso às informações pessoais de cerca de 87 milhões de utilizadores da plataforma.

Esses dados foram então utilizados para atingir os eleitores dos EUA durante a campanha de 2016, que culminou com a eleição de Trump como 45º presidente.

As revelações obrigaram Zuckerberg a ser confrontado por legisladores dos EUA durante uma audiência de alto nível no Congresso e promoveu o fim de muitas contas no Facebook.

Embora o crescimento desta rede social tenha estagnado à medida que mais pessoas se ligam e se entretêm em serviços rivais, como o TikTok, o Facebbok ainda conta com cerca de 2.000 milhões de utilizadores em todo o mundo, incluindo quase 200 milhões nos Estados Unidos e no Canadá.

O processo, que tinha procurado ser certificado como uma ação coletiva de utilizadores do Facebook, procurou demonstrar que a violação da privacidade provou que o Facebook é um “corretor de dados e uma empresa de vigilância”, bem como uma rede social.

As duas partes chegaram a um acordo temporário em agosto, apenas algumas semanas antes de um prazo de 20 de setembro para Mark Zuckerberg e a sua diretora operacional de longa data, Sheryl Sandberg, se submeterem aos depoimentos.

A empresa com sede em Menlo Park, Califórnia, afirmou na sexta-feira que procurava um acordo porque era do melhor interesse da sua comunidade e dos seus acionistas.

“Nos últimos três anos, renovámos a nossa abordagem à privacidade e implementámos um programa de privacidade abrangente”, disse a porta-voz Dina El-Kassaby Luce. “Estamos ansiosos por continuar a construir serviços que as pessoas amam e confiam, com a privacidade na linha da frente”, prosseguiu.

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Governo injeta 1.022 ME nos hospitais do SNS para pagamento a fornecedores ainda este ano

  • Lusa
  • 24 Dezembro 2022

"Este reforço financeiro permitirá que as entidades hospitalares terminem o ano de 2022, pela primeira vez, sem ‘stock’ de pagamentos em atraso", diz o comunicado conjunto das Finanças e Saúde.

O Governo anunciou este sábado uma injeção extraordinária de 1.022 milhões de euros nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) para pagamento a fornecedores externos ainda este ano.

Um comunicado conjunto dos ministérios das Finanças e da Saúde refere que “este reforço financeiro permitirá que as entidades hospitalares terminem o ano de 2022, pela primeira vez, sem ‘stock’ de pagamentos em atraso”.

Segundo a nota, “a injeção de verbas foi aprovada esta semana em despacho conjunto do ministério das Finanças e do ministério da Saúde, reconhecendo-se que, durante o presente ano, a resposta à covid-19 ainda representou uma pressão orçamental acrescida sobre o SNS”.

Os hospitais vão receber cerca de 1.022 milhões de euros, que permitirá liquidar a totalidade de pagamentos em atraso acumulados a fornecedores externos (dívida vencida há mais de 90 dias), precisa a nota.

“Até aqui, 2021 tinha sido o ano com melhor resultado na gestão de pagamentos, tendo terminado ainda assim com um ‘stock’ de cerca de 110 milhões de euros de pagamentos em atraso, que este ano será possível liquidar na íntegra”, adianta a nota.

“A injeção efetuada visa também contribuir, de modo decisivo, para uma gestão eficaz e programada dos pagamentos, promovendo uma maior eficiência na utilização dos recursos públicos e assegurando melhores condições de liquidez, gestão e responsabilidade orçamental para as instituições do SNS”, conclui o comunicado.

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Câmaras reforçam apoio a munícipes com vales e cabazes para “arrefecer” inflação neste Natal

Câmaras de todo o país estão a distribuir vales e cabazes para ajudar os munícipes mais carenciados a "aquecerem" este Natal face ao impacto da inflação nos preços dos bens alimentares.

Com os preços dos bens alimentares a disparem e os salários a não acompanharem esta tendência no mercado, os munícipes veem-se a braços com cada vez mais dificuldades económicas. Conscientes deste problema, diversas autarquias do norte a sul do país implementam medidas no terreno para os ajudar a passar melhor esta quadra natalícia face aos efeitos da inflação. E muitas delas não têm mãos a medir para tantas solicitações.

Entre as várias iniciativas solidárias das câmaras municipais há umas mais arrojadas do que outras. Como é o caso de algumas autarquias que decidiram cortar na iluminação de Natal e canalizar esse investimento para o reforço dos cabazes a distribuir pelos mais carenciados dos concelhos. Foi o que fez a Câmara Municipal de Penacova, numa ação que envolveu um investimento de cerca de três mil euros e abrangeu as 150 famílias que já costumam ser contempladas com este apoio mensal.

Também a Junta de Freguesia da Estrela, em Lisboa, canalizou o investimento da tradicional iluminação natalícia para ações de apoio às famílias e ao comércio local. Atribuiu, assim, um cheque-oferta, no valor de 30 euros, a todas as crianças com idades entre os 3 e os 12 anos, cujos encarregados de educação estejam recenseados nesta freguesia lisboeta. Estes cheques podem ser utilizados no comércio local aderente, segundo a Junta de Freguesia da Estrela.

No pacote das iniciativas solidárias nem a ajuda ao comércio local ficou, assim, esquecida. Há municípios que resolveram fazer um dois em um ao oferecerem vales à população com a condição de os gastarem no comércio local, com vista à dinamização da economia da região.

Desde vales até cabazes com os mais variados artigos alimentares e bens, as autarquias implementam no terreno uma variada panóplia de apoios. Comecemos pelo norte do país, em Caminha, onde o município avançou com uma campanha de distribuição de cabazes solidários. Os beneficiários são agregados mais carenciados, acompanhados pelo Serviço de Ação Social desta autarquia, assim como as famílias das crianças contempladas na campanha Laços de Natal. Esta última iniciativa é desenvolvida pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Caminha em colaboração com o município.

Câmara de Viana do Castelo atribuiu cerca de dez mil euros a várias instituições para a aquisição de cabazes de Natal.Wikimedia Commons

Ainda na região minhota, o município de Viana do Castelo atribuiu cerca de dez mil euros a várias instituições para a aquisição de cabazes de Natal para depois distribuírem por famílias com mais dificuldades económicas. Entre as instituições estão o Gabinete de Atendimento à Família, a Cáritas Diocesana de Viana do Castelo e as Conferências Vicentinas.

Foram ainda oferecidos mais de 500 brinquedos a crianças carenciadas do concelho, no âmbito da campanha municipal Viana + Presente. Segundo a câmara liderada pelo socialista Luís Nobre, esta iniciativa “incentiva os funcionários da autarquia a assumirem os presentes de Natal de crianças identificadas pelo pelouro da Coesão Social nas 40 freguesias do concelho”.

Mais a Litoral do território do Continente, na cidade do Porto, a autarquia liderada pelo independente Rui Moreira também tem em mãos apoios solidários nesta altura e que se estendem durante todo o ano. “A cidade mantém e reforça, nesta quadra festiva, as 2.021 refeições quentes confecionadas diariamente (737.665 refeições por ano) que são asseguradas às pessoas em situação de sem-abrigo e em fragilidade social, nomeadamente na rede municipal de restaurantes solidários que estão abertos 365 dias por ano”, adianta o município. Também são distribuídos cabazes com produtos alimentares a 9.306 pessoas.

A este propósito, o município explica que “no respeita à área da Coesão Social, a autarquia coordena a Rede Social da cidade que conta com mais de 300 instituições públicas e privadas, coordenando ainda o Núcleo de Planeamento e Intervenção Sem Abrigo (NPISA-Porto) e os respetivos núcleos executivos”.

Município do Porto distribui cabazes com produtos alimentares a 9.306 pessoas.Hugo Amaral/ECO

Com o mesmo objetivo de apoiar a população, a Câmara Municipal de Vila Nova de Famalicão investiu 95 mil euros em 4.700 cabazes de Natal para oferecer às famílias mais carenciadas do concelho. Entre os alimentos essenciais para a ceia estão o bacalhau, azeite e aletria. A autarquia conta, nesta tarefa, com o apoio de algumas juntas de freguesia do concelho preocupadas com a fragilidade económica dos munícipes. É o caso da União de Freguesias de Calendário e Famalicão que acrescenta conservas, arroz e outros alimentos ao cabaz.

Já em Penafiel, no âmbito do Plano Municipal Solidário, que engloba um conjunto de medidas de apoio social, também são entregues cabazes de Natal aos agregados mais carenciados ou a todos os que, tendo enquadramento, solicitem apoio a este nível, avança ao ECO a autarquia.

Nesta quadra festiva, a Câmara Municipal de Amarante, liderada por José Luís Gaspar, também tem em ação, no terreno, medidas de apoio às muitas famílias sinalizadas ao longo de todo o ano. A autarquia recorre ao Fundo Municipal de Emergência Social para atribuir “apoio financeiro excecional e temporário a agregados familiares que se encontrem, por razões conjunturais ou estruturais, em situação de grave vulnerabilidade e de carência económica”. Assim como atribui um voucher para aquisição dos produtos alimentares, cujo valor é calculado em função do número de elementos do agregado familiar e do número de dias apoiados, explica este município.

Por todo o país os pedidos de ajuda têm aumentado face ao atual contexto económico. Só em Viseu 650 famílias receberam cabazes, no âmbito da iniciativa Natal Solidário, segundo a autarquia presidida pelo social-democrata Fernando Ruas que já organiza esta campanha desde 2005. “O objetivo é oferecer uma ajuda aos agregados mais carenciados do concelho para que tenham um Natal mais aconchegante”, refere a autarquia de Viseu.

Com o mesmo propósito de apoiar as pessoas mais carenciadas nesta época natalícia, a Câmara Municipal de Estarreja entregou, por sua vez, 45 cabazes a famílias, no âmbito das campanhas realizadas em escolas, onde as crianças doaram bens alimentares, e outra na Secção de Natação do Clube Desportivo de Estarreja.

Outra iniciativa da autarquia consistiu na entrega de 75 mantas destinadas a doentes oncológicos. Assim como ofereceu lembranças de Natal aos 641 idosos institucionalizados em lares ou abrangidos pelas respostas de centros de dia e serviço de apoio domiciliário.

Mais no centro do país, o município de Leiria, no âmbito do projeto Cabazes de Natal, distribuiu cabazes de produtos alimentares “a famílias em contexto de precariedade socioeconómica, assim como a refugiados ucranianos e a entidades parceiras, também como reconhecimento do trabalho desenvolvido durante o ano de 2022”.

Com esta medida, o presidente da Câmara municipal de Leiria, Gonçalo Lopes, quer “garantir uma refeição condigna a famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade social, cuja referenciação decorreu em estreita articulação com as Juntas e Uniões de Freguesias, e outras entidades parceiras da Rede Social”.

Já a “Câmara Municipal de Lisboa financia diretamente as Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) da cidade para ações de auxílio alimentar no âmbito do Fundo de Emergência Social (FES)”, avança a autarquia liderada pelo social-democrata Carlos Moedas. Por terem “um profundo conhecimento da realidade no terreno e das pessoas mais carenciadas, são estas instituições que distribuem produtos alimentares a quem está identificado”. Só este ano foram atribuídos mais de 4,5 milhões de euros às IPSS neste quadro, adiantou o município de Lisboa.

Ainda no âmbito do FES, a autarquia atribuiu, durante este ano, 1,1 milhões de euros às juntas de freguesia para realizarem as mesmas ações sociais de auxílio alimentar.

Câmara de Lisboa apoiou IPSS com mais de 4,5 milhões de euros este ano.Hugo Amaral/ECO

Ainda que não tenha um programa de apoio específico para esta quadra natalícia, a Câmara Municipal de Sintra tem, no terreno, a habitual distribuição de cabazes alimentares e mobiliza outros apoios às famílias que já vigoram durante todo o ano. Contudo, sublinha a autarquia, “e também a pensar nas famílias e no apoio que a escola dá em matéria de alimentação a muitas crianças e jovens, durante a pausa letiva encontram-se abertos os 67 dos 122 refeitórios escolares, estando apenas encerrados nos dias 23 e 30 de dezembro”. O município estima o fornecimento de 3.400 refeições entre os dias 22 de dezembro deste ano e 2 de janeiro de 2023.

Já na região alentejana, a Câmara Municipal do Alandroal distribuiu cabazes de alimentos a 1.500 pensionistas e idosos assim como a 60 famílias sinalizadas como carenciadas. Para isso, a autarquia recorreu a produtos locais para, assim, também ajudar os produtores locais. Além desta iniciativa, o município de Alandroal, liderado pelo socialista João Maria Grilo, ofereceu vales de 25 ou 50 euros mensais para compra de carne, ovos, legumes ou fruta no comércio local. Este programa, destinado a famílias com dificuldades económicas, já data de 2010 e surgiu como resposta à crise económica que assolava o país na ocasião, mantendo-se até aos dias de hoje.

Mais a sul, na região do Algarve, o espírito natalício mantém-se. “Tendo em vista o reforço das condições de vida e de bem-estar de grupos populacionais que revelem maiores níveis de fragilidade social, o município de Tavira tem promovido a atribuição de um conjunto de géneros alimentares, designado de Cabaz de Natal”, começa por afirmar fonte desta autarquia.

No caso desta localidade, a crescente procura deste apoio levou o município a estabelecer um conjunto de requisitos para a atribuição de 900 cabazes de Natal, “numa lógica de racionalização de meios e de eficiência na afetação de recursos públicos”. Nesse sentido, explica a autarquia, “a atribuição de cabaz por agregado, em situações de vulnerabilidade social, encontra-se condicionada à reunião de um conjunto de condições definidas e cuja análise está sujeita ao cruzamento de dados que garantam a entrega do apoio, evitando possíveis sobreposições”.

Por fim, o município de Portimão entregou sete mil vales de compras15 euros cada umàs crianças e jovens do pré-escolar, 1º, 2ª e 3º ciclos de ensino do concelho, num montante global de 105 mil euros. Esta campanha “Valorizar o Comércio Local” tem por objetivo apoiar as empresas locais e as famílias. “Estes vales destinam-se à aquisição de presentes para que as crianças abrangidas tenham um Natal mais alegre, neste ano difícil para todas as famílias, agravado pela crise económica que a Europa está a sofrer, após dois anos de pandemia causada pela Covid-19”, sustenta a autarquia liderada pela socialista Isilda Gomes.

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Governo vai pagar dívidas em atraso aos bombeiros ainda este ano

  • Lusa
  • 23 Dezembro 2022

“Prevê-se que até ao final deste ano sejam liquidados todos os pagamentos em atraso a estas entidades”, indica o Ministério da Saúde.

O Governo prevê que até ao final deste ano sejam liquidados todos os pagamentos em atraso às corporações de bombeiros relativos ao transporte não urgente de doentes, avançou esta sexta-feira à agência Lusa o Ministério da Saúde.

Num requerimento enviado esta sexta ao Governo, o PSD afirma que se estima que “os atrasos dos estabelecimentos de saúde públicos no pagamento do transporte não urgente de doentes ascendam, atualmente, a cerca de 25 milhões de euros, situação que compromete fortemente a sustentabilidade económico-financeira de muitas corporações de bombeiros, um crescente número das quais se encontra já à beira da rutura”.

Contactado pela agência Lusa, o Ministério da Saúde explica que a conferência da faturação relativa ao transporte não urgente de doentes requer uma correta validação dos dados remetidos pelas entidades, de forma a assegurar a conformidade com as regras em vigor.

O ministério afirma que, estando consciente do que os atrasos nos pagamentos provocam aos fornecedores do Serviço Nacional de Saúde, “tem promovido o diálogo entre as instituições do SNS e os representantes das corporações de bombeiros no sentido de alterar esta realidade e consolidar os mecanismos de faturação, estando a trabalhar com as instituições envolvidas para uma célere regularização dos montantes em dívida”.

Prevê-se que até ao final deste ano sejam liquidados todos os pagamentos em atraso a estas entidades”, revela na resposta escrita à agência Lusa. O MS lembra que o Governo tem vindo a prosseguir, desde 2015, um caminho de investimento e reforço do SNS, que se tem traduzido, todos os anos, numa maior dotação orçamental.

Sublinha que este compromisso “é renovado” no Orçamento do Estado para 2023, que prevê que as transferências para o SNS totalizarão 12.297 milhões de euros, o que representa um aumento de 1.177 milhões de euros em relação a 2022, de 1.868 milhões de euros em relação a 2021, de 3.269 milhões de euros face a 2019 e de 4.423 milhões de euros face a 2015.

Será o maior aumento de sempre do financiamento para Saúde, mais 10,5% nas verbas transferidas para o SNS, acompanhado de maior autonomia das instituições, tendo como objetivo melhorar os cuidados de saúde à população e garantir uma gestão mais eficaz dos pagamentos a fornecedores”, salienta o ministério liderado por Manuel Pizarro.

Além dos mecanismos habituais de pagamento, adianta, “este ano existirá ainda um processo de pagamento extraordinário de dívida”.

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Antes da OPA, Sonae passa os 90% na Sonaecom

A Sonae passou a deter 90,081% das ações da Sonaecom ainda antes de a oferta pública de aquisição ter sido registada na CMVM. Até lá, os títulos da Sonaecom continuarão a ser negociados em bolsa.

A Sonae SON 0,65% já detém mais de 90% do capital da Sonaecom. O reforço da posição acionista sobre a empresa foi comunicado ao mercado esta sexta-feira ainda antes do registo da Oferta Pública de Aquisição (OPA) anunciada, de forma preliminar, há dois dias.

A Sonae passou assim a deter 90,081% das ações da Sonaecom. Anteriormente, contava com 89,97% dos títulos da tecnológica, segundo o comunicado divulgado junto da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Apesar da situação, não há mudanças no processo da OPA voluntária anunciada na quarta-feira: a Sonae terá de aguardar o registo da oferta por parte da CMVM. Quando isso acontecer, a OPA voluntária será executada, ficando o sucesso da operação dependente dos resultados obtidos.

Depois do apuramento dos resultados da OPA voluntária, caso o grupo detido maioritariamente pela família Azevedo não seja capaz de deter a totalidade do capital da Sonaecom terá de lançar uma OPA potestativa, comprando as restantes ações aos pequenos acionistas, segundo o artigo 194.º do Código dos Valores Mobiliários.

A própria Sonae já tinha referido na quarta-feira que “no caso de a OPA [voluntária] permitir ultrapassar uma participação de 90% dos direitos de voto, a Sonae recorrerá ao mecanismo de aquisição potestativa, resultando na exclusão da negociação das ações em mercado”.

“No âmbito de uma empresa cotada, ao abrigo do artigo 194 do Código de Mercado de Valores Mobiliários, o direito de aquisição potestativa nasce exclusivamente do lançamento de uma OPA”, refere Octávio Viana, presidente da ATM – Associação de Investidores e Analistas Técnicos do Mercado, que representa os pequenos acionistas.

Nesta sexta-feira, os títulos fecharam nos 2,50 euros, exatamente o preço por ação que a Sonae está disposta a pagar aos acionistas na OPA voluntária.

(Notícia atualizada às 21h34 com mais informação)

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