BRANDS' ECO Re-source: a inovação aberta no setor da reciclagem
A Sociedade Ponto Verde e a Beta-i lançaram um programa onde empreendedores e inovadores foram desafiados a encontrar novas soluções centradas no aumento da circularidade das embalagens - o Re-source.
A exigência da legislação europeia direcionada às embalagens, e dos consumidores, leva à procura de novas soluções no setor. O Re-source, um programa da Sociedade Ponto Verde, é a prova do potencial da inovação para a reciclagem.
Mais de 100 candidaturas chegaram de dez países diferentes, 32 startups apresentaram as suas ideias inovadoras, 20 projetos passaram à fase de bootcamp e seis estão agora em fase de implementação. São estes os resultados do Re-Source, um programa promovido pela Sociedade Ponto Verde e pela Beta-i, em que empreendedores e inovadores foram desafiados a encontrar novas soluções centradas no aumento da circularidade de embalagens de vidro, alumínio e plásticos mistos e na transição digital para o setor da gestão de resíduos e da reciclagem em Portugal.
Depois de anos de desenvolvimento assente na economia linear, que conduziu ao desgaste dos recursos naturais, a transição para uma economia circular e regenerativa é indispensável. Os consumidores pressionam, os estados regulamentam e as empresas precisam de dar respostas em conformidade. É necessário repensar as cadeias de valor de produtos e serviços, considerar todo o seu ciclo de vida e encontrar soluções de redução do consumo de matérias-primas, de maior reciclabilidade e de reutilização.
O recurso à inovação, à investigação, às novas tecnologias, à digitalização e ao trabalho colaborativo contribui para o aparecimento de novas soluções, desenhadas para a construção de um futuro mais responsável. O setor das embalagens e da reciclagem pode aqui encontrar ferramentas valiosas para a gestão de resíduos que conduza ao cumprimento das metas da reciclagem.
Reconhecendo todo este potencial, a Sociedade Ponto Verde chamou a Beta-i para contribuir com a sua metodologia colaborativa orientada para o desenvolvimento de soluções entre empresas, startups e parceiros de inovação, neste caso relacionadas com a triagem e recolha dos diversos tipos de embalagens encontradas no uso doméstico – alumínio, vidro e plásticos mistos – bem como, com o complexo processo de tratamento das mesmas e dos seus resíduos.
Juntaram-se ao “Re-source” 13 parceiros como a Câmara Municipal de Mafra, a Cascais Ambiente, a Central de Cervejas e Bebidas, os CTT, a Saica Natur, a Lipor, a Lusoforma, a Nestlé, a NEYA Hotels, a Ovo Solutions, o Super Bock Group, a Tratolixo e a Vidrala, com o objeto de ligar esta abordagem de inovação a outros parceiros estrategicamente posicionados na cadeia de valor da Sociedade Ponto Verde.
Deste trabalho colaborativo resultaram 17 projetos, estando atualmente seis pilotos em fase de implementação, de forma a resolver desafios reais com que o setor da reciclagem se depara.
Os resultados obtidos nesta edição do Re-source e o ecossistema de inovação aqui criado, permite-nos fazer um balanço muito positivo desta aposta disruptiva para o setor dos resíduos em Portugal, que agora iniciamos, e encarar com otimismo a sua continuidade, não só pelo desenvolvimento dos projetos já em curso, como de outros ainda em estruturação, promovendo o lançamento de novas edições deste programa
É o caso da criação de rótulos com tinta magnetizável, uma ideia desenvolvida pela startup americana Magnomer. Desta forma, será muito mais fácil separar os rótulos do plástico e permitir uma melhor reciclagem das embalagens – uma solução que pode aumentar até 20% os níveis de reciclagem e tornar a Super Bock na primeira empresa em Portugal a aplicar rótulos 100% recicláveis nas suas garrafas.
Entre as outras soluções inovadoras destacam-se ecopontos inteligentes que compensam os consumidores que participam na separação de resíduos com pontos e prémios (RecySmart), uma tecnologia de delaminação para separar as várias camadas de embalagens multicamadas (por exemplo embalagens de comida para cão), de modo a potenciar a sua reciclagem (FYCH), um passaporte digital que permite monitorizar o ciclo de vida da embalagem (Reath), um esquema de devolução e recompensas de depósito digitais com recurso à tecnologia Polytag Describe, Tag and Trace, que permite etiquetar os produtos com identificadores únicos, dando a possibilidade ao consumidor de digitalizar os códigos com uma aplicação e reclamar os seus depósitos no conforto das suas casas, sem terem de utilizar máquinas de venda (Polytag) ou uma rede social que usa técnicas de gamificação para capacitar as organizações a comunicar, promover e envolver as comunidades (MyResonance).
Para Ana Isabel Trigo Morais, CEO da Sociedade Ponto Verde, “os resultados obtidos nesta edição do Re-source e o ecossistema de inovação aqui criado, permite-nos fazer um balanço muito positivo desta aposta disruptiva para o setor dos resíduos em Portugal, que agora iniciamos, e encarar com otimismo a sua continuidade, não só pelo desenvolvimento dos projetos já em curso, como de outros ainda em estruturação, promovendo o lançamento de novas edições deste programa”.
“A inovação está no ADN da Sociedade Ponto Verde e é a ela que, uma vez mais, recorremos para redesenhar o futuro do setor das embalagens e da reciclagem em Portugal”, concluí.
Em 25 anos de existência, a Sociedade Ponto Verde já investiu mais de 13 milhões de euros em inovação, em parceria com mais de 80 entidades.
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