Bancos mantêm modelos de trabalho híbrido. Só Banco de Fomento regressa ao escritório

Principais bancos regressaram ao modelo de trabalho que tinham em vigor antes de o Executivo ter decretado o teletrabalho obrigatório. Banco de Fomento exige presença de todos.

Os principais bancos portugueses vão manter-se em modelos híbridos de trabalho, apesar de o teletrabalho ter passado a ser apenas “recomendado” a partir desta segunda-feira. A exceção é o Banco Português de Fomento que ordenou o regresso integral das equipas ao escritório.

Todos os colaboradores do Banco Português de Fomento receberam a semana passada uma comunicação do departamento de recursos humanos a solicitar o regresso de todas as equipas às instalações do banco. O primeiro email marcava para 24 de janeiro a entrada em vigor de um “novo modelo de trabalho”. Mas o “lapso” foi rapidamente corrigido para sublinhar que o banco contava com a presença de todos esta segunda-feira.

O banco reconhece que este novo modelo será monitorizado “em termos de adaptabilidade/continuidade ou alteração futura, onde cada colaborador poderá articular com o respetivo diretor a possibilidade de exercer funções em teletrabalho duas vezes por mês”. No email a que o ECO teve acesso, os recursos humanos admitem que a pandemia não terminou e por isso é recordado um conjunto de regras como o uso de máscara e o distanciamento social (embora não seja mencionado qualquer operação de testagem). Mas o banco defende a necessidade de “olhar para os números com normalidade e esperança, face às análises que os próprios especialistas têm avançado” e de “fomentar uma maior integração entre colegas e equipas”.

“Com o fim da obrigatoriedade do teletrabalho, o Banco Português de Fomento, em linha com as orientações do Governo e da própria DGS, está a promover, junto dos seus colaboradores, o regresso à normalidade e ao regime de trabalho presencial, facultando a possibilidade de as equipas se articularem e exercerem funções em teletrabalho pontualmente”, disse ao ECO fonte oficial da instituição liderada por Beatriz Freitas, justificando assim a opção tomada. “Todas as medidas adotadas até à data pelo BPF têm sido de prevenção e mitigação de riscos, sendo que permanecem em vigor, nas diversas instalações da instituição, todas as medidas de prevenção contra a Covid-19 e as boas práticas a cumprir, de forma a garantir a segurança de todos os colaboradores”, acrescentou a mesma fonte.

Opção diferente é assumida pelos restantes principais bancos. A Caixa Geral de Depósitos, por exemplo, “manteve as agências e gabinetes a trabalhar a 100% desde o início da pandemia em 2020”. Nos serviços centrais, regressaram segunda-feira “às regras que estavam definidas antes deste período mais crítico”, explicou ao ECO fonte oficial do banco público. “Teremos uma percentagem de colaboradores presenciais que será total no caso de diretores, significativa no caso de coordenadores e menor para os restantes colaboradores, evitando grandes aglomerações, mantendo a segurança no cumprimento das regras definidas pelas autoridades”, acrescentou a mesma fonte, precisando que “os colaboradores dos grupos de risco continuarão a trabalhar remotamente”.

Também no Millennium bcp a opção foi regressar ao esquema que vigorava antes de o teletrabalho ser considerado obrigatório para evitar inflacionar ainda mais o número de contágios pela nova variante da Covid-19. Na última semana as infeções pela variante Ómicron bateram vários recordes consecutivos e os especialistas de saúde pública admitem a possibilidade de Portugal atingir o pico desta vaga da pandemia no decurso desta semana.

No banco liderado por Miguel Maya metade dos colaboradores nunca esteve em teletrabalho porque eram essenciais para manter as sucursais em funcionamento. Mas aqueles cuja “atividade é de suporte no backoffice funcionam em modelo híbrido, de modo a defender as equipas e evitar sobreposições”, explicou ao ECO fonte oficial do BCP. “Assim, uma parte está em teletrabalho e outra em trabalho presencial, sendo que o número é estável”, acrescentou a mesma fonte, recordando que o banco já passou por “vários momentos”, desde o confinamento durante o qual era proibido mudar de concelho, a momento “mais fluidos” nos verões de 2020 e de 2021 com a implementação de modelos híbridos.

No Montepio, a opção é também retornar ao regime anteriormente definido, prévio à determinação do teletrabalho obrigatório”. Neste caso, 50% dos colaboradores voltam ao escritório, assim como até 75% das chefias, precisou ao ECO fonte oficial da instituição. O banco está, contudo “a promover a recomendação de testagem de todos os colaboradores” que retomaram funções a partir de dia 17, ou seja, esta segunda-feira.

Já o BPI optou por manter o “regime de teletrabalho como regra geral, pelo menos até 31 de janeiro”, mas com três exceções: quando as funções não o permitem, quando os colaboradores não dispõem de condições para exercer a sua atividade neste regime ou quando preferem o trabalho presencial. O banco liderado por João Pedro Oliveira e Costa tem menos de 30% dos colaboradores em trabalho presencial nos serviços centrais e acima de 60% nas redes comerciais. No entanto, “o banco garante que nunca são ultrapassados os limites definidos para assegurar as regras de distanciamento”, disse ao ECO fonte oficial da instituição.

O ECO contactou oficialmente o Novobanco e o Santander, mas não obteve respostas até à publicação deste artigo.

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