Canadá inspira protestos anti-restrições na Nova Zelândia

  • Joana Abrantes Gomes
  • 8 Fevereiro 2022

O movimento "Comboio da Liberdade" do Canadá está a inspirar os neozelandeses, que esta terça-feira saíram à rua e se reuniram junto ao Parlamento para protestar contra as restrições pandémicas.

Inspiradas pelas manifestações em curso na cidade de Otava, capital do Canadá, centenas de pessoas bloquearam esta terça-feira várias ruas junto ao Parlamento da Nova Zelândia, com camiões e caravanas, como forma de protesto contra as restrições pandémicas em vigor, noticia a Reuters (acesso livre/conteúdo em inglês).

Os manifestantes do movimento “Comboio da Liberdade”, provenientes de várias cidades, reuniram-se no exterior do edifício do Parlamento, chamado Beehive, na capital Wellington, antes do primeiro discurso do ano da primeira-ministra, Jacinda Ardern.

Na sua maioria, os manifestantes estavam sem máscara, segurando cartazes a apelar à “liberdade” e juraram acampar à porta do Parlamento até que as restrições pandémicas fossem levantadas. Os protestos, que podem durar dias, são inspirados pelo bloqueio de camionistas em curso na capital canadiana, Otava, contra as medidas governamentais de combate à pandemia.

A chefe do Governo neozelandês, Jacinda Ardern, não se encontrou com os manifestantes, mas, mais tarde, em conferência de imprensa, declarou que estes não representavam a opinião maioritária. “Penso que seria errado caracterizar de alguma forma o que vimos no exterior [do Parlamento] como uma representação da maioria“, afirmou, acrescentando que “a maioria dos neozelandeses fez tudo o que estava ao seu alcance para se manterem seguros uns aos outros”.

No seu primeiro discurso parlamentar deste ano, Ardern considerou, diante dos deputados, que a pandemia de Covid-19 não terminará com a variante Ómicron e que a Nova Zelândia terá de se preparar para mais variantes do vírus durante o ano.

Nos últimos dois anos, o Governo liderado por Jacinda Ardern tem privilegiado a “política de zero casos”, aplicando algumas das restrições mais duras ao tentar manter o SARS-CoV-2 fora do território neozelandês. As medidas aplicadas ajudaram a manter baixas as infeções e as mortes no país de cinco milhões de pessoas: até agora, registou cerca de 18.000 casos de Covid-19 e 53 mortes.

Contudo, essas mesmas restrições enfureceram muitas pessoas que enfrentaram longos confinamentos nas suas casas, sendo que dezenas de milhares de imigrantes neozelandeses ficaram impedidos de visitar o país perante o encerramento das fronteiras. Além disso, as medidas atingiram fortemente os negócios dependentes de turistas internacionais.

A taxa de aprovação de Jacinda Ardern baixou na última sondagem pública da 1News Kantar, divulgada no mês passado, à medida que a população perdeu confiança na primeira-ministra face a atrasos na campanha de vacinação e no alívio de restrições. O Governo já anunciou, na passada semana, que as fronteiras do país serão reabertas ao resto do mundo seguindo um plano de cinco fases que se inicia a 28 de fevereiro e terminará em outubro.

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